quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A educação e a inversão de valores

O Sistema Educacional Brasileiro precisa de reforma. Urgente. Recebi por e-mail um texto que colo, aqui, na íntegra, sobre o caso do professor Kássio Vinícius Castro Gomes, assassinado por um aluno no meio do corredor da faculdade no começo de dezembro.



J’ACUSE !!!
(Eu acuso !)

(Tributo ao professor Kássio Vinícius Castro Gomes)

« Mon devoir est de parler, je ne veux pas être complice.(Émile Zola)

Meu dever é falar, não quero ser cúmplice. (...) (Émile Zola)


Foi uma tragédia fartamente anunciada. Em milhares de casos, desrespeito. Em outros tantos, escárnio. Em Belo Horizonte, um estudante processa a escola e o professor que lhe deu notas baixas, alegando que teve danos morais ao ter que virar noites estudando para a prova subsequente. (Notem bem: o alegado “dano moral” do estudante foi ter que... estudar!).

A coisa não fica apenas por aí. Pelo Brasil afora, ameaças constantes. Ainda neste ano, uma professora brutalmente espancada por um aluno. O ápice desta escalada macabra não poderia ser outro.

O professor Kássio Vinícius Castro Gomes pagou com sua vida, com seu futuro, com o futuro de sua esposa e filhas, com as lágrimas eternas de sua mãe, pela irresponsabilidade que há muito vem tomando conta dos ambientes escolares.

Há uma lógica perversa por trás dessa asquerosa escalada. A promoção do desrespeito aos valores, ao bom senso, às regras de bem viver e à autoridade foi elevada a método de ensino e imperativo de convivência supostamente democrática.

No início, foi o maio de 68, em Paris: gritava-se nas ruas que “era proibido proibir”. Depois, a geração do “não bate, que traumatiza”.
A coisa continuou: “Não reprove, que atrapalha”. Não dê provas difíceis, pois “temos que respeitar o perfil dos nossos alunos”. Aliás, “prova não prova nada”. Deixe o aluno “construir seu conhecimento.” Não vamos avaliar o aluno. Pensando bem, “é o aluno que vai avaliar o professor”. Afinal de contas, ele está pagando...

E como a estupidez humana não tem limite, a avacalhação geral epidêmica, travestida de “novo paradigma” (Irc!), prosseguiu a todo vapor, em vários setores: “o bandido é vítima da sociedade”, “temos que mudar ‘tudo isso que está aí’; “mais importante que ter conhecimento é ser ‘crítico’.”

Claro que a intelectualidade rasa de pedagogos de panfleto e burocratas carreiristas ganhou um imenso impulso com a
mercantilização desabrida do ensino: agora, o discurso anti-disciplina é anabolizado pela lógica doentia e desonesta da paparicação ao aluno – cliente...

Estamos criando gerações em que uma parcela considerável de nossos cidadãos é composta de adultos mimados, despreparados para os problemas, decepções e desafios da vida, incapazes de lidar com conflitos e, pior, dotados de uma delirante certeza de que “o mundo lhes deve algo”.

Um desses jovens, revoltado com suas notas baixas, cravou uma faca com dezoito centímetros de lâmina, bem no coração de um professor. Tirou-lhe tudo o que tinha e tudo o que poderia vir a ter, sentir, amar.

Ao assassino, corretamente , deverão ser concedidos todos os direitos que a lei prevê: o direito ao tratamento humano, o direito à ampla defesa, o direito de não ser condenado em pena maior do que a prevista em lei. Tudo isso, e muito mais, fará parte do devido processo legal, que se iniciará com a denúncia, a ser apresentada pelo Ministério Público. A acusação penal ao autor do homicídio covarde virá do promotor de justiça. Mas, com a licença devida ao célebre texto de Emile Zola, EU ACUSO tantos outros que estão por trás do cabo da faca:

EU ACUSO a pedagogia ideologizada, que pretende relativizar tudo e todos, equiparando certo ao errado e vice-versa;

EU ACUSO os pseudo-intelectuais de panfleto, que romantizam a “revolta dos oprimidos”e justificam a violência por parte daqueles que se sentem vítimas;

EU ACUSO os burocratas da educação e suas cartilhas do politicamente correto, que impedem a escola de constar faltas graves no histórico escolar, mesmo de alunos criminosos, deixando-os livres para tumultuar e cometer crimes em outras escolas;

EU ACUSO a hipocrisia de exigir professores com mestrado e doutorado, muitos dos quais, no dia a dia, serão pressionados a dar provas bem tranqüilas, provas de mentirinha, para “adequar a avaliação ao perfil dos alunos”;

EU ACUSO os últimos tantos Ministros da Educação, que em nome de estatísticas hipócritas e interesses privados, permitiram a proliferação de cursos superiores completamente sem condições, freqüentados por alunos igualmente sem condições de ali estar;

EU ACUSO a mercantilização cretina do ensino, a venda de diplomas e títulos sem o mínimo de interesse e de responsabilidade com o conteúdo e formação dos alunos, bem como de suas futuras missões na sociedade;

EU ACUSO a lógica doentia e hipócrita do aluno-cliente, cada vez menos exigido e cada vez mais paparicado e enganado, o qual, finge que não sabe que, para a escola que lhe paparica, seu boleto hoje vale muito mais do que seu sucesso e sua felicidade amanhã;

EU ACUSO a hipocrisia das escolas que jamais reprovam seus alunos, as quais formam analfabetos funcionais só para maquiar estatísticas do IDH e dizer ao mundo que o número de alunos com segundo grau completo cresceu “tantos por cento”;

EU ACUSO os que aplaudem tais escolas e ainda trabalham pela massificação do ensino superior, sem entender que o aluno que ali chega deve ter o mínimo de preparo civilizacional, intelectual e moral, pois estamos chegando ao tempo no qual o aluno “terá direito” de se tornar médico ou advogado sem sequer saber escrever, tudo para o desespero de seus futuros clientes-cobaia;

EU ACUSO os que agora falam em promover um “novo paradigma”, uma “ nova cultura de paz”, pois o que se deve promover é a boa e VELHA cultura da “vergonha na cara”, do respeito às normas, à autoridade e do respeito ao ambiente universitário como um ambiente de busca do conhecimento;

EU ACUSO os “cabeça – boa” que acham e ensinam que disciplina é “careta”, que respeito às normas é coisa de velho decrépito, EU ACUSO os métodos de avaliação de professores, que se tornaram templos de vendilhões, nos quais votos são comprados e vendidos em troca de piadinhas, sorrisos e notas fáceis;

EU ACUSO os alunos que protestam contra a impunidade dos políticos, mas gabam-se de colar nas provas, assim como ACUSO os professores que, vendo tais alunos colarem, não têm coragem de aplicar a devida punição.

EU VEEMENTEMENTE ACUSO os diretores e coordenadores que impedem os professores de punir os alunos que colam, ou pretendem que os professores sejam “promoters” de seus cursos;

EU ACUSO os diretores e coordenadores que toleram condutas desrespeitosas de alunos contra professores e funcionários, pois sua omissão quanto aos pequenos incidentes é diretamente responsável pela ocorrência dos incidentes maiores;

Uma multidão de filhos tiranos que se tornam alunos -clientes, serão despejados na vida como adultos eternamente infantilizados e totalmente despreparados, tanto tecnicamente para o exercício da profissão, quanto pessoalmente para os conflitos, desafios e decepções do dia a dia.

Ensimesmados em seus delírios de perseguição ou de grandeza, estes jovens mostram cada vez menos preparo na delicada e essencial arte que é lidar com aquele ser complexo e imprevisível que podemos chamar de “o outro”.

A infantilização eterna cria a seguinte e horrenda lógica, hoje na cabeça de muitas crianças em corpo de adulto: “Se eu tiro nota baixa, a culpa é do professor. Se não tenho dinheiro, a culpa é do patrão. Se me drogo, a culpa é dos meus pais. Se furto, roubo, mato, a culpa é do sistema.

Eu, sou apenas uma vítima. Uma eterna vítima.

O opressor é você, que trabalha, paga suas contas em dia e vive sua vida. Minhas coisas não saíram como eu queria. Estou com muita raiva. Quando eu era criança, eu batia os pés no chão. Mas agora, fisicamente, eu cresci. Portanto, você pode ser o próximo.”

Qualquer um de nós pode ser o próximo, por qualquer motivo. Em qualquer lugar, dentro ou fora das escolas. A facada ignóbil no professor Kássio dói no peito de todos nós. Que a sua morte não seja em vão.

É hora de repensarmos a educação brasileira e abrirmos mão dos modismos e invencionices. A melhor “nova cultura de paz” que podemos adotar nas escolas e universidades é fazermos as pazes com os bons e velhos conceitos de seriedade, responsabilidade, disciplina e estudo de verdade.

Igor Pantuzza Wildmann

Advogado – Doutor em Direito. Professor universitário.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Que a cura dure mais que um verão



Conviver com uma doença que não tem cura e da qual todos têm medo, preconceito, é para poucos. Porque poucos conseguem lidar com a questão de ter prazo de validade, de estar mais perto da morte. Porque pouquíssimos são aqueles que passam por cima do preconceito. Afinal, a Aids já foi doença taxada. De homossexuais, de prostitutas, de gente que ‘não presta’. Mesmo hoje, com o vírus generalizado – atingido todos os gêneros, idade e classes sociais (embora ainda seja maior a incidência em pessoas de classes menos favorecidas), Aids ainda é coisa de gente promíscua, de gentinha. E o medo de contraí-la é maior, porque além de ser doença cheia de tabus, é – era – uma patologia sem curas, sem expectativa de vida para os soropositivos. Mas, essa semana, isso mudou . Há esperanças. Há, quiçá, uma cura.

