quarta-feira, 28 de abril de 2010

Receita de Homem




“As muito feias que me perdoem, mas beleza é fundamental”, já disse Vinícius de Moraes em sua tradicional Receita de Mulher. Para o Poetinha, a presença de “qualquer coisa de flor nisso tudo” condecorava a mulher ideal, aquela que combinava o que seria essencial de haver em todas. Algo um tanto irreal, concluo.

Amantes ou não de poesia, cada um tem sua receita e cada mulher, a curiosidade de sabê-la, mesclada com a pretensão de atendê-la. Assim eu li a descrição da mulher ideal para o Ivan Martins. Não sem frustração percebi de imediato que eu não era a mulher ideal para ele. Não daríamos certo. Dentre as várias características que eu não tenho, leveza definitivamente não me define, embora a carga dramática e a languidez dos olhos tenham diminuído gradativamente e eu já consiga ver o mundo com avidez e curiosidade. Não a suficiente para que eu passe por cima de coisinhas que, para mim e para o Marcelo Rubens Paiva, colocariam tudo a perder.

Caso é que comecei a pensar no homem ideal para mim, calculando variáveis que certamente o destino não se encarregará de analisar. E embora essa definição venha sendo construída há anos, confesso que não deixa de ser confusa - e irreal, claro, tanto quanto à famosa receita. Primeiro porque meu homem ideal não tem um padrão definido e consequentemente, nunca é aquele que me tira o fôlego. Fosse assim, inteligente e focada na hora de me envolver com alguém, não teria passado tanto tempo sofrendo por uma pessoa que em nenhum quesito se encaixou no que eu queria. Sim, pode ser didático enumerar as características da pessoa ideal - e, claro, aprender a dizer não para quem não se encaixa em nenhuma delas.

Meu homem ideal não precisa ser alto, moreno, magro e usar óculos, mas, sei lá por qual motivo, sempre babei nos nerds. E jamais me envolvi com um deles. Minhas definições de beleza são peculiares demais para que encaixem em algum padrão, então, nem vale a pena pensar nisso. Deixo para Hegel a missão de descobrir o que é o belo. Para mim, ele está exclusivamente ligado ao que eu não conheço inteiro. Ele deve ser INTENSO, aparentar um pouco de drama e ter uma inconfundível carga de mistério e melancolia no olhar. Não suportaria alguém a passeio.




É elementar que escreva - e muito bem - porque, inevitavelmente, me apaixono antes pelas palavras (vide meu amor incondicional por escritores). Fundamental que não tenha vícios lingüísticos, que goste de literatura (e não inclua nisso auto-ajuda), que tenha bagagem e interesse em discutir comigo aquele traço que ninguém fez conta de notar. Não precisa escrever poesia, mesmo porque acho os poetas muito inconstantes, mas seria interessante se gostasse. Se não gostar, mas se interessar pelo meu Vinicius, vai ganhar pontos, bem mais do que se passar por ele com rimas pobres. É, ele precisa ser INTELIGENTE e CULTO.



Meu homem ideal não precisa saber cozinhar nem lavar com precisão, no outro dia, a louça do jantar especial que eu farei de bom grado cotidianamente. Antes disso tem de ser COMPANHEIRO e me surpreender na cozinha com um abraço quente enquanto eu observo o ponto do molho, quem sabe até se oferecendo para cortar algum legume, fora do meu método, e correr o risco de me irritar com isso.

Ele tem de entender, mesmo que com esforço, que eu posso ser prática em um momento e metódica nos demais, uma dicotomia que anda. TOLERANTE, não deve tentar me convencer de verdades que para mim não existem. Não pode levar tudo ao extremo, mas não pode parar no meio termo, porque aí já estou eu. Ele tem de me surpreender, pegar minha mão e me levar a enxergar mais que as 24 horas habituais de planejamento que tenho para o futuro. Se escolher o sabor do sorvete ou do suco, o local do jantar ou o destino da viagem de férias, tanto melhor, gosto de quem é DECIDIDO, isso me ajuda muito, cobre a lacuna do não sei ou do tanto faz que mantenho na vida.



É elementar que seja LEAL, que eu possa confiar nele indubitavelmente. E que deposite a mesma confiança em mim. Que entenda a minha carência que não acaba. Que seja bom, o contrário de ruim e mesquinho. Que entenda que eu posso até ter pensado nisso tudo como ideal, mas que o amanhã é outro e as prioridades podem mudar.

Eu poderia citar mais dezenas de predicados, mas acho que isso só complicaria a questão. É um pouco insano apostar as fichas em uma procura por alguém que caiba exatamente no seu sonho, como já cantava Cazuza.

Mas, daí que eu fico curiosa: para você existe a pessoa ideal?
Quem é o seu homem ideal?

P.S.: dos moçoilos das fotos, deixo para vocês o Van Damme (uma gracinha de intelecto, né? Leva para casa!).

