quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O natal


Adoro o clima de Natal... pessoas nas ruas, comércio aberto, cartões virtuais lotando a sua caixa de e-mail, filmes repetidos de crianças e Papai Noel na Globo e a expectativa de uns três diazinhos sem trabalhar. Outro dia estava pensando nisso quando li a notícia de que um bispo católico argentino estava querendo anular o Papai Noel e todo o consumismo que ele representa. Sou contra, totalmente. Gente, ok, a figura é inventada e incentiva as crianças a pedirem presentes. Mas já é tradição!!!!
Eu lembro de cada natal quando a campainha tocava e a gente corria para a porta da frente querendo alcançar o Papai Noel e só encontrava o presente lá. Enquanto isso, meu pai corria e dava a volta na casa, fingindo que tinha ficado no banheiro com uma dor de barriga! São coisas pequenas que marcam a infância. Natal não é só presente mas é esse encantamento que domina a todos.

O bispo argentino que está fazendo essa campanha é Fabriciano Sigampa. Ele exigiu a "oficialização" da inexistência de Papai Noel, já que o famoso velhinho de roupa vermelha que - segundo a lenda - reside no Polo Norte e distribui presentes às crianças em todo o mundo na madrugada do dia de Natal representa uma concorrência direta com Jesus Cristo.
Segundo a folha, o bispo argumentou que os pais católicos possuem a obrigação de contar a seus filhos a verdade sobre Papai Noel, o qual o bispo denomina de "o homem de vermelho". Segundo o bispo Sigampa, os pais devem dizer aos filhos que Papai Noel não fornece os presentes para as crianças, já que os obséquios possuiriam outros dois protagonistas: "são seus pais com seu esforço e com a ajuda de Jesus".
O bispo deslanchou a cruzada horas antes da inauguração da "Casinha do Natal". O resultado da intensa campanha? Assustados com as pressões do clero, as autoridades ordenaram a remoção de todas as figuras alusivas a Papai Noel na "Casinha do Natal".


Positivo?? Não!!! Graças à cruzada do bispo também acabou a campanha para doar presentes para crianças pobres no Natal do Chaco, uma das províncias mais empobrecidas da Argentina.
Ah, ontem passei umas duas horas com toda a família reunida fazendo bolachas de Natal, não acho que o sentimento que deve nortear as comemorações está perdido... e sou contra bispos que falam demais, seja na argentina ou em CM!

2 comentários:

  1. O bispo esquece que ele mesmo é quem está falando de forma errada para suas ovelhas.
    Essa coisa do verdadeiro sentido do Natal é a família quem passa para a criança. Os adultos que ensinam que tem Papai Noel, que tem Jesus Cristo. É claro que a figura do Papai Noel para as crianças é mais atrativa e que o filho de Deus fica em 2ºplano, visto às propagandas visando o consumo. Mas, quem ensina, são os pais. Não adianta ele querer acabar com o bom velhinho. Se os pais ensinarem que o Papai Noel é mais importante, ele vai ser o mais importante...

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  2. Interessante isso, Ana, especialmente por ser na Argentina. Ano passado, quando fomos pra lá, ficamos surpresas pq as comemorações lá são bem menos consumistas que aqui. E se o bispo pregasse, ao menos, o fim do consumismo...
    Que os religiosos ferrenhos parem de usar cabresto. Porque ninguém merece, vamos combinar!

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