Quando vi a capa da revista Época - ali em cima -, fiquei até arrepiada, porque depois que você está mais perto daqueles que possuem o vírus, que vê e até mesmo sente um tanto da realidade deles: de exames frequentes, de cuidados generalizados e diários, de remédios, de gripes que podem ser fatais, de isolamento devido ao preconceito. A possibilidade de uma cura choca, pois com ela muitas vidas podem mudar. São muitas pessoas que podem, enfim, resgatar a dignidade, a autoestima perdida. Resgatar a vida. Afinal a morte, com uma cura, fica para mais tarde, mais distante.

E essa provável cura me fez lembrar do filme “Tempo de despertar”, com o Robert De Niro e Robin Williams. É um filme muito bonito - embora triste - , que retrata o ‘despertar’ de pacientes catatônicos mediante um determinado medicamento. Durante o verão de 1970 – se eu não me engano – os autistas conseguem sair de si mesmos, interagindo com as pessoas, articulando as palavras adequadamente e até os movimentos repetitivos, que os autistas e catatônicos costumam ter, cessam. Tornam-se pessoas ‘normais’. Mas, o verão acaba e começam os efeitos colaterais. Descobre-se que a cura não era, definitivamente, uma cura. Aos poucos, eles voltam a ser prisioneiros deles mesmos, voltam a ter problemas de comunicação, socialização e de comportamento. E até hoje não existem remédios eficazes para autista, para catatônicos...

Então, fica aqui meu desejo de final de ano: que esta cura da Aids de fato seja a cura. Que dure mais que um verão. Lembro também que Aids e autismo são patologias bem diferentes. E que os problemas relacionados ao cerébro humano ainda são uma grande incógnita. As pesquisas começaram ontem. Então, acredito, que a cura para os soropositivos aconteceu, finalmente..
Abaixo o trailer do filme, que é baseado em fatos reais. Vale a pena ver.



segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Vergonha alheia


Não sou, nunca fui, fã da Vera Fischer. Como atriz, na minha humilde opinião, ela é uma porta. Sem sal, sem açúcar. Não sabe se expressar, qualquer reação tem a mesma cara e é uma cara que eu não gosto. A quem gosta, respeito e peço que desculpe minha opinião. Mas a mim não me apetece.
A questão é que a bela, além de atriz, miss Brasil e afins, decidiu virar escritora. Tem duas memórias publicadas e, no último ano, escreveu, à mão, dez livros de ficção que pretende publicar em breve. Não, não li nenhuma das memórias da pornochanchada. Tampouco os manuscritos dos livros. Mas já vi e li entrevistas dela e, sinceramente, não me anima. Quem sabe um dia.
A questão é que os livros ainda nem chegaram às prateleiras e a musa já está dando o que falar.
Primeiro quando declarou que não escrevia pra pobre, que odiava. Agora em uma entrevista à Época que, sinceramente, me deixou com muita vergonha por ela. (Leia aqui a íntegra.)
Ela define muito bem que entende do que faz. "Eu não sofri nada. Não tem esse negócio de ficar descrevendo tudo nos mínimos detalhes, não. Ninguém tem paciência para isso, para livro grosso, muito erudito, só os aficionados da literatura. Hoje em dia, com computador, as pessoas querem tudo rápido. Eu escrevo como vem o pensamento, e meus livros são rápidos de ler porque meu pensamento é rápido". É, minha gente. Daí saem linhas maravilhosas como as que Nelito Fernandes, o repórter a quem Vera concedeu a entrevista, citou, dos seis capítulos que ele recebeu como prévia. "Seu coração parecia estar tão apertado que mal conseguia respirar”. Juro, consigo ver a Vera, totalmente sem expressão, falando isso. Mas ainda tem mais: “as horas se arrastavam lentamente”. Emocionante, não?!
O bom é que ela não tem medo do ridículo. E, se é feliz assim, por que não?
Ah, outra coisa. Se você não escreve sobre sexo é porque é freira, diz ela nas entrelinhas. Porque os livros dela têm porque ela não é. Bonito isso, não!?
#adoroaverafischer

sábado, 18 de dezembro de 2010

Desencana que a vida engana...


Eu sempre costumo dizer que foi quando desencanei que consegui alguém pra mim. Não foi diferente com meu atual. Desencanei, a vida veio e, bum, namoro. Eu também sempre escutei que é quando estamos engatados num romance que as tempestades acontecem na nossa horta, trazendo chuvas intermináveis de bofes. Ai, num é que é verdade? Hoje mesmo passei por uma situação assim... Fomos a um evento. Chego lá e miro: um gay. Ele me encara. Eu olho e desvio o olhar. Ele percebe e começa a me secar. Pior, era lindo. Eu respiro, conto até dez, e me recomponho. Levanto, vou dar uma volta pra melhorar a situação. Ele me segue, me encara, dá sorrisinho, e sinal, típico sinal de cabeça gay, indicando uma área livre de plateias e propícia para um bom beijo gay. Em três segundos fecho meus olhos, rezo para Nossa Senhora dos Viadinhos Fiéis e dou que não com a cabeça. Ufa, pronto. Não é que era verdade, então? De repente, só estar num romance, acontece uma dessas. Eu consegui, e acho que consigo ser fiel, só não se estiver bêbado (rrsrs, brincadeirinha), mas gostaria de saber de vocês... Acontece ou já aconteceu isso com vocês? Partilhem suas experiências e simbora colorir esse mundão. Beijaço.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Aventuras de verão

Esse frio de dezembro não me lembra nenhum pouco o verão. Eu adoro o verão, meus verões geralmente são recheados de boas histórias. Risadas garantidas, fatos memoráveis. Então, estou torcendo para que o clima mude. Para que as tarde quentes venham o mais rápido possível. Enquanto isso, relembro dos dias quentes que tive. Aventuras de verão, micos de verão. Quem não os tem?
Esses dias, uma amiga lembrava de nossas tarde à toa, quando éramos adolescentes. Nessa época, andávamos de bicicleta por toda a cidade. Era a nossa diversão. Pegávamos a bike e íamos até a associação dos bancários, onde curtíamos a piscina e a sauna. Ninguém ia para associação em dia de semana, só nós. Ter aquela piscina enorme e uma sauna só para gente, era A sensação.
Uma vez, na sauna, encontramos um potinho com óleo de eucalipto. Foi um grande achado. Pegamos o óleo e passamos pela sauna inteira. O intuito era ficar escorregando nos assentos da sauna. Para tornar o escorregão mais eficiente, transformávamos nossos biquínis de meninas comportadas em biquínis fios dentais. Ficamos lá, rindo e escorregando. Repetimos por diversas vezes os escorregões até que, simultaneamente, uma olhou para a outra. Algo estranho estava acontecendo conosco. O óleo passou fácil pelo tecido da nossa roupa de banho, nossas partes intímas começaram a arder brutalmente.
Saímos correndo da sauna como se fugíssemos de um grande assassino. Passamos direto pela roleta e caímos na piscina, aliviando o ardume. Passado o susto. Rachamos o bico. Ficamos lá, dentro da água sob o sol forte do verão, nos divertindo da nossa própria desgraça. A tarde terminou como todas as outras, a gente cansada, bronzeada do sol, mas com o adicional do incomodo do óleo de eucalipto em nós. Porque depois de arder, começou a coçar. Pior era ter que voltar de bicicleta. O contato direto entre a virilha e o banco da bicicleta nos matava. Cheguei em casa e tomei um banho de umas duas horas. Ainda rimos quando lembramos disso, de nossa maravilhosa ideia.
Este ano, no comecinho das temperaturas quentes, ainda primavera. Empolgada com a praia, expus-me ao sol do meio dia, acompanhada da Ana, nossa companheira aqui. O resultado foi ficarmos totalmente vermelhas, com marcas bizarras. Acho que a minha marca ainda era pior, porque não sei como, fiquei com uma marca tenebrosa do biquíni da parte de baixo. O bronze era tão bizarro que a marca do biquíni de baixo pegou quase o meio das minhas costas, fazendo com que o meu cóquis parecesse algo alienígena. Do tipo que começa na cintura. Demorou um tempo para sair...
Mas o verão é assim, cheio de história marcantes, vai além do bronze, das tarde de sol à pino. E vocês? O que contam sobre o verão?



quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O natal


Adoro o clima de Natal... pessoas nas ruas, comércio aberto, cartões virtuais lotando a sua caixa de e-mail, filmes repetidos de crianças e Papai Noel na Globo e a expectativa de uns três diazinhos sem trabalhar. Outro dia estava pensando nisso quando li a notícia de que um bispo católico argentino estava querendo anular o Papai Noel e todo o consumismo que ele representa. Sou contra, totalmente. Gente, ok, a figura é inventada e incentiva as crianças a pedirem presentes. Mas já é tradição!!!!
Eu lembro de cada natal quando a campainha tocava e a gente corria para a porta da frente querendo alcançar o Papai Noel e só encontrava o presente lá. Enquanto isso, meu pai corria e dava a volta na casa, fingindo que tinha ficado no banheiro com uma dor de barriga! São coisas pequenas que marcam a infância. Natal não é só presente mas é esse encantamento que domina a todos.