Os outros são o o Antonio Prata, o Marcelo Rubens Prata e o Ivan Martins. Grandes paixões, homens ideais, quem sabe. Não custa sonhar, né?

terça-feira, 27 de abril de 2010

A beleza dos poetas

Outro dia assistindo o jornal eu vi uma matéria sobre Vinicius de Moraes. Nunca fui muito fã de poesia, nem de ler, muito menos produzir uma. Mas fiquei pensando em uma frase e resolvi conhecer um pouco mais sobre ele. A frase?
“Me desculpem as feias, mas beleza é fundamental”! Me pareceu um pouco superficial demais para um autor de tantos poemas famosos. Mas parece que ele era, não superficial, mas defendia uma posição. Lendo sobre ele achei um blog com um texto muito bom.
http://omelhoramigo.blogspot.com/2006/07/as-feias-que-me-desculpem-mas-beleza.html.
A volubilidade dos homens com o requinte da poesia. No texto, o autor descreve o machismo de Vinicius de uma forma poética. Não vou entrar novamente na discussão sobre cavalheirismo, gerou muita polêmica e ultimamente, já tem muita gente brava comigo pelo que escrevo! Mas recomendo que leiam, é um texto no mínimo divertido.
Mas outra frase de Vinicius me colocou de novo a pensar.. “Até o amor que não compensa é melhor que a solidão”. Será? Tive uma discussão justamente sobre isso. Ficar sem ninguém é triste, lógico, principalmente quando você está com algum problema e quer que alguém fique do seu lado sem questionar se você está certa ou não. Mas um amor que não compensa ficaria do seu lado? Eu acho que não. Todos querem uma companhia independente se você é homem ou mulher, mas uma que compense por favor!!! Ah, só para terminar, sobre a beleza, não sei se os homens vão concordar comigo, mas gosto é uma coisa muito pessoal, a beleza fundamental também!!!
Para não ser tão melosa, deixo uma parte da música da banda Pedra Letícia... é machista, lógico, mas se a poesia pode ser, porque não o humor?



Veja aquela moça
Aquela bem baranga
Ela diz:
"pobrema"
Ela tem bigode
E sem falar na pança
Tente entender
Ela quer ser feliz como você
Ela também tem coração
Então faça uma boa ação
Pegue uma baranga
Diga que a ama
Chama pra assistir DVD
Detona a Juliana Paes
Critica a Aline Morais
Declame: "Eu prefiro você!"

segunda-feira, 26 de abril de 2010

O que você vai contar para seus netos?


Algumas pessoas me dizem que sou louca, sem noção e inconsequente. Não acho que sou isso, eu apenas vivo. Vivo cada segundo como se fosse o último, sou extremista, quero tudo junto ao mesmo tempo e agora. Adoro viver uma emoção, uma sensação nova, uma coisa diferente!

Por isso sou ousada e não louca, gosto do desconhecido, e isso lógico que gera muitas histórias, histórias essas que dariam um livro, grosso, cheio de passagens engraçadas, algumas tristes, enfim, minhas histórias.

Por isso eu sempre digo para as minhas amigas: Não tenham medo, apenas permita-se!

A nossa vida é curta, e eu estou dando conta a cada dia que ela passa rápido de demais!

Por isso que eu me jogo, pulo de ponta, sem medo!

E assim, sou feliz, vou vivendo e colecionando minhas histórias!

Ps. Eu não quero ter filhos, logo não terei netos! hehehe

domingo, 25 de abril de 2010

Tentando Tentar..

Todos os dias quando eu acordo eu tento continuar tentando, fujo da vontade de desistir.
Fujo da vontade de não querer, jurando ao mesmo tempo querer.As marcas como sempre permanecem, fazendo assim o seu papel.
Resta a esperança,aliada a uma pitada de ânimo misturada a quilos de amor...

sábado, 24 de abril de 2010

Geração Y


Na volta da minha viagem, passei praticamente o dia todo no aeroporto. Depois que meu irmão foi embora, fiquei mais de 5 horas aguardando o horário de embarcar. Nesse meio tempo conheci algumas pessoas. Entre uma conversa e outra, contei a um senhor do Espírito Santo que pedi demissão do emprego em que trabalhava na Bahia porque meu chefe não havia liberado a minha vinda para as Bodas de Ouro da minha avó. "E eu sou muito ligada à família", completei.
Ele, curiosamente, com algo que quase era um riso no rosto, me disse a geração Y é assim mesmo, e que o mundo vai ter que se acostumar a ela. Gilson, o nome do homem com quem conversava, aparentava pouco mais de 40, era careca e com as sobrancelhas perfeitamente desenhadas à lápis. Jeito calmo e firme de falar, me explicou que a tal geração Y, da qual faço parte, tem uma vontade enorme de renovação. E não aceita mais desculpas que não sejam bem justificadas, disse. Mesmo que seja do chefe. Como cresceram questionando os próprios pais, não vêem mal em fazer o mesmo com o empregador. Sem saber a hora de calar, agravam um relacionamento com o gerente de 50 anos que diz “não faça isto não faça aquilo”.
Fiquei intrigada. Isso é bom ou mal?
Consultando nosso amigo google, ele me disse que a geração Y tem membros que ainda não atingiram os 30 anos. Mais: esta geração entra na força de trabalho numa época marcada pela maior mudança demográfica de todos os tempos e as empresas nos EUA estão com a sua força de trabalho envelhecendo. Pessoas com 60 anos de idade estão agora trabalhando ao lado de pessoas de 20 anos de idade, graduados do colégio com mente fresca estão supervisionando trabalhadores que poderiam ser seus pais.
Sobre a inconstência dessa geração, pesquisadores afirmam que trocam suas profissões mais rápidas do que os estudantes passam de série que estão estudando, criando frustração para os empregadores, lutando para reter e recrutar talentos de alta performance. Isso porque a geração está acostumada com diversas atividades desde muito pequenos. São preparados, especializados e entendem de diversas áreas. “Eles também acreditam no se próprio valor”, afirma Bruce Tulgan, o fundador de New Haven, CNN.
Sobre a Geração Y:
- Eles têm dicas para finanças e se preocupam com benefícios de planos de aposentadoria.
- O equilíbrio na vida no trabalho não é um mar de rosas, então querem um trabalho que seja flexível (aí o que o meu amigo de aeroporto, Gilson, me disse), opções de trabalhar em casa pelo computador e a possibilidade de serviço de meio período ou de deixar a força de trabalho temporariamente, quando as crianças estão na prioridade.
- Mudar, mudar, mudar. A Geração Y não espera permanecer no emprego ou na carreira por muito tempo, mesmo porque não gosta de ficar por muito tempo em qualquer compromisso. Esta é a geração de tarefas múltiplas, e eles podem viajar pela Internet, comunicam-se por e-mail, pelos seus Blackberrys ao mesmo tempo em que falam nos celulares enquanto conversam online.
- Acreditam no seu autovalor e valorizam-se suficientemente e não são tímidos quanto a tentar trocar as empresas para quem trabalham. Isto pode ser comparado a Geração X, a geração nascida entre 1960-70, conhecida pela sua independência de pensamento, favoráveis a mudança e enfatizando a família.
- Conflitos quanto à vestimenta casual no lugar de trabalho, já que a geração é acostumada a chinelo de dedo, tatuagens e roupas confortáveis e nada formais. O que pode gerar um certo estranhamento e desentendimento quando são colocados à frente de vestimentas assim.
- Esperam que lhes digam com frequência como está o seu trabalho, já que têm expectativas diferentes das outras faixas etárias. A geração é tão determinada que até mesmo os empregadores estão examinando novas maneiras de recrutar, reter e atrair os trabalhadores mais jovens e flexíveis no trabalho e outras qualidades, geralmente atrativas da geração. Recompensas como folga, escalas flexíveis de trabalho e reconhecimento constante para seus funcionários são bem vindos a eles.
- Só que nem tudo são um mar de rosas. Mais de 60 % dos empregadores dizem que eles estão experienciando tensão entre os empregados das diferentes gerações, conforme pesquisa, que indicou que mais de 70% dos trabalhadores mais velhos estão desvalorizando as habilidades dos trabalhadores mais jovens e, perto de 50%, diz que os mais jovens estão desvalorizando as habilidades dos companheiros de trabalho mais velhos.
E você, o que pensa dessa geração? Que vai ser do futuro com eles? Ou conosco, depende do ponto de vista.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Quem tem medo de mulher independente?


