terça-feira, 31 de agosto de 2010

Novela eleitoral gratuita

Os petistas e pe-esse-debistas que me desculpem, mas eu concordo com a Marina. Nos programas eleitorais, o mundo é lindo. Ou vai ser, se a oposição assumir o poder. E a gente sabe que, na verdade, isso é só construção dos marqueteiros. A gente se ilude, mesmo assim. A gente quer aquela realidade bonita, ideal, que vemos na TV. “O programa eleitoral virou quase que uma continuidade de novela, só que não com a qualidade das novelas. Tudo está cor de rosa ou tudo vai ficar azul. Nós estamos dizendo que tem problemas que precisam ser debatidos, que é preciso ter um olhar para o Brasil real, o Brasil da favela do Coque (no Recife), o Brasil que não fez a reforma tributária, esse Brasil que fica uma hora na fila para conseguir uma consulta”, disse a candidata do PV, após um café da manhã em São Paulo com integrantes de sua campanha no último domingo, 29.
Marina é sensata. Não há uma mãe salvadora ou um pai salvador para o Brasil. Não precisamos de pais, já temos os nossos. Precisamos de líderes competentes e honestos. Precisamos de representantes que entendam bem a nossa realidade. Que vejam que o nosso mundo tem suas nuances de rosa e azul, mas de todas as outras cores também. Mais, queremos um debate sério, eficiente. Ou, parafraseando Marina, é preciso que a discussão seja madura, não infantil. As eleições estão quase aí e nós, enquanto povo, queremos que vença realmente o melhor. Então, por que não debater de verdade, mostrar ideias, projetos, o que nos vai fazer diferença efetivamente? Para quê maquiar a realidade e repaginar o guarda-roupa se nós queremos mais? Muito mais. Marina ainda descreve as tentativas dos candidatos e partidos de persuadir a nós, os eleitores, como "ansiedade tóxica de fazer malabarismos para o eleitor". Interessante, no mínimo. Mas me deixou confusa. Tive que ler umas três vezes.
E vocês, o que acreditam que há de mais ou de menos nessa disputa eleitoreira?

Na foto, Marina Silva e Guilherme Leal em São Paulo, no domingo (Foto: Maria Angélica Oliveira/G1)

5 comentários:

  1. Eu me irrito tanto com isso. Muito!
    É como a postagem da Lari... nós não reclamamos, nós não exigimos.
    Há marketing demais nessa disputa. Dinheiro demais.
    Quando era pequena, eu assistia os horários eleitorais e achava aquilo tão bonito, tão patriótico. Quando criança acreditamos em tanta coisa... minha mãe chegava a se preocupar com a minha atenção às eleições e a minha vontade de um dia votar.
    Eu cresci, passei a entender o mundo e perdi o ritmo...
    Eu confesso, sou conformista e desiludida. Ainda.

    ResponderExcluir
  2. Ué, a Marina esquece que era do governo até esses dias?

    ResponderExcluir
  3. A disputa é feia. E agora que a publicidade impera, piorou. Tudo realmente parece uma novela. Acho pior ainda quando os candidatos começam a falar manso, quase que como se estivessem realmente comovidos. Ah, cansei sabe. É como disse o Sid, até pouco tempo a Marina também era do governo. Acho que precisamos de mudanças efetivas. Mudanças que transformem mesmo. Acho que esse trio (Dilma-Serra-Marina) ainda não podem nos proporcionar tais tranformações. Também não sei se há quem possa...

    ResponderExcluir
  4. Acredito que a solução, ou melhor dizendo, a busca de melhorias para o país e sua população não reside em eleger o candidato A ou B. O Brasil só mudará quando o povo mudar. É uma pena, mas infelizmente a grande massa prefere "perder" tempo assistindo a futebol (aprox. duas horas) e novela (aprox. 1,5 hora por dia), ao invés de lutar por direitos. Ainda estamos longe de sermos uma verdadeira democracia.

    ResponderExcluir
  5. Gostei do post. Muito. Gostei da pergunta do Sid - e de lembrar, com ela, que as pessoas tem a oportunidade de, vivendo, aprender. Rever conceitos, atitudes, crenças. E parcerias, perniciosas ou não. E mudar, principalmente tentando acertar.
    Marina é a minha candidata.
    Não, não tenho nada contra o Lula. Ao contrário, admiro sua pessoa, sua história, e tudo o que ele fez. Mas entre PT e PSDB, não gosto de nenhum. E quero muito que Marina tenha uma oportunidade de acertar.
    De qualquer forma, estou feliz. Teremos uma mulher na presidência da república, quem diria.
    :)

    ResponderExcluir