O bispo argentino que está fazendo essa campanha é Fabriciano Sigampa. Ele exigiu a "oficialização" da inexistência de Papai Noel, já que o famoso velhinho de roupa vermelha que - segundo a lenda - reside no Polo Norte e distribui presentes às crianças em todo o mundo na madrugada do dia de Natal representa uma concorrência direta com Jesus Cristo.
Segundo a folha, o bispo argumentou que os pais católicos possuem a obrigação de contar a seus filhos a verdade sobre Papai Noel, o qual o bispo denomina de "o homem de vermelho". Segundo o bispo Sigampa, os pais devem dizer aos filhos que Papai Noel não fornece os presentes para as crianças, já que os obséquios possuiriam outros dois protagonistas: "são seus pais com seu esforço e com a ajuda de Jesus".
O bispo deslanchou a cruzada horas antes da inauguração da "Casinha do Natal". O resultado da intensa campanha? Assustados com as pressões do clero, as autoridades ordenaram a remoção de todas as figuras alusivas a Papai Noel na "Casinha do Natal".


Positivo?? Não!!! Graças à cruzada do bispo também acabou a campanha para doar presentes para crianças pobres no Natal do Chaco, uma das províncias mais empobrecidas da Argentina.
Ah, ontem passei umas duas horas com toda a família reunida fazendo bolachas de Natal, não acho que o sentimento que deve nortear as comemorações está perdido... e sou contra bispos que falam demais, seja na argentina ou em CM!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Roupa limpa e... sem cheiro?


É isso mesmo. Você consegue imaginar a sua roupa saindo da máquina de lavar limpinha, macia e sem cheiro? Difícil, né? Mas é possível. A Ecoar, uma empresa que visa a 'inteligência ecológica', criou uma linha de produtos que deixa a roupa limpa e macia e não prejudica o meio ambiente, porque usa só água. É a Ecobola. Uma bolinha de cerâmica que, ao se movimentar na máquina de lavar, divide as moléculas de água em tamanho que chamam de nanométricos, o que aumenta a capacidade de limpeza natural da água. "O resultado são roupas incrivelmente limpas sem uso de produtos químicos", garante o fabricante. A que deixa a roupa macia também serve para secá-la, porque se movimenta na secadora (ou até mesmo na centrífuga), levanta e separa a roupa, relaxa as fibras e as roupas ficam macias naturalmente.
A Ecoar também tem uma linha de limpeza pesada, do carro e até íntima, que eles chamam de Ecomais. É interessante, vale conferir. Quanto à Ecobola, já encomendei a minha. Vamos ver se funciona. Mas vão aí mais algumas vantagens, caso alguém se interesse:
- Indicado para qualquer tipo de roupa
- Torna o processo de lavagem mais simples e barato, porque diminui o número de enxágues e o uso de produtos químicos
- Não desbota as roupas, mantendo a cor natural
- Remove o odor característico
- Ecologicamente correta.
E aí, vai arriscar?

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Quem fica em cima do muro...

...leva tiro dos dois lados.

Dando continuidade ao HCR, eu digo: colorimos!

A exemplo dos absurdos ataques a homossexuais em São Paulo, percebemos a discrepância de atitudes e opiniões. Estamos acostumados, nosso país é bipolar. Basta subir o Elevador Lacerda e Salvador se divide em duas realidades, atravessar o Rio Belém em Curitiba e perceber a diferença. E nesse ritmo, a contrariedade invade nossas casas.

O bonito discurso da igualdade serve para o playboy que apresenta um seminário na faculdade. Mas não tem valor depois que abandona a sala de aula. E vivendo, se acostumando com isso, infelizmente nos transformamos em almas influenciáveis.

Bonitos são os protestos. O beijaço ocorrido em frente ao Café Ofner, em São Paulo, é um grande exemplo de unipolaridade. É exemplo para a maria vai com as outras.
Depois da ridícula cena de repressão às carícias entre dois homens, o Café Ofner precisou encarar a opinião de peso dos que representam os feridos nos ataques e os repreendidos por preconceito. Infelizmente o Café só se “arrependeu” depois de perceber um possível processo a caminho e de ver a maioria de seus clientes apoiando o beijaço.

Opinião, minha gente.
Seja com relação ao preconceito, à política, à religião... Opinião!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Pensando um pouquinho...





Amigos gays. É ótimo tê-los, você descobre um mundo novo, questiona sobre muitas coisas, descobre se fulano é gay também, ou se ciclano leva jeito pra coisa, enfim, é uma sensação, pra maioria das pessoas. O negócio muda de cor quando se trata de família. Minha mãe, por exemplo, teve um amigo gay, que foi um dos melhores amigos que ela teve, faleceu com AIDS. Minha irmã, lembro de falar com orgulho de amigos gays, e que eram o máximo, e blá, blá, blá. Quando souberam de mim, o mundo caiu. Eu entendo e não entendo. Soa meio contraditório concordar com amigos gays e adorar o mundo gay e depois repudiá-lo quando é em família. Ao mesmo tempo que compreendo a dificuldade de ter alguém gay dentro de casa, ainda fico meio ressabiado com isso. Mas é normal, não? Minha mãe imaginava uma nora, não um genro, da minha parte. Também não sonhava com um neto adotado com pai e pai. Claro, nem ela, nem a maioria das pessoas pensam na possibilidade de o filho não ser hétero. Por isso o estranhamento, a frustração, a angústia. Eu sei (e tomara que seja mesmo) que o tempo reverterá a situação e poderei ser a concretização dos sonhos de família, mas até lá as coisas vão ferindo. Depois que saí do armário em casa, os comentários preconceituosos criaram volume, por causa do choque, e isso vai ferindo. Galera, nós gays temos que ter uma paciência com isso... É trabalho duro. Enquanto as coisas não mudam, vou me deslumbrando com uma vida linda como nos maravilhosos curtas que aqui indico de Daniel Ribeiro, vencedores de prêmios importantíssimos pelo mundo, vale a pena assistir, pare um pouco e assista, não vai se arrepender: "Eu não quero voltar sozinho" e "Café com Leite", você encontra-os facinho no youtube. Bom, hoje foi mais um desabafo mesmo e essas indicações maravilhosas de curtas, que tenho certeza, irão amar. Beijos no coração, e vamos colorir!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Você vem sempre aqui?



- Tava pensando em você!
- Ah é...
- Em você....pelado.

Uma das partes está afim, e a outra? Para amenizar a tensão entre essas duas pessoas, que por vezes não se conhecem, nada melhor que mandar aquela cantada. De preferência a mais pedreira que você conhece. As cantadas servem mais para quebrar o gelo, dar risada.
Eu sou pedreira! Que a atire a primeira pedra quem nunca pedreirou. Mulheres também pedreiram, meu bem. Mesmo que alguns homens – e outras mulheres - não gostem. Afinal, qual é o problema de dizer que ele é a cereja do seu bolo, que ele é o bombom que faltava na sua caixa de chocolates? Melhor ainda é apelar para as clássicas: Você vem sempre aqui? Tá quente aqui!
Não vejo e não tenho problemas com as cantadas. Se elas funcionam? Algumas vezes. E você, o que acha das cantadas? Prefere ser pedreirada ou pedreirar? E os homens, será que eles gostam de ser cantados?

PS: Pedreira sim, vulgar não.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Histeria feminina

A internet tem de tudo não é mesmo? Enquanto procurava dados da última safra de trigo, eis que o brilhante Google mostrou um tópico sobre as 10 práticas estranhas do passado. Entre elas, fazer sapatos com pele humana, lobotomias e testes de gravidez baseados em urina e sacas de trigo. Mas acalmem-se que o melhor ainda estava por vir. Sabe qual era o líder isolado da tabela? A histeria feminina, para vocês entenderem melhor o que era segue a explicação do site:

Em 1859, um médico chegou a dizer que um quarto de todas as mulheres sofria com histeria feminina. Outro médico catalogou 75 páginas de sintomas que caracterizavam a histeria feminina. De acordo com o documento, quase todos os males que o corpo humano sofre, independente do motivo, poderiam ser caracterizados como sintomas da doença. Acreditava-se que a “vida moderna” do século XIX fazia com que as moças fossem mais suscetíveis a desenvolver histeria.

Mas isso não é o problema, adivinhem o tratamento? Um pouco invasivo na minha opinião. Como a histeria era associada com insatisfação sexual, o médico fazia “massagens pélvicas” na moça até que elas passassem por “paroxismo histérico” – em outras palavras, o médico masturbava a paciente até que ela tivesse um orgasmo. E, estranhamente, eles diziam que apesar das pacientes não terem risco de morte, elas precisavam de tratamento constante. Ah, eles era pagos para isso.

Ainda segundo o site, em 1873, o primeiro vibrador foi inventado para propósitos médicos – eles eram apenas disponíveis para os médicos que os usavam e não para as moças insatisfeitas diretamente. Posteriormente, o aparelho se popularizou e as moças puderam comprar seus companheiros sem a “interferência médica”.

Segue um cartaz da maravilhosa técnica revolucionária...

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Acidental. Ou não.


Estava dando uma fuçada em blogs e li, no 7X7, um artigo que achei interessante, da Letícia Sorg. Ela fala de um outro artigo, em inglês, publicado no jornal Los Angeles Times, onde a médica Valerie Ulene diz que as pessoas estão muito acostumadas a afirmar que tudo é acidente. E não é. Acidente é quando não se pode evitar, alega a médica. Então, afirmar que uma gravidez é acidental deveria ser uma situação rara, e não é. A falta de uso de preservativos, de outros métodos contraceptivos nos faz alegar, em caso de gravidez, que foi um acidente. Mas era possível ser evitado. Então não foi acidental.
Achei interessante. Porque a gente é irresponsável nesse ponto. Como se a gravidez fosse o pior dos problemas que o não uso de preservativos possa causar. E é incrível como a gente vive com a ideia de que isso não vai acontecer com a gente. E as maneiras anticoncepcionais são tantas que é praticamente impossível encontrar uma que não se encaixe com você.
Daqui pra frente é bom ficar atento. Porque acidentes acontecem, mas é mesmo um acidente?