Dias passados, um de nossos amigos vibrou ao ler a matéria: Eles agora preferem moças independentes e livres!, na TPM deste mês. Ao lê-la, disse em alto e bom som que o discurso de sindicalistas dos anos 70, que de acordo com ele reina neste blog, não condizia com a nossa realidade de século 21, visto que hora ou outra falamos do repúdio masculino por mulheres independentes e seguras.
A matéria dizia mais. Afirmava que, segundo pesquisas: 97% dos homens brasileiros não se sentiam ameaçados por mulheres independentes; 87% dos homens disseram gostar de parceira da mesma idade e 90% expressaram que não se preocupam nada com a diferença de idade quando o assunto é relacionamento. Tá contente? Tem mais. Os mesmos entrevistados disseram gostar de moças com vasta experiência sexual e de opiniões fortes. O século 21 é nosso? (Você deve estar se indagando, quase afirmando).
Errado. Tudo isso é uma pegadinha da TPM, que brincou com o fato de abril ser o mês da mentira (1º de abril, sua calça caiu!). Lá embaixo, no rodapé, um trecho discreto que escondia todo o segredo irônico da matéria. “A notícia que você leu acima é absolutamente falsa, mas, como é dia da mentira, achamos que podemos nos enganar um pouco e ter 2 minutos de felicidade ilusórios!”
Mas, será mesmo que os homens se intimidam com mulheres independentes? Curiosa, perguntei aos homens, entre 20 e 36 anos, do meu msn sobre o assunto. Surpresa! 100% dos entrevistados responderam não ter problemas com a independência feminina. Confirmaram a mentira da matéria citada. Não é mentira! Até o mais machão deles, diz-se satisfeito com a independência do sexo oposto.
“ Não me sinto intimidado. Muito pelo contrário, faço questão que as mulheres sejam independentes. E quanto maior sua instrução, melhor. Isso me obriga a pensar no que falar para travar um bom diálogo, o que é muito bom. Sair com menininhas tímidas e que não têm experiência nenhuma não é comigo”. Sobre a mulher ganhar mais que o homem, brinca: “Vamos concordar que não é muito difícil ganhar mais do que eu [mais um jornalista desiludido financeiramente], então não posso pensar muito nisso, embora faça questão de pagar a conta do restaurante”.
A maior parte dos entrevistados também frisou que fazem questão da mulher ser independente. “Para falar a verdade eu prefiro as mulheres independentes, que conseguem levar a vida delas por conta própria”, disse um deles, enfatizando que até averigua se o que ela tem é conquistado ou dado. “Eu gosto de saber se elas conseguiram aquilo por conta própria ou se ganharam tudo de mão beijada dos pais, quando sei que os méritos são delas aí eu gamo para valer”. Tomar nota: ter carro, casa própria e outros pertences, frutos do próprio suor, atualmente são charme!
Homens gostam de mulheres inseguras. Preferem cuidar a serem cuidados. Mitos. “Não gosto da ideia de alguém depender de mim para tudo, prefiro uma mulher que pense por si só e que possamos no ajudar mutuamente”, disse um dos entrevistados. “Eu apoio e prefiro mulheres independentes e seguras. Para mim, as mulheres não devem ser dependentes de ninguém e sim conquistar seu espaço sem relevância de sexo”, afirmou o outro.
Mulher independente está na moda. E vocês, estão na moda também?

PS: O fato dos entrevistados cursarem ou já terem concluído faculdade, acredito que influencie decisivamente para essa aceitação da mulher contemporânea, assim como a faixa etária na qual estão inclusos. Se perguntasse para homens a partir dos 40 anos ou para aqueles com menos instrução, talvez (acho que é certeza) as respostas teriam sido diferentes.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Racionalizar é a ordem. Ou não.


Partindo da racionalidade enxergo maior percentual de eficácia.
Definitivamente, não somos todos iguais. Por isso tanto debate acerca de tanto assunto. Política, padres pedófilos, Cicarelli na praia, big brother e uma exponencial decadência de assuntos.
Os números concretizam fatos. Fato. Se deles é possível analisar ações e reações físicas visíveis ou não, acredito, a fórmula do amor deve estar aí, em algum lugar.
Contextualizando cenas reais, me utilizo de regras de l'hôpital para crer que tendências acontecem na variação do tempo. E seria fácil demais se, inumeravelmente, pudéssemos aplicá-la a tudo. Ao amor, ao interesse, ao desinteresse... A ausência tende a zero, a presença tente ao infinito. Ponto.
Concluindo a idéia de que não somos todos iguais, não pensamos, também, da mesma forma. Então a mesma situação se resolve de maneiras tão distintas para tantas pessoas e, com influência de agentes externos, a solução também se modifica. Assim, se uma fórmula tão concreta e previsível pudesse calcular as variáveis, assim como temos a certeza de que 1+1=2 - sem tendências - agradeceria aos cosmos.
O raciocínio lógico separa. Racionalizar separa. A análise holística, calculando cada fração de cada equação deve sim, mostrar algum caminho.
A dúvida está nas variáveis, porque não é inteligente esperar muito tempo, viver sem fazer o que realmente tem vontade de fazer.

A regra de três resolve tanta coisa... podia resolver questões do coração, não?!

terça-feira, 20 de abril de 2010

Será que ele é?


Dia desses um amigo falava que na atualidade existem muito mais gays que antigamente. Discordo. Acredito que sempre existiu muitos gays em todas as esferas sociais porém hoje muitas pessoas decidiram sair do armário para mostrar sua face. Considero um avanço enorme para nossa sociedade, apesar de ainda existir muito preconceito. Pessoalmente tenho vivido momentos ótimos, saí do armário para alguns amigos meus héteros para os quais eu tinha um medo super grande de me abrir. Eles reagiram (surpreendentemente para mim) de forma maravilhosa. Disseram que sabem quem eu sou e o fato de ser homossexual não muda, em nada, aquilo que significo para eles. Besteira minha ter medo de falar isso a eles. Mas também não tenho culpa se o medo foi criado em mim. A sociedade sempre teve, sempre tem e sempre terá muitos gays, mas a tendência é encontrarmos a cada dia mais casais de homens ou mulheres andando de mãos dadas pelas ruas e torcando carinhos. Eu sei que, como resultado deste texto, as meninas devem estar se perguntando sobre os meninos que conhecem. Será que eles são? Não sabemos, mas uma amiga minha agora anda do meu lado perguntando quem é e quem não é. Hahaha... Fácil. Fazemos o teste dos três segundos. Um homem quando fixa o olhar no olhar do outro e fica preso por três segundos pode constatar que ali existe algo. Se o outro desvia o olhar rápido, aí num rola. Alguém tem mais receitas? Rsrsr

domingo, 18 de abril de 2010

Cantada amiga, amiga...




Já passei em frente à obra para ser elogiada. E lanço mão de uma sinceridade burra ao admitir isso. Mais: não fui sozinha, mas façamos ressalvas, éramos garotas com uma depressão lascada, um complexo de mulher feia que não tinha quem tirasse e um senso de humor inigualável para classificar os elogios. Verdade seja dita, “ô lá em casa” foi a frase símbolo de uma época, aquela em que as intervenções “galantes” eram até que divertidas.

Acontece que, hoje, pensando bem, isso não tem graça nem na mais baixa auto-estima, porque de Rita Cadillac eu não tenho a bunda nem a causa. Tenho é vontade de olhar para trás e responder bonito, assim, “na sua casa para quê, meu amigo? Acha que carrega toda essa areia que você mesmo colocou no meio, no seu caminhãozinho?”. Bem grossa, eles pedem. Infelizmente ou não, sou polida o suficiente para ignorar e seguir em frente. Muitas vezes com a cabeça baixa e um ar de beata, só para não ter de ouvir. Não sem raiva.

Se o Brasil é o País dos homens que se acham no direito de elogiar sem a menor abertura, Santa Catarina deve ser o berço do movimento. Não tem obra que não atrase neste Estado, não há buraco na rua que a Casan (leia-se Sanepar para quem é do Paraná) tampe em menos de uma semana. Tudo para se uma mulher passa, todo quanto é tipo de elogio se escuta. Dos mais leves aos mais ousados.
Não é à toa que a graça de proibir o uso das pulseirinhas coloridas, as famosas “pulseirinhas do sexo”, começou no município de Penha, litoral do povo de barriga verde. Se uma mulher não pode nem mesmo se vestir formalmente e passar incólume pela rua, imagina só se usa o tal adereço...

Mas, sinceramente, diga lá, a culpa dos estupros registrados em algumas cidades brasileiras foi o uso das pulseirinhas, como estava estampado em grandes jornais de repercussão nacional? Outros estupros e violações da liberdade individual das mulheres, certamente, aconteceram porque elas incitaram, é possível concluir com essa lógica.