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

E o mundo volta ao seu normal…

Voltava ao seu lugar. Lentamente... milésimos por segundo. Quando era o nome dela que saía da sua boca e não o meu. No momento em que alguma música, texto ou ainda determinado texto remetia a uma lembrança da história entre vocês. Em alguma foto salva no computador, ou ainda, perdida nas linhas de algum texto seu. O mundo voltava, aos poucos, aos seus conformes. E eu, com a minha velha companheira insegurança (essa sim persistente), me sentia uma anã perto dela.
O que eu realmente queria era que você lutasse por mim, que me pegasse em seus braços e dissesse que eu era a única, que me amava, mas isso jamais aconteceu.
Hoje percebo que, de fato, nunca houve um nós e sim um ela. Eu sempre fui uma substituta esperando a protagonista entrar em cena. Uma reserva que assiste ao espetáculo da primeira fila, e mesmo assim deve sorrir. Sorrir porque tal protagonista é sua amiga, e está exatamente onde deveria estar.
O que me entristece não é o fato de você não querer nenhum compromisso comigo (tá, talvez algumas das muitas lágrimas sejam por isso), nem aquele sentimento de ser o seu fim de festa. Infelizmente, parte disso é minha culpa, eu me submeti a tal situação. O que realmente me entristece e decepciona é que, mesmo gostando de outra, e principalmente por não ser uma outra qualquer, você deixou as coisas chegarem longe demais. Como devo agir no momento em que encontrar vocês dois juntos?
E sabe qual seria o meu único desejo se na minha frente surgisse um gênio da lâmpada mágica, igual aquele do desenho que eu adorava assitir quando pequena? Pediria a máquina do Dr. Mierzwiak, só que eu não faria como o Joel. Eu iria até o fim, não deixaria nenhuma lembrança em minha mente. Confesso, sou covarde.
É triste se conformar que é assim que deve ser. Que, finalmente, o mundo está de volta no lugar.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A atração e o caos.

Dizem que os opostos se atraem. No estudo físico eu até concordo, aquela coisa de magnetismos e afins.
Na psicologia, C. G Jung defendia a idéia de que projeções das imagens masculinas presentes nas experiências femininas seriam refletidas nas escolhas de um parceiro.
Isso me soa como um Complexo de Édipo, por Freud, às avessas. E pior, meu bem. O mesmo Jung consegue piorar. Ele inventou o Complexo de Electra.
Eu sei, é fato que eu, ainda que inconscientemente, procuro a inteligência e caráter do meu pai nos bofes que aparecem por aí. E vou dizer, tá difícil. Mas essa história de Electra tá bem longe da realidade. E não há Jung que invada meu inconsciente e diga o contrário.
Voltando aos opostos. Se é verdade que os opostos se atraem, I must be an angel. Eu tenho um amigo que diz que só atrai loucas. Eu acho que sou uma versão feminina dele.
E você? Procura o seu oposto? Ou você e a sua tampa da panela são tão parecidas que você até se confunde?

domingo, 28 de novembro de 2010

It Gets Better - Vai Melhorar...

O Bullying sempre existiu. Infelizmente é verdade. Eu sofri com isso durante muito tempo e as pessoas ainda sofrem, infelizmente também. Os homossexuais e bissexuais têm maior taxa de suicídio segundo um estudo norte-americano. Diante destas situações, um homem chamado Dan Savage e seu companheiro, fizeram um vídeo para trazer esperança aos jovens adolescentes vítimas de bullying nas escolas, dizendo que tudo "vai melhorar". Dois meses após o vídeo, mais de 5000 pessoas criaram seus vídeos e fizeram disso um movimento que hoje é denominado : "It Gets Better" (Vai melhorar). Nestes vídeos as pessoas contam das suas experiências com a vida como homossexual, sofrimentos, alegrias, angústias e esperanças, e principalmente encorajam os adolescentes gays a não desistirem de suas vidas, que todo o sofrimento pelo qual a maioria passa, vai passar, vai melhorar. E não são somente os homossexuais que gravam esses vídeos, mas pessoas de todos os gêneros, orientações e nacionalidades, tendo inclusive personalidades aderido à campanha, como, por exemplo, Barack Obama. Confesso ter ficado emocionado com muitos dos vídeos que assisti, mas ainda no Brasil as pessoas não começaram a gravarem seus vídeos, e acredito ser interessante... Bem, aqui abaixo deixo um vídeo que funcionários da Pixar Enterteinment gravaram para a campanha, com depoimentos que me comoveram muito. Isso aí gente, esperança e força pra esse mundo inteiro, precisamos de cores, muitas cores, bora colorir.



quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Não podia ser paraíso, não?!


Hoje, queridos, exatamente hoje, tem início o meu inferno astral. Eu nunca tinha ouvido falar disso, até o post da Graci aqui no blog. Ri, ri muito com o texto e com as coisas que aconteceram com a Graci no período. Das minhas amigas, a Graci é uma das mais descrentes. Pelo menos que se diz assim. E ver ela apavorada com o tal do inferno astral era, no mínimo, hilário.
E, bom, eu, uma pessoa que acredita em tudo que é mandinga pensava 'coitadinha da Graci, acreditando numa bobagem dessas'. Pois bem, meus queridos, eis que não fazem sequer 24 horas do início do meu inferno astral e já tenho história pra contar.
Acordei mal. Com vontade de chorar, tudo desabando. E olhe que meus dias de 'monstro' terminaram na semana passada, então não é, definitivamente, TPM. Até aí tudo bem, todo mundo acorda mal um dia ou outro.
Só que, quando você trabalha num jornal que não é diário, dia de fechamento é uó. E hoje é dia de fechamento. Nervos à flor da pele. Tudo que ia dar certo dá errado. E, coincidentemente, a querida senadora eleita, Gleisi Hoffmann, veio à cidade hoje, para um ato do Dia Internacional da Não-Violência Contra a Mulher. Fui ao Teatro Municipal para falar com ela e com a secretária da Mulher, Regina Dubay, bem correndo, já que ainda estou sozinha produzindo as matérias pro jornal e tenho que mandá-lo pra gráfica cedo. Adivinhem: não consegui falar nem com uma, nem com a outra. Porque, depois de quase meia hora esperando, meu chefe ligou e pediu a mim e à Monia, minha amiga-companheira-motorista e secretária do jornal, que voltássemos porque ele precisava do carro. Pegamos o carango e viemos, pela avenida Goioerê, que tem menos movimento. Quando menos esperávamos, uma blitz. Aliás, A blitz.
Os documentos do carro não estavam lá. O licenciamento não estava pago. A Monia levou, coitada, 7 pontos na carteira. O carro do meu chefe foi apreendido. Tivemos que voltar andando pro jornal. Pensei, 'já que estamos esperando o chefe, por que não fazer uma matéria da blitz?'. E fui falar com o sargento. Que quase me bateu quando perguntei por que estavam realizando a blitz, quando peguei o gravador e quando percebeu que estávamos sendo multadas. Perguntou, inclusive, se ia colocar que o meu chefe foi multado nessa blitz na matéria. Mas até que rendeu.
Bom, ainda bem que, no nosso mundo Polliana, a gente pode rir bastante disse. E xô, inferno astral, a idade a mais já é suficientemente triste.

Obs. Na foto, a Monia, mostrando a alegria com os acontecimentos do dia.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Você acredita?

É difícil definir até onde pode ir a fé de alguém... o que pode ser considerado de ‘verdadeiro’ em meio aos falsos milagres. Essa semana isso me veio a cabeça. Existem algumas coisas que mesmo as pessoas que demoram a acreditar têm de dar o braço a torcer. É lógico que quem nega a existência de qualquer coisa sobrenatural irá achar explicações dentro do acaso para dizer que é apenas mais uma crença exagerada.
Dias atrás em conversa com um conhecido tive a prova disso, por mais que fossem dados exemplos ele criava teorias que negavam. Pessoa que até então eu tinha como muito inteligente, mas que caiu bastante no meu conceito. (Não por não acreditar em nada, mas sim por menosprezar a opinião dos outros, cada um tem direito a sua oras)
Passado algum tempo, parei de pensar sobre isso até hoje. Fui fazer algumas matérias sobre o aniversário de um município próximo ao meu e conversando com pioneiros da cidade voltei a questionar o tamanho dos milagres. Algumas histórias são divertidas, outras trágicas, relatos de uma época em que para enterrar o filho, o pai tinha de cavar a própria cova. Em uma dessas entrevistas, a pioneira contou a história de um padre alemão que foi muito importante para a igreja católica na região. Segundo ela, uma tempestade quase derrubou o pouco que havia na cidade. O padre então organizou uma novena e pediu graças para o município, para que nunca mais um temporal daquela proporção atingisse o local. Segundo ela desde então, nada de ruim aconteceu. Fato confirmado pelo chefe da agência do trabalhador que reúne alguns documentos sobre o padre.
Foi este homem também que contou outros feitos do padre. Todos em que ele usava a fé, dele e dos fiéis, em benefício do município. Não levarei em conta se foi sorte, coincidência ou um milagre o feito. Mas deixar na memória de tantos uma novena, após 30 anos, já um ponto positivo para o padre.
Não sou católica ou evangélica. Demoro a acreditar em muitas coisas ou mesmo pessoas, tendo sempre a desconfiar de tudo. Mas acredito em milagres. Já vi pessoas se curarem quando tudo dizia o contrário. Já escutei relatos de familiares que foram operados espiritualmente e tiveram cicatrizes, sem nunca terem sido cortados. Já vi minha mãe levantar e pedir ao meu pai que verificasse o portão, pois haviam avisado ela no sonho que ele estava aberto (trancar o portão sempre era responsabilidade dele, ela nunca ficava sabendo se ele ia ou não, e estava aberto naquele dia). Eu acredito... não em tudo, mas sim, não sou ateia, por mais que seja uma tremenda preguiçosa e nunca vá as reuniões do centro.


E vocês? Acreditam?

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Tem gente que ainda segue o que eles dizem, mas ainda bem que têm aqueles que não os seguem...


“É realmente espantoso que, em pleno século 21, milhões de pessoas ainda abram mão da sua liberdade de escolha, de sua racionalidade, de suas convicções íntimas e aceitem que alguma suposta autoridade (papa, igreja, presidente, general) lhes diga o que é certo ou errado e como devem viver as suas próprias vidas”. Renato Khair, no Balaio do Kotscho.

Esses dias estávamos conversando sobre a última eleição, a respeito da influência da religião na vida das pessoas. Muitos brasileiros não votaram na Dilma, presidente eleita, por causa do que ouviram dos pastores e padres acerca do aborto e do casamento entre pessoas do mesmo sexo. As igrejas condenam tais procedimentos, logo, a candidata, por apoiar tais, tornou-se o diabo em forma de gente.
O interessante é que, mesmo com tantas informações, com as ultras tecnologias e as inúmeras e imensas discussões sobre sexualidade, direitos femininos e igualdade sexual entre homens-mulheres-gays, a população ainda se prende às ideias dos líderes religiosos. Ideias estas impregnadas de preconceito e de irresponsabilidade, como o não uso da camisinha propagado pelo atual Papa Bento 16.
A gente pensa que ninguém os ouve, mas tem gente (bastante) que escuta. Escuta e faz aquilo que os líderes religiosos determinam. Os evangélicos são mais metódicos, conheço vários deles que fizeram campanha contra a Dilma ou votaram nulo porque o pastor pediu. Temos sorte – talvez essa não seja a palavra mais adequada a ser usada – dos católicos serem relapsos em sua maioria. Pois se eles seguissem seu líder maior as doenças sexualmente transmissíveis dobrariam, já que é difícil católicos e católicas que se ‘guardam’ para o casamento.
E você? Tem ido à igreja?

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Figurinha repetida


Todo mundo já teve um caso repetido. Às vezes acontece pelo clima do momento. Às vezes por carência. E às vezes porque desejamos.
Confundir os motivos é tão fácil que, por vezes, cometemos erros claramente tolos. Declarar o sentimento à pessoa errada é o mais comum deles.
E depois de perceber que aquele sentimento pertence à uma outra figurinha, você entende que o tolo, na verdade, é você.
Não há regra, não há equação que solucione o dilema. E compreender o que acontece bem no fundinho do coração é algo que só acontece com o tempo. E o tempo é verdadeiro, é aliado. Eu acredito.
Mas acontece. E você percebe. E torce pra dar certo.
A figurinha repetida completa o álbum.


Glad to be back. Bom dia, fuções!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Nem sempre promíscuos.


Olá, depois de muito tempo de molho, estamos aqui, de volta a ativa, já estava com saudades... Dia desses me revelei para uma professora da Universidade. Ela logo veio me dizendo que não tinha nada contra homossexuais, que inclusive ela tinha um casal de amigos que eram gays e que viviam juntos e naquele mês mesmo eles tinham ido à casa dela e ela inclusive teria deixado eles brincarem com o filho dela, pegarem o filho no colo... Eu fiquei meio chocado, na hora. Deixar que o filho fique "nas mãos" de homossexuais seria um perigo? Pensei que fosse pouca gente que pensasse assim... Não! Encontrei uma matéria no maringay.com que traz um estudo que constata que mães lésbicas não abusam de seus filhos. Tudo bem, a matéria é a favor da família de mães lésbicas, já que o resultado do estudo é positivo, mas para que este estudo? Para provar que existe respeito sim entre homossexuais e que eles não saem por aí pegando criancinhas inocentes. Refleti um pouco mais sobre isso. Também pensei no lado da moeda gay que é devasso. Há muita promiscuidade no mundo gay, fato. Mas também há promiscuidade no mundo hétero, fato. Penso que a parcela de gays não-devassos ficam ofendidos com tal tipo de contestação. Porque só para provar à sociedade que gays também são gente, já dá um trabalho enorme, agora também lutar para dizer que nem todos são promíscuos, é mais uma luta. Concordam? Opinem, gente.... Um beijo no coração e simbora colorir!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Jornalista. E bem pago.


Essa não é a minha realidade. Nem a da maioria dos meus amigos e colegas de profissão. Sofremos acúmulo de função, trabalho excessivo (a carga horária, de acordo com a convenção vigente, é de cinco horas diárias. Há quem trabalhe 12 por dia aqui na cidade) sem a devida remuneração de hora extra, falta de equipamentos adequados, abuso dos chefes...
Quem vê de fora acha que o que fazemos é pouco, porque geralmente não é braçal. Acreditam, também, que somos remunerados de forma exorbitante. Isso que conheço pouquíssimas pessoas que ganhem o piso, então imaginem! Isso tudo porque foi criado um certo glamour para a profissão que, para quem vê de longe, faz parecer que ganhamos o melhor salário do mundo. E não é bem assim.
Além disso, os veículos contratam não-formados e não-jornalistas desde a queda da obrigatoriedade do diploma. Porque é mais barato, mesmo que com menor qualidade. Mesmo que, às vezes, sem qualidade. Sim, eu sei que ter ou não diploma não certifica, a ninguém, qualidade. Mas já dá o direito de exigi-la.
Hoje o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (Sindijor) está de preto e roxo. E nós abraçamos a causa. Que o salário seja justo. As cargas horárias não sejam abusivas. Que tenhamos tempo para nós mesmos, de vez em quando. Para outros projetos. Outros sonhos. Que tenhamos nossos direitos garantidos.
Profissionais, é preciso que nos mobilizemos. Que nos valorizemos, senão, ninguém mais o fará. Hoje, nos vistamos todos de roxo ou preto. Pelos nossos direitos.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A atual do meu ex-namorado e as outras também


Você termina o namoro, acha que, apesar dos pesares, está livre. Para mudar de vida, para aproveitar os amigos, para conhecer outros amores. Mas não. Você ainda não está totalmente livre do seu ex-namorado. Por quê? Porque a atual namorada dele liga para você, manda e-mails para você. Visita-a todo dia, no seu Orkut.
Sim, vocês não estão mais juntos, mas ela acredita que há alguma coisa e por isso a persegue, constantemente, como puder, onde puder. Estranho não? Entretanto, acontece. Acontece todo dia, com alguma mulher. Aconteceu comigo também.
Em um dos meus términos, a atual do meu ex me mandava e-mails, pedindo para que eu ficasse longe dele – eu nem o via mais - , para que eu não respondesse os e-mails dele – eu não respondia, queria distancia - , para que eu não atendesse a ligação. Ok, fiz tudo isso, mas não porque ela pediu, mas porque eu não estava afim. É como dizem por aí, depois que acaba a relação, mantenha distância e mande luz e amor para a pessoa. Assim eu fiz, talvez sem luz e sem amor. Mas fiz.
Mesmo assim, a guria, a atual, me mandava e-mails gigantescos, confessando a insegurança que sentia em relação a minha pessoa. Talvez porque eles começaram a namorar poucas semanas depois de nós terminarmos... Enfim, o estranho e chato é ela me mandava esses e-mails. Eu respondi o primeiro, só. Depois fui ficando irritada, porque dos e-mails passou para ligações no meu celular. A partir daí, fiquei com dó. Fui grossa. Cansei de ser educada, falei para me deixar em paz. Funcionou.
Depois dessa maluca, recebo algumas visitinhas no Orkut. Não passam disso. Ainda bem, porque têm mulheres que quando se apaixonam, perdem a noção do ridículo. Isso acontece com várias, de todos os tipos, tamanhos, classe social e até nível intelectual. Não são só as não graduadas que armam um barraquinho por causa de homem. As doutoras também se expõem. Arrumam desculpas para ligar para ele, forjam situações para se encontrar com ele. Interpretam qualquer cena para ter a atenção dele.
Quando são tomadas por uma névoa de insegurança, mesmo estando com eles, atormentam quem a elas representa perigo. Que pode ser você - a ex - ou a melhor amiga e até o melhor amigo. Alguém entende?

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Mais valor, menos preço


Recebi um e-mail muito interessante. Falava de um artigo que o autor havia lido que dizia que, se tivesse economizados seus cafezinhos diários, suas pizzas com amigos e caipirinhas comemorativas, poderia chegar a ser um sexagenário milionário. "Aprendi, por exemplo, que se tivesse simplesmente deixado de tomar um cafezinho por dia, nos últimos quarenta anos, teria economizado 30mil reais. Se tivesse deixado de comer uma pizza por mês, 12 mil reais. E assim por diante". Ainda no e-mail, o autor disse que fez as contas. Se economizasse tudo o que o artigo dizia, teria, em sua conta, praticamente R$ 500 mil. Dinheiro que não tem. "Mas, se tivesse, sabe o que este dinheiro me permitiria fazer? Viajar, comprar roupas caras, me esbaldar em itens supérfluos e descartáveis, comer todas as pizzas que quisesse e tomar cafezinhos à vontade", comenta.
Ele conclui dizendo que é muito feliz em não ter todo esse dinheiro mas ter podido viver com prazer. Porque é preciso ser feliz, não rico. É preciso saber o valor das coisas, e não o preço que custam.
Preciso dizer que achei fantástico. É, no mínimo, uma lição nesse mundo capitalista.
E você, dá mais valor ou preço às coisas? Quer ser feliz ou rico?

sábado, 30 de outubro de 2010

No fim, um pouco de baixaria faz bem.