Eu não posso crer que uma mulher que usa as pulseiras está se sujeitando à violações de qualquer ordem em seu corpo. Creio que ela está exercendo um direito seu e único, o da escolha, assim como opta pelo azul ou pelo vermelho, pela calça jeans ou pelo vestido, pelo esmalte carmin ou pelo renda. Nos significados atribuídos às pulseiras não está dito que qualquer um pode se aproximar, tocar a pele ou cabelo (como se nota sem espanto algum em lugares públicos simplesmente pelo fato de mulheres serem mulheres), se apoderar do adereço e, por isso, ter algum poder sobre as vontades de quem as usa. Assim como a vereadora Renata Bueno, em carta que tive acesso pela Boca Santa, acredito ser primário condenar um adereço quando o que desencadeia as reações exacerbadas, na verdade, é a visão que se tem do que a mulher pode ou não. Vamos proibir minissaias, decotes, salto alto, batom vermelho e o vestido rosa em pernas grossas de Geysi Arruda, então. Usar não pode. É feio... Olha só o que os homens podem pensar, ou pior, gritar para a toda rua ouvir ou fazer, então, loucos de desejo pela incitação implícita (nem tanto em alguns casos, mas, controlem-se, são seres racionais passíveis de educação, ao menos).

Pode ser exagero - e sei que isso é o que muitos acharão - mas nisso a nossa cultura não se diferencia tanto da muçulmana das burcas. A diferença é que a nossa burca é andar de olhos baixos, ouvindo gracinhas que, muitas vezes, só geram asco. Não que a maioria dos homens pactue com isso, não estou generalizando, assim como não digo que todo pedreiro ou todos aqueles que consertam os paralelepípedos das cidades catarinenses o fazem, até mesmo porque não há classe social em que possam ser enquadrados, nem categoria trabalhista ou qualquer outro nicho. Não há generalização.

Há aquela parcela incômoda, que em qualquer lugar e situação, se acha no direito de encarnar o macho alfa e fazer questão que a gente ouça. Infelizmente.

P.s.: como não dá para esperar aqui o comportamento de europeus, apesar da ascendência, vale a pena levar na esportiva quando o “elogio” é, ao menos, engraçado. Se não deu para escapar do “ô paixão”, do “ô lá em casa” ou do “se verde está assim imagina só quando madurar”, sorria e testemunhe, aqui.
Vale o bom humor, a saúde... “E que saúde, hein, morena?”.

sábado, 17 de abril de 2010

"All the single ladys..."



Há alguns dias atrás uma amiga, que recém terminou o namoro, disse: "A gente nasce sozinho, morre sozinho. Ninguém nasceu grudado em ninguém". Fato. Mesmo assim, não há nenhuma regra que diga que devemos passar a vida sem alguém ao lado. Não por necessidade, privação, posse, egoísmo... pelo simples prazer de compartilhar momentos, carinhos, amor. 

O problema é que lá na nossa infância somos metralhadas com histórias de amor onde tudo é perfeitamente perfeito. Chegamos na adolescência sedentas por aquele amor devassador. Procuramos então alguém para amar. 

Começamos com relações platônicas, breves, fulminantes. Lembra aquele príncipe encantado que a gente procurava? Aquele tal verdadeiro amor? Descobrimos que ele mente, não tem cavalo branco e muito menos carrega você no colo correndo pelo campo com o brisa batendo ao rosto. Meninas entendam: é natural que no percurso da incansável da procura pelo amor a gente se desiluda, chore e sofra muito.

Algumas decepções são tão estrondosas que muita gente perde, mesmo que momentaneamente, o interesse de se envolver novamente com alguém. Para algumas, esse "tempo" pode significar o resto da vida. Aí está uma típica solteira por opção, aquela que decidiu desistir da procura do amor. 

E não é porque você optou por ser solteira que ficará sozinha. Essa frase é campeã nos subnicks de msn. Até porque, as pessoas tem por ideia de que felicidade só é completa quando temos alguém do lado. Mentira. Por outro lado é melhor ficar sozinha e aproveitando a vida do que estar do lado de alguém que não te respeite e ame. A solidão pode (e deve)ser entendida como uma opção. A solteira não tem nenhum interesse em encontrar um parceiro estável. Ponto. 

Algumas solteiras estão por aí levantando a bandeira da solteirice e com o olho em busca de um parceiro. São aquelas que acreditam que chutaram o saco de Jesus a cruz e não têm sorte com o amor. Tem sim amiga, acredite. O pior de ser solteira com vontade de não ser, é a frequente busca de novos parceiros por amigos. Sempre tem um querendo apresentar o colega de trabalho, primo, amigo, vizinho, etc. Isso vai deixando a pessoa cada vez mais frustrada por não encontrar um parceiro. 

Se você é daquela que se pergunta porque não tem sorte com os homens, que acredita que todos os homens bons sejam gays ou estejam casados, desencane. Está na hora de procurar ajuda. Vá ao salão, mude o cabelo, faça as unhas. Compre roupas novas. Se ame e vamos dar um up nessa vida. 

Não é de um dia pro outro que vamos arrumar alguém que corresponda a nossa expectativa. Você não anda sendo exigente demais? Ponha na cabeça que todas as pessoas do mundo têm defeitos. Você vai ter que se adaptar a isso. 

Você está feliz solteira? Se sim, ótimo! Não deixe que as pessoas influenciem em como você deve se sentir. Na hora em que você balancear os prós e contras de ser solteira e ver que vale a pena arriscar, arrisque. Até lá, curta o momento, curta você, se ame. 

Lembram quando o casamento era obrigação? Aos 20 anos você já estava casada, com filhos e cuidando de um lar. As famílias estipulavam isso e aquelas que não se encaixavam neste padrão eram perseguidas. Isso é passado. Não, ser solteira não é ter má sorte na vida. Quem ainda classifica as pessoas desta maneira merece uma surra de pau com prego na ponta. 

Então, se você está solteira, aprecie o prazer da sua privacidade. Viaje, compre, saia, tenha múltiplos parceiros sexuais. Esteja convicta de que isso é o melhor. O importante é se amar e acreditar na felicidade. Quem sabe o amor não te encontre e faça com que todas suas crenças sejam esquecidas?

funny animated gif

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Descobertas

Esta semana, me fizeram descobrir uma coisa sobre minha personalidade que eu não conhecia. Não gosto de pessoas que gostam de aparecer.
Não consigo simpatizar com aquele cara novo que entra em um lugar e se acha o amigo da galera. Não gosto de meninas que ficam tentando atrair toda a atenção para si. Não gosto que joguem para todos os cantos a sua opinião. Se estou certa, não sei. Se isso tem a ver com a minha característica, também não tenho idéia.
Mas além de conhecer um pouco melhor a minha pessoa, rs, esse ‘defeito’ é o 3º que descobrem antes que eu. Nunca tinha pensado que isso poderia fazer eu gostar ou não da outra pessoa, mas é extremamente verdadeiro. Assim como quando um amigo me disse que quando fico mal, falo muito e coisas incoerentes, bem distante do que eu realmente gostaria de dizer. Ou quando há anos, uma amiga me falou que quando estou nervosa, ando mais rápido.
Amizade é uma coisa interessante né, seus grande amigos te ensinam um pouco mais sobre você!!
Não foi um post muito filosófico, mas tinha de ser feito, assim como algumas coisas na minha vida. Descobertas são sempre interessantes, basta você permitir que elas aconteçam!!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Em meio às lágrimas e mensagens de amor...

Ela estava em dias difíceis.As coisas por ali andavam confusas.O passado batia à porta, e às vezes ela tinha a sensação de que ele iria arrombá-la.
As recordações boas misturavam-se às desilusões e sofrimentos que passara, tinha dias em que já era praticamente impossível distinguir uma da outra, os sentimentos estavam em um emaranhado.Ela olhava, olhava, e logo desistia de tentar desembaraçá-los.
Talvez as coisas pudessem realmente melhorar, como ele já propusera, talvez não. Ela como sempre prefiria pensar que não, que aquele sentimento estava predisposto a ter um final trágico, daqueles de novela das seis.

Chegavam mensagens, e-mails, ligações a todo o momento. Em meio a isso ela encontrava bilhetes, juras de amor misturadas aos seus pertences no guarda-roupa. A divisão de sentimentos começara a aparecer, como sempre em sua vida.
Os assuntos relacionados ao coração sempre foi seu ponto fraco.Sentira um vazio dentro de si que nunca era preenchido.
O passado misturava-se ao presente, e as noites de outono deixavam-na nostálgica.
Aguardava os dias passarem, as histórias traçarem o seu próprio enredo, isentando-se assim de qualquer responsabilidade.

Dentro do quarto dela não havia confusões...

terça-feira, 13 de abril de 2010

Por que morte vende?

Outro dia uma amiga me mandou o link de uma matéria da Folha que dizia que um aluno do 2º ano de jornalismo da UEPG tinha sido ameaçado pelo apresentador de uma tv fechada de Ponta Grossa. O aluno havia escrito uma crítica no blog alimentado pela sua turma para uma disciplina que justamente critica a produção de mídia local e regional. O apresentador do programa, revoltado, resolveu, também, 'criticar' o aluno. Xingou a ele e sua mãe, além de fazer ameaças para quem quisesse ouvir ( o que serviu para deixá-lo famoso, assim como o menino e o blog do 2º de jornalismo), usou de termos de baixo calão e mostrou que o aluno tinha toda razão em ter feito a crítica que fez.
Ok, não vou colocar em questão se foi certo ou errado e o que o aluno deveria fazer. Ou o que eu faria, no lugar dele. O que gostaria de entender é por que programas como esse têm tanta audiência.
Aqui mesmo, em Campo Mourão, temos programas como esse a rodo. Todo mundo que quer ganhar dinheiro com tv tem um programa assim. Por que vende? Por que a gente se interessa tanto por catástrofes? Por desgraça, por morte?
É só ver um acidente que tem aquele bolo de curiosos em volta. E, geralmente, ninguém para ajudar. Parece que o povo quer sangue, sem tarja. Porque, francamente, as granulações que colocam nas imagens não deixam nada realmente granulado. É possível ver perfeitamente as marcas da violência. Não se respeita a imagem de quem recebe a violência nem dos parentes dele. Lembro de uma vez, na faculdade, de uma apresentadora de um programa de tv que contou que era a responsável por tirar as fotos de acidentes no seu primeiro emprego, em um jornal. Ela cobria 'policial' (coloco assim, entre aspas, porque ninguém que saiba realmente cobrir policial faz uma coisa sensacionalista e de baixo nível assim) e sequer se importava com as famílias dos 'presuntos', que viam seus parentes estampados nas páginas do periódico. Até que, um dia, o 'presunto' era o seu próprio irmão. Ninguém quer ver sua família de maneira sensacionalista num jornal, ou num programa de tv. Se quer respeito à sua, porque não respeitas às dos outros?
E não me venha com essa de que o Datena é quem faz jornalismo de verdade. Ou o Ratinho. Ou até mesmo esse Zeca, do RP2, em Ponta Grossa. Ele encheu a boca para dizer que faz muito mais pela cidade do que o estudante de jornalismo. Faz o que? Mostra onde está a violência, nua e crua? Lógico, de maneira altruísta. Tenho certeza de que é apenas pelo bem... do seu bolso. Porque vende. Porque ele tira, em cima das cenas sensacionalistas que mostra, o seu pão de cada dia. Enquanto as famílias continuam com a dor, com a perda, com o caos.
E por que vende? Alguém aí sabe me explicar?!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Visão ‘photoshopiada’