Os momentos a dois, as carícias, os abraços apertados, a coisa da sua boca na boca dele, das mãos dadas, dos pés entrelaçados debaixo do edredom. Não é fácil de esquecer. E dá saudade dessas coisinhas e de muitas outras mais. Então quando se discute, quando se magoa um ao outro, é mais fácil de esquecer aquele que um dia você desejou ardentemente e frequentemente.
A baixaria é necessária para o fim de um relacionamento. A briga e o ponto final tornam mais fácil o caminho daqueles que um dia se juraram amor eterno. Uma amizade? Melhor não. Sentimentos mornos não combinam com casais que viveram à flor da pele. E você, o que acha?

"Nada pior do que este amor fraterno entre um homem e uma mulher que antes já viveram loucuras. Melhor odiar aquele que você amou carnalmente do que torná-lo irmão. É por isso que todo relacionamento precisa de uma baixaria para acabar. Para não sobrar nenhum afeto civilizado, muito menos amor. Um amor morto. Amor molenga, flácido, gelatinoso. Amor de madrinha. Um horror." Fernanda Young

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O que as mulheres buscam...

Já ouvi de tudo, que mulher é incompreensível, que vivem em um mundo a parte. Uns dizem que para agradar uma mulher é preciso ter beleza, outros charme, outros dinheiro, outros falam que não é nada disso, que é preciso inteligência. Enfim, as explicações são várias. Quando são mulheres reclamando acredite, o discurso é bem parecido.
Diante de todas as ‘ditas verdades’, alguns dias atrás achei uma teoria nova, que é perfeita, e o que é melhor, para ambos os sexos. Não lembro o site e nem o autor (tinha salvo no computador do trabalho, mas ele queimou no último temporal e foi formatado).

Queremos ser especiais para alguém

Simples não? Não, não é. Para que isso seja verdade a pessoa que nos acha especial tem de merecer. Nós temos de acha-la especial também. De nada vale uma pessoa que não consegue somar dois mais dois dizer para você o quanto você é inteligente e ela te admira.
Isso se repete para tudo o que você valoriza. O homem não busca a mulher bonita e com o corpo perfeito simplesmente pelas suas qualidades físicas. Até porque, como disse o autor do texto: “Na hora da verdade, isso não interfere muito no prazer”.
Ele busca aquela mulher que poderia ter qualquer homem e mesmo assim escolheu ele. É essa sensação que causa tanta atração. O mesmo para a mulher.
Aquele cara charmoso conquistaria qualquer uma, mas mesmo assim ela tinha alguma coisa especial porque ele a quis.

Ciclo vicioso

Acharam que então é simples né? Mais uma vez, não, não é. Ninguém é perfeito e volta e meia vamos descobrir que aqueles que nos fizeram sentir especiais, não são tão especiais assim e é aí que muitos relacionamentos terminam. Nessa hora, o autor da teoria diz e eu concordo, o que vai fazer a diferença de verdade é o que os dois construíram juntos, o companheirismo pode sim substituir a atração inicial que era baseada em uma sensação egoísta.

E ae, concordam ou não com minha teoria roubada de um autor momentaneamente esquecido por esta que vos escreve?

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Machismo. Nas mulheres, inclusive.

Crescemos sabendo que nosso lugar é na cozinha. Aprendemos, de meninas, a lavar, passar, cozinhar, limpar, costurar. Todos esses infinitivos que fazem de nós boas esposas, boas mães, boas donas de casa. Juro, nada contra. Quando a pessoa é porque quer. Não por que lhe incutiram isso. Eu, mesma. Odeio afazeres domésticos. Mas amo cozinhar. Faço porque gosto. Tá, eu limpo, lavo e de vez em quando passo, também, mas só porque não posso pagar alguém para fazê-lo. Ainda!
Mas somos nós, mães, irmãs, tias, enfim, mulheres, que cultivamos isso. Nós, quando fazemos porque não é serviço de homem. Nós, que nos deixamos ser humilhadas por uma migalha de sentimento (falso!) que achamos nutrirem por nós. Nós, que permitimos que eles serem 'galinhas' seja uma coisa boa e nós, não. Nós, que criticamos quando uma de nós toma a iniciativa. Precisamos, nós, pararmos com isso. Precisamos aprender que temos o nosso lugar. E não ficar à sombra de ninguém.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Criança morre com tiro disparado supostamente pelo amigo

Hoje durante o dia acompanhei pela televisão a notícia de que uma criança de nove anos morreu nessa última quarta-feira, vítima de um disparo de arma de fogo dentro da própria escola.
A polícia suspeita que o disparo tenha sido feito por um outro amigo da criança.Segundo a professora responsável o menino atingido, Miguel Cestari Ricci teria ido até a sala com um amigo quando ela ouviu um desparo.A criança foi socorrida mas não resistiu.
A primeira coisa que pensei quando ouvi a notícia foi na dor dos pais.Como conseguir aceitar que seu filho foi para a escola e lá foi atingido por um disparo realizado po um amigo da mesma idade.De quem seria a culpa?
Logo em seguida a matéria o pai foi entrevistado.Confesso que chorei, chorei muito ao ver a dor do pai.Me coloquei no lugar dele e senti um aperto no coração nunca antes sentido.
Rezei.Num momento assim, só Deus pode conseguir confortá-lo.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Homonormatividade

Olá gente!!! Olha... Achei uma matéria num site que gostei muito... Vou postar aqui, mas se vocês quiserem dar uma olhada o site é www.maringay.com.br ...

Gays discriminam ao criar regras de comportamento para gays

Podemos fazer a seguinte reflexão: homossexuais, historicamente, sempre romperam com as normas. Aos mais ansiosos, peço cautela para explicar melhor tal afirmação. Não é da norma que tiramos a regra? E qual a regra em uma sociedade heterosexista, ou seja, em uma coletividade na qual se presume a heterossexualidade das pessoas? A regra é que a sexualidade se exerce entre pessoas de sexos diversos. É a democracia, como ditadura da maioria.

De mãos dadas com as normas existentes na esfera social, estão os preceitos que se alimentam e bebem da religião (ou das religiões), que são os conhecidos dogmas. Repare: convivemos em uma sociedade em que há o certo e em que se conhece o errado. Onde se dita a verdade e é-se implacável com a mentira. Normas, leis, regras: por quem? Para quem?

Recuperando, então, o raciocínio do primeiro parágrafo, os homossexuais vieram quebrando normas, rompendo ditames estabelecidos. Quiçá transgressores ou, sendo mais simplista e não menos intenso, corajosos. Os gays foram símbolo de libertação e ousadia. Não somente de sexualidade, mas de quebra de uma falsa hegemonia, diga-se de passagem, até hoje forçosa.

Mas parece existir algo mais forte e resistente do que as próprias forças e resistências. Mesmo que não queiramos considerar o ser humano como possuidor de uma essência, há que se considerar uma questão social, que seja, moldadora de algo interno nos seres humanos capaz de uniformizá-los ou deixá-los com necessidades de padrões e regras. Mais ou menos como reféns. Nós sempre temos e teremos que ser reféns de algo?

Por que levanto essa questão? Pois há tempos os homossexuais além de quebrarem regras, criaram normas para seus semelhantes. Normas que chamo aqui de homonormatividade. Tais regramentos perpassam não somente o visível, como a estética ou os valores, mas que se encaminham para cada vez mais consolidar questões metafísicas, como as regras. É, por óbvio, uma reafirmação dos próprios valores e questões outrora combatidos com veemência. Mais intensa ainda acabam sendo as discriminações geradas por tal lógica.

Uniformizar, igualar, discriminar, segregar, parecem ser conceitos hoje em dia pertencentes não apenas à sociedade que foi tão contestada pelos homossexuais no passado e no próprio presente. Pelo que se lutou contra no passado (ou pelo que se luta contra no presente), é repetido pelos próprios gays. São padrões nos quais, caso você não esteja, vai ser difícil sua inclusão. Gays têm corpos esculturais, têm roupas de grifes famosas e têm cabelos que são tendência. Se você não os têm, você está ‘out’.

Se você é um gay, você não pode estar gay. Quase como uma questão ética, se você escolheu ficar com homens, como pode em um determinado momento sentir atração por mulheres? Se você entrou para a caixa quadrada dos padrões gays, você não poderá abandoná-la com facilidade. Sair do armário é uma expressão que representa muito bem isso. Se você sai de dentro de um armário, isso demonstra que você estava escondido, meio sufocado, assim no escuro. Claro que muitos gays sentem-se assim, oprimidos justamente pela sociedade já mencionada, a heterosexista.

Todavia, sair do armário implica em assumir-se gay, ou seja, colocar-se dentro de outro padrão. Em outro armário? “Voltar” é praticamente impossível, para a maioria das pessoas, se você exerceu a sua sexualidade em um determinado momento com alguém do mesmo sexo, você é gay e ponto. Uma das tantas lutas do movimento gay, durante muito tempo, foi mostrar à sociedade que pessoas do mesmo sexo podem se amar e podem manter relações sexuais que consolidem esse amor ou não. Assim mesmo, igualzinho aos heterossexuais que transam com alguém que amam ou não.

No entanto, os homossexuais são tão iguais aos heterossexuais que repetem falhas de julgamento exatamente da mesma forma. Pois exercer o amor e o sexo com liberdade implica em não determinar um padrão, uma norma ou uma regra que esteja estabelecida. Você pode sentir atração com liberdade e exercê-la com a mesma liberdade. Só se está dentro do armário por uma ditadura imposta como verdade. Se o exercício do amor e da sexualidade fosse realmente livre, desprendido de verdades ou radicalismos, não se teriam armários de onde sair.

A homossexualidade, quando imita a heterossexualidade em sua forma de compreender a sexualidade, reforça um modelo bestial de compreensão do ser humano. Termos como passivo e ativo, por exemplo, cooperam para definir papéis dentro de uma relação. São, então, os gays ditando e determinando padrões, verdades. O homem historicamente diminuiu a mulher, uma violência rechaçada por muitos homossexuais. Todavia, tais definições (passivo e ativo) apenas reforçam isso e, ademais, a violência não é menor com o dito passivo.

A homonormatividade é, por si só, excludente. Você sai de um padrão social de maioria para um de minoria, mas não menos sufocante, angustiante. O exercício a ser feito talvez seja o de refletirmos a sexualidade humana, sem pensarmos nas “caixinhas” moldadoras e enquadradoras a que sociedade exige que pertençamos.

Pensar em uma homonormatividade é constatar que os gays deram um passo atrás, estão se conservadorizando, julgando uns aos outros em escalas de pode, não pode. Verdade, mentira. Certo, errado. Talvez tudo isso seja apenas uma necessidade imensurável do ser humano em sempre sentir-se culpado. Para existir a culpa, tem que haver o desvio. Para haver o desvio, tem que existir a norma.


Isso aí, galera... Vamos dar nossa opinião no assunto e simbora colorir que tá muito preto e branco por esses dias... Beijoooos

domingo, 26 de setembro de 2010

Não, não voltei



É inevitável.
Toda vez que passo pela primeira mina e vejo o xisto correr pela engrenagem ou, quando avisto ao longe a luz na torre da igreja, o coração acelera.
Dali em diante os quilômetros passam correndo, cada metro da estrada é um caminho trilhado, todo minuto faz parte da contagem regressiva para que eu esteja em casa, na minha casa, aquela que não é mais minha.
No quarto que antes era meu, outros móveis, uma bagunça diferente da que estou habituada. Nada ali me pertence mais, quem sabe algumas lembrança somente, entremeadas com minhas roupas que ainda estão no armário, sufocadas pela da nova dona. De meu, o quê?
Apenas a sensação de que estou em casa - aquela que há muito, muito tempo já não é mais minha.
Resta, agora, descobrir meu lugar, esse que o Betão me faz pensar com a música.

Existe, será, ou é questão somente de inventar?

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

E olha que é muito bom...viu!

Não gosto de filme brasileiro... nunca gostei, os motivos são os mais variados, desde o excesso de violência que impera nas produções nacionais a um pequeno preconceito que admito é uma vergonha. Mas essa semana foi a terceira vez que eu tive que engolir minha fala.
Fui ao cinema e assisti 'O bem amado' meio contrariada, pois eu tenho outra mania em relação a filmes e livros (nunca assisto ou leio quando alguém fala muito bem, acho que vou me decepcionar), mas como não queria ficar em casa era perfeito.

Me encantei. Muito bom! Em época de eleição então é perfeito. Não me lembro a fala,mas alguns cutucões que eles dão são demais.

A parte da imprensa então, perfeita e olha que sou representante dela. "Mas você mentiu..(disse o reporter que ainda acreditava nos preceitos jornalisticos)
Foi só porque a mentira do outro lado era maior!! (disse o velho dono do jornal)
Mas e aí pode? (Volta a indagar o coitado)
Claro!! (afirma o outro!)"
Precisa dizer mais?

Não gosto de violência nos filmes brasileiros, podemos vender mais do que apenas isso...Para quem não viu recomendo...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

As várias versões de um fato

Época de campanha eleitoral é ótima para burburinhos, diz que diz. Além de boatos e constantes fofocas, somos presenteados com versões diferentes de uma mesma história. Um único fato, mas zilhões de perspectivas.
Há tempos atras, um almoço entre Lula e a Folha de São Paulo ocorrido no ano de 2002 causou alvoroço na imprensa. Os comentários acerca do almoço se iniciaram no momento em que Lula, durante um comício em Campo Grande (MS), criticou a soberania dos poderosos e, sobretudo, o preconceito da imprensa, que o ridicularizou por anos devido a sua origem, as suas escorregadas linguísticas e, principalmente, a falta do diploma universitário.



“Hoje eu brinco com o preconceito. Hoje eu falo “menas” laranja e as pessoas acham engraçado, mas quando eu falava em 89, eu era um “anarfa”. Porque a ignorância dos que me achavam “anarfa” era de confundir a inteligência com o conhecimento e aprendizado de um banco de aprendizagem”, desabou o ex-operário.
No comício, Lula segue discursando e se recorda de um almoço que teve com o diretor da Folha, que o indagou sobre o seu desejo de governar e a sua falta de conhecimento. “ E o diretor da Folha de São Paulo perguntou pra mim: “Escuta aqui candidato. Você fala inglês?”. Eu falei, nao! "Como é que você quer governar o Brasil se você não fala inglês?" Eu falei: Mas eu vou arrumar um tradutor. "Mas assim não é possível, o Brasil precisa ter um presidente que fala inglês!". E eu perguntei pra ele: "Alguém já perguntou se o Bill Clinton fala português?", contou Lula.
Acerca do que foi perguntado, a Folha de São Paulo, diz que o presidente está equivocado e que foi acometido por uma falta de memória: "A memória do presidente anda ruim ou ele está distorcendo o episódio de propósito", salientou o diretor da Folha, Frias. Ele também afirmou que em momento algum Lula foi questionado sobre saber ou não a língua inglesa.
Lula diz que sim, Folha diz que não. E, por sua vez, Ricardo Kotscho se pronunciou sobre o assunto, pois na época era o assessor de imprensa de Lula. Em seu blog , ele descreve a história tal qual como a contou em seu livro, Do Golpe ao Planalto. O mesmo fato, várias versões. Com qual vocês ficam?

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Cheio de charme



Quando vi o nome em alguns relatórios ficava imaginando como seria. Um nome forte, sobrenome alemão, fiquei imaginando como seria aquela pessoa que me manda correios e assina papéis importantes. Imaginava que fosse um alemão daqueles tipicos, loiro, dos olhos claros, com uns 50 ou mais anos, cabelo branco, voz feia e uma camisa ridícula que não combina em nada com a calça.
Ledo engano, logo cedo fui chamada para uma reunião, ao entrar na sala me deparei com uma pessoa estranha, que logo se apresentou: Olá, sou Fulando de Tal, podemos conversar?
Na hora que ele me disse isso, fiquei mole, paralisada, olhando os olhos dele através do óculos maravilhoso que ele usava. Custei pra acreditar que aquele era o que assinava aqueles relatorios que eu recebia, não era nem um pouco parecido com o meu imaginário, era melhor, muitooooo melhor. Camisa clara, bom caimento, cabelo escuro, liso e de corte elegante, alto, boa postura, voz agradavel, rosto marcante, e o mais lindo de tudo, o sotaque catarinense...
Aquilo era o charme em pessoa, ficava imaginando quando ele tinha seus vinte e poucos anos o sucesso que fez, pois um homem daquele deveria ser absolutamente disputado em seu tempo de rapaz. Pra melhorar, ele me disse: Tenho um filho da sua idade! Eu por um segundo pensei, e dai? Idade não importa!
hahahahaha

*aii gente não levem a mal, mais esse tio que eu conheci merecia um texto, um dia eu consigo uma foto!
**ai meus hormônios!
hahahaha


domingo, 19 de setembro de 2010

Trezentas e vinte e sete vezes.

Deixa eu contar que eu consegui um emprego novo cheio de coisas novas, pessoas legais e jobs diferentes do meu costume?!
Aí, como não podia deixar de ser, recebi um vídeo por alguém de lá que achou que tais comentários fossem a minha cara.
A mocinha tem um tom meio lento, mas com o tempo acostuma. E eu achei a sinceridade da mãe dela muito honrosa! Haha

Tá aí! Boa semana, fuções.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

É, Carol, é emocionante...


Gente, vocês lembram da Carolina Monte Rosa, atriz que o site Jacaré Banguela está fazendo uma campanha para participar da série americana Mad Men? Aquela, de três posts atrás? Pois é, gente, graças a ajuda dos internautas brasileiros ela está no topo, com pouquissímas chances de alguém passar à sua frente. Mesmo assim, as outras atrizes estão correndo atrás do prejuízo, então ainda é preciso votar. É só clicar aqui, ver a Carol na foto (ela é a primeira, disparadíssima) e clicar em VOTE. Vamos lá, gente, também fazer parte dessa... corrente!

O vídeo abaixo a Carolina gravou a pedido do Jacaré Banguela, em agradecimento a toda essa votação. Vamos lá, brasileiros, o mundo, inclusive virtual, é nosso!!!



Não se esqueçam, VOTEM!!! Vai lá, Carol, treme os Isteites pra gente!!! ;)

Obs. A dica é da amiga Camila Rufine, parceira do Mexendo na Bolsa.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Era, mesmo, uma vez?


Era uma vez...
Era uma vez uma princesa bem linda (silêncio).

“Conta!”

Ok, era uma vez uma princesa bem linda (silêncio)

“Conta!”

Era uma vez uma princesa bem, bem linda?


É um drama, admito. Não sou criativa, pois, se fosse, já teria escrito ao menos um dos livros que sonho escrever. Parei na princesa bonita e, bom, como era mesmo seu nome? Vou usar uma já feita!

Vai lá, Branca de Neve, que seja.

Era uma princesa bem linda, de pele branquinha. Sua mãe morreu quando ela era pequena e o pai se casou com outra mulher. Mas ela, a nova mãe, era má, muito má (droga, talvez não seja a história adequada para uma criança que ainda vai ter padrasto e madrasta).

“A mãe dela morreu, mãe?”
Morreu sim.

“Mãe. Quero que apareça um cavalo e um rei”

Tá (hey. O príncipe dessa história demora a aparecer, mas tem o, tem o... Caçador!)

Então a bruxa má mandou o caçador levar Branca de Neve para o mato, matá-la e trazer seu coração numa bandeja, mas o caçador era bonzinho: mandou Branca de Neve fugir e levou para a bruxa o coração de um veadinho. Isso mesmo, ele matou um veadinho!

“Ah, não, mãe. Ele matou o veado? O VEADO? Droga, droga, ele matou o veadinho”


É, não, me equivoquei. Não matou veadinho nenhum. Ai, matou, não vou mentir.
Vira aqui: quer que eu coçe suas costinhas e narre um jogo de futebol?


Preciso urgente de histórias e livros, um pouquinho de imaginação também. Alguém aí sabe de um conto de fadas politicamente correto hoje em dia?

#mãeemcrisenahoradosono

domingo, 12 de setembro de 2010

A nova tortura medieval...


O exercício físico faz bem para a saúde, melhora a autoestima, emagrece e ainda oportuniza que você conheça novas pessoas. Verdade? Claro, incontestável. Mas não adianta... Nada me tira da cabeça que quem criou as academias, principalmente as salas de musculação, tenha se inspirado em filmes de torturas medievais.

"A musculação vai aumentar a sua massa muscular e também dar maior definição dos músculos em seu corpo."

Essa semana eu resolvi dar mais um passo na minha tentativa de parar de me sabotar. O primeiro passo foi no trabalho e, por enquanto, está dando certo. Hora de rever a saúde. Após muita insistência resolvi que, por mais que odiasse musculação, era a única coisa que o meu horário louco de trabalho permitia. Pesquisei, então, as "maravilhas" da atividade. Sim, eu acredito nisso, mas você já reparou na forma dos aparelhos? Todos aqueles ferros que se encontram na sala e, olhando de lado no espelho, você vê a cara de sofrimento das pessoas, como se estivessem sendo torturadas. O instrutor, então? Quando lembro desses filmes, o carrasco sempre era um homem super forte que se divertia com o sofrimento dos outros. Na academia que eu vou, o instrutor se encaixa perfeitamente nisso. Alto e super musculoso, ele está sempre sorrindo, mesmo quando você reclama. Vai dizer que isso não é, no mínimo, estranho?

"Para quem sofre de insônia então a musculação é excelente, pois quem malha dorme melhor, tem um sono mais gostoso o que vai resultar em uma sensação de bem estar."

Seria perfeito se... e somente se eu tivesse insônia. Longe disso, durmo demais, até em frente à bateria de uma banda...

"Outra grande vantagem que a musculação traz é melhorar a forma física, a força e a resistência para esportes como corridas, futebol, vôlei e muitos outros esportes, você fica com seus músculos e físico mais fortes para caminhadas e longas corridas."

Ok, parei por aí, se eu estou indo à academia é justamente para não precisar dessas coisas. Nunca fui boa em esportes e tenho certeza que não é levantando peso que vou melhorar!!! Apesar de tudo, vou continuar na ginastica sim, por mais que reclame, deitar com a consciência limpa que estou firme e forte na minha decisão "não tem preço!"

Sobre as coisas boas da aula, ainda não conheci ninguém interessante, ainda não me sinto mais disposta e nem deixei o corpo perfeito. Ok, mas sou um pouco apressada, faz só duas semanas que estou indo! Conto assim que as novidades surgirem.

Fonte da parte "séria": Dica feminina.net/musculação

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Vamos ajudar a Carolina?

Recebi essa pergunta no orkut. Mas, caracas, quem é a Carolina? Carolina Monte Rosa é uma atriz brasileira que está participando, até dia 17 (próxima sexta!), de uma seleção para um teste na série americana Mad Men, super premiada nos 'Isteites'. O site Jacaré Banguela (JB) começou a campanha de fazer com que a moça, que estava bem abaixo da primeira colocada nas votações, subisse ao topo com a 'força' da internet brasileira. É uma brincadeira que surgiu há uns tempos no mundo, de mudar o resultado das enquetes e que sempre teve a participação do JB. Segundo eles, claro.
Contudo, para que Carolina se mantenha na primeira posição, eles precisam da ajuda dos internautas e, para isso, contam com blogueiros e afins. A votação é feita apenas uma vez por dia, por isso, eles pedem que todos se lembrem de entrar todos os dias no site e votar. É simples. É só clicar aqui e, depois, no botão VOTE.
Achei legal e resolvi compartilhar aqui, também. Vamos lá, galera. Se não for para provar que, sim, nós podemos (a nossa força da internet, eu quis dizer!), que seja pelo patriotismo de ter uma brasileira virando gringa! Ou não!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O doce sabor da reciprocidade

Levar o fora é complicado, quem nunca o levou, por favor, retire-se do blog, pois você mente ou nunca se atreveu a dar uma investida. Investir é necessário. Eu garanto. O frio na barriga devido à resposta negativa que podemos levar é amenizado depois de um sim imprevisível, de uma declaração não esperada, de um sim dito de boca cheia. E para sentir esse doce sabor da reciprocidade é necessário coragem. Do não não se passa, como diz uma sábia amiga. E é preciso falar, expor, colocar para fora o que se sente, o que se deseja. Se a gente não expressa o que sente, podemos empacar e continuar sempre no mesmo lugar. E eu e você não somos pedras, não é mesmo? Tan Hong, do vídeo abaixo, se surpreendeu ao saber que Umi gostava dele.
E vocês, se declaram ou ficam esperando o próximo passar? Qual é o gosto da reciprocidade?

Fuck You...



Bom dia Gatos e Gatas!!! Vou deixar aqui um videozinho com uma música de Lily Allen chamada "Fuck You"... Contra a Homofobia... É mais um desabafo mesmo... Segue...





Também vamos prestigiar a seleção de fotos que o site mix brasil fez dos artistas mais gostosinhos Brasilieros...
É isso aí Gatas, um pouco de colorido pra vida

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Me morde vai....



Essa imagem resume o que é True Blood!
aiiiiiiiii que vondade de ser a Sookie!

hahahahahahahahaha

domingo, 5 de setembro de 2010

Comece a reclamar!

Uma vez eu escrevi sobre reclamações. Nós reclamamos. Demais!
No entanto, essa semana, percebi o quão bom é reclamar. Não muda nada. Não mesmo. Mas que dá uma sensação de descarrego, ahhhh dá. É como soltar aquele palavrão mais vulgar e que nem existe no seu vocabulário quando acontece aquela topada do dedinho do pé na quina do sofá. E não muda nada. A dor continua ali...
Me irrito tanto em escutar pessoas reclamando... Mentira! Me irrito em escutar pessoas reclamando continuamente e sem motivo. Porque é assim, quando escuto uma reclamação, eu normalmente reclamo junto. Mas aí, quando a parada fica infundada, os adjetivos se repetem e o assunto não evolui, se joga na fossa, meu bem.
Essa semana tivemos assuntos complexos e dignos de reclamações aqui no blog. A crítica situação da saúde brasileira, o ano eleitoral, a complicada formação de identidade e caráter das crianças, o infeliz aniversário da chacina russa e, por que não, a indignação da Mari em não ter aprontado em Curitiba.
Ao contrário do que eu disse da primeira vez, estou incentivando a reclamação. A indignação, sofrimento e medo que temos sentido diante de situações assustadoras e fora do controle não precisam se estagnar em nossos peitos sob um limbo de silêncio.
Reclamar é um pedido, exigência, protesto. Eu só vejo a reclamação como um primeiro passo. Quem sabe mudemos o cenário?!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Toda dor do mundo



Há seis anos, chorei no instante em que vi essa foto.
Parei, hipnotizada olhando a capa da revista e naquele dia decidi que não queria, mesmo, ter um filho e menos ainda continuar num mundo capaz de fazer aquilo com uma criança. Com tantas outras crianças.

Não cumpri o que prometi.
Hoje tenho um filho e ontem, ao ver a mesma foto, chorei novamente. Tive mais uma vez vontade de morrer para não sentir tanta dor, mas não teria coragem, não com alguém para preservar da dor sob minha responsabilidade.

Poucas coisas me marcaram mais que o ataque à escola de Beslan, na Rússia. Para quem não sabe ou não lembra, mais de 300 pessoas - a maioria criança - morreram em um ataque covarde, digo eu, desumano, contra uma escola. Nesta semana, o ataque completou seis anos e o local da chacina recebeu homenagens.

Não é de hoje que me desiludo com tanta coisa, que me sufoco com um nó no peito - que não desata. E algumas coisas, como a foto da mãe de Beslan, provocam essa angústia que grita com urgência. As crianças na carrocinha do lixo que passa aqui na frente de casa, o homem desmaiado no banco ao lado dos brinquedos do parque, os meninos drogados da praça, a falta de opção e perspectiva de felicidade para tanta gente - essa que desfaz a minha.

Não sei, gente, porque tanta coisa ruim. Não sei porque escrevi esse post, para relembrar ou para expor o medo que sinto todos os dias. Eu, que acredito em tão pouca coisa e tinha medo de menos ainda, fico no chão.

Com a diferença que agora tenho por quem levantar.
Te prepara, Wal. Agora você tem um mundo na sua barriga.