A modernidade trouxe liberdade às mulheres, que hoje garantem para si boas e promissoras carreiras profissionais, longe de fogões e tanques. Também, deu-lhes uma vida amorosa mais prazerosa do que imposta, escolhendo entre aquele, este ou nenhum. E a vida da mulher seria um conto de fadas moderno, se não existisse o ‘se’. Se a guerra não tivesse sido declarada.
O inimigo número um das mulheres só as ataca e contra-ataca, já sem armas, pois batom, blush e rímel não funcionam mais, o sexo feminino estende a bandeira branca, rendendo-se à beleza irreal. Assim, o rei da perfeição, capaz de em alguns instantes corrigir imperfeições que nem o melhor médico do mundo ou o mais caro tratamento do planeta retirariam, vence-as diariamente. Suas obras primas são esculpidas em todos os cantos, seja este canto onde for, revistas, jornais, sites, outdoors, rótulos, embalagens...fotos, fotos, fotos. É o mundo Photoshop engolindo o mundo humano. Exagero? Não, não é não.
Tem pessoa achando que o programa já é gente, tira a foto e emenda: “Depois você pede para o Photoshop tirar as minhas manchas e essa espinha daqui?”.A distorção da realidade é tendência interplanetária! Os franceses começaram a se preocupar com esse ‘fenônomeno photoshopariano’, e por lá já existe um projeto de lei em andamento para proibir, ou ao menos limitar, o uso de imagens alteradas pelo rei da perfeição. Assim, na França, se a lei for aprovada, os anúncios serão obrigados a informar a manipulação de imagens, algo como: “Esta imagem foi alterada digitalmente e pode não corresponder à realidade”. Iniciativa bacana, e ousada para o momento em que vivemos, onde uma imagem é tudo, ser não é nada e atitude é zero. Palmas aos franceses!
Teve gente que não gostou, principalmente os que ‘photoshopiam’ por aí, ali e aqui. O que seria da Vip e da Playboy, caso esta lei fosse implantada no Brasil? E da Nova, Boa Forma, Claudia e demais. A Veja também caiu em tentação, na verdade foi um escorregão. Recentemente, não lembro o mês, mãe e filha estampavam a capa da magazine, era a modelo Daniella Sarahyba e sua mãe. Elas ilustravam a matéria “Jovens por mais tempo - Os sem-idade”, acerca do aumento da expectativa de vida aliada à longevidade. Bingo! A mãe da modelo realmente parecia não ter idade, aos 50 e poucos anos, ela matinha, na capa da revista, os mesmos traços da filha de 20 e poucos: rosto sem rugas, sem marcas de expressão, uma face exageradamente jovial e escandalosamente ‘photoshopiada’.
O argumento daqueles que defendem o Photoshop é de que as pessoas sabem que aquela imagem não é real, por isso não seria necessário a especificidade desta não-realidade. A advertência das imagens modificadas seria como obrigar as rádios a avisar o ouvinte que “aquela voz foi gravada em estúdio e otimizada por um técnico de áudio e não corresponde à voz real de determinado cantor ”, defenderam os ‘photoshopmaníacos’.
O fato é que nunca vi ninguém fazendo gargarejos ininterruptamente para ter uma boa voz e nem exercitando as cordas vocais para que elas ficassem mais ou menos toante. O que vejo são mulheres frenéticas, fazendo assiduamente exercícios em barras, em cochonetes e cama elástica. Querem bunda empinada, seio firmes e barrigas saradas. Quando a academia não adianta mais, que é o que geralmente acontece, elas passam a se amontoar em filas quilométricas, esperando um seio novo, uma barriga sequinha e uma bunda menos mole, através da lipoaspiração. É a busca desenfreada por uma beleza que jamais será alcançada.
Obrigar os publicitários a serem mais realista é colaborar para a queda dos distúrbios alimentares, que é exacerbadamente maior nas mulheres do que nos homens. É um freio àquelas que se mostram obcecadas pela magreza e às que se sentem excessivamente pressionadas a corresponderem às imagens presentes na mídia. Afinal, eu nunca vi ninguém reclamando dos playback da Kely Key, mas já vi muita gente falando da celulite dela que saltou para fora , devido à saia curta demais. Todo mundo achou feio. Manias de quem já enxerga tudo ‘photoshopiado’.

PS: Este texto foi editorial do Jornal Correio do Cidadão, no final do ano passado. Sou péssima com datas, não sei exatamente quando foi publicado, mas acredito que o tema tá em voga.

sábado, 10 de abril de 2010

Várias verdades.

Algumas vezes fico a semana toda procurando um tema que tenha conteúdo, algo que eu saiba explicar ou comentar, algum tema que tenha a cara do nosso blog. Desta vez concluí que não existirão assuntos mais naturais com conteúdo mais verídico do que aqueles que remetem à nossas vidas, ao que já experimentamos e vivemos.

Algumas coisas são difíceis de dizer. Parece que em voz alta o coração escuta, a garganta trava. Por isso aconselho a escrita. Escrever é um hábito saudável, uma vez que a ponta do lápis toca o papel, acontece. O que está emperrado, travado, sai.
No embalo dos dedos nas teclas - na falta de lápis e papel – algumas coisas fluem, saem daqui...acho que tenho trocado meus cadernos pelo layout do Word.
Eu gostaria de contar que tive meses difíceis há um tempo. E conto escrevendo, porque falando, apostem, eu choro. Por um tempo não encontrava respostas para coisas triviais e achava que por isso estava me afundando. É verdade que a maioria se perde em meio a tantas perguntas e dúvidas típicas da transição adolescência – vida adulta, e em partes isso se deve à falta de diálogo durante o crescimento. Eu nunca deixei que invadissem minha bolha e, por isso, levo parte da culpa pela irresponsabilidade e/ou imaturidade com que encarei parte da época teen. Culpa porque não aceitava conversar, porque achava que auto-suficiência e independência eram a mesma coisa ou, obrigatoriamente, andavam lado a lado. Então, um dia, ganhei um caderno em branco de uma pessoa que admiro muito. Admiro pela forma como soluciona os problemas e não os deixa interferir na sua essência. Felicidade. Como essa pessoa, percebi que o desabafo, ainda que para mim mesma, despertava uma sensação de alívio, mesmo que inicialmente momentâneo.
Acho ruim contar histórias assim, na primeira pessoa. Me soa egoísta. Mas desconfio que isso se deve, em partes, àquela neura de querer um raio livre de 3 metros a minha volta. Às vezes escuto apenas as três primeiras orações de uma música da Giusy Ferreri, que aprendi no intercâmbio: "ho difeso le mie scelte, io ho credutto nelle attese, io ho saputo dire spesso di no". - "tenho defendido minhas escolhas, eu tenho acreditado na espera, tenho sabido dizer não frequentemente".
E assim justifico os resquíceos da neura.
A verdade é que, pouco a pouco, as coisas tomam um rumo. A verdade do passado já não parece tão verdadeira e, por mudança de opinião - ou simplesmente amadurecimento – a vida acontece de forma leve. Conversando com uma amiga esses dias, percebi que o bicho de sete cabeças da depressão é tão comum quanto uma gripe (sem trocadilhos infames) e, para a dor de cabeça dos céticos, já não é mais diagnosticada como frescura ou falta de palmadas. Acontece, sem motivo aparente.
Então, como avanço da escrita, a fala. Para quem, como eu, não cresceu sabendo escutar opiniões e expor suas próprias, lápis para os iniciantes. No desenvolver dos hábitos acabamos por perceber que falar é tão bom quanto um benegripe.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Iguais, iguaiszinhas...


Pagamos a conta.

Trabalhamos fora.

Moramos sozinhas.

Administramos as finanças.

Trocamos lâmpadas e, veja só, até podemos executar atentados terroristas. Sim, mulheres-bomba. “Grande conquista! Agora vocês estão iguais aos homens”, me falou alguém, um homem, ao observar a peculiaridade dos atentados na Rússia na semana anterior. Mas, isso não é novo.

O descompasso dos homens diante dessa geração de mulheres ao estilo Mexendo na Bolsa (não que alguma de nós seja uma potencial terrorista suicida), bom, isso sim, me parece, é relativamente novo, embora a tal queima de sutiãs remeta ao início do século passado.

Por um lado, o meu, não questiono a validade de tal luta. A igualdade conquistada, principalmente legalmente, muito me agrada pelo que considero a máxima do pensamento de Voltaire, que mesmo longe das salas de aula há tanto tempo, nunca esqueci, independente de questões de gênero: “Posso não concordar com uma só palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte vosso direito de dizê-lo”. Tudo em paz, mulheres com voz e sem a dependência dos pais ou do marido... Lindo.

Mas, luta, hoje? Para ser iguais aos homens?
Não, não acho isso válido. Mulher tem que lutar sim, mas pra ser respeitada como mulher, roubo a ideia de um dos homens que consultei sobre o assunto. “Vocês lutaram muito para ter os direitos iguais, mas o que, de certo fato aconteceu, foi um extremo. Em alguns casos saíram de um ponto e foram ao outro, ou seja, pegaram o que os homens têm de pior. Fora que muitas vezes penderam a feminilidade, a essência feminina que é o que nos atrai”, confessou um amigo.

Outro afirmou a mesma coisa, mas em relação a questões físicas e a musculatura exagerada ostentada por algumas mulheres. A divisão da conta com a namorada, para mais um, não era uma situação feliz. “Me sinto humilhado, não acho necessário”, confessou, enquanto outros não veem o mesmo problema, pelo contrário, não ficam tão complexados com isso quanto as garotas dessa geração que precisa manter o sutiã em queima.

Até o Ivan Martins já se perguntou até onde vai, por que as mulheres não querem mais ser mulheres, naquele tocante de fragilidade, beleza e sensualidade que significa o gênero.

Eu não acredito que a maioria de nós deseje abdicar disso, tanto quanto não acredito que queiramos ser reconhecidas pelo rostinho bonito. Mas isto não é questão de gênero, sim de caráter. Mas, até todo mundo entender, como ficamos?


Será a coragem da mulher a desgraça do homem moderno, como apregoa um ditado checheno?

terça-feira, 6 de abril de 2010

Beetle Juice, Beetle Juice, Beetle Juice...


O poder da palavra é algo magnífico, que às vezes, ou melhor, muitas vezes me surpreende!

Beetle Juice, Beetle Juice, Beetle Juice quando pronunciado três vezes, aparece para atormentar a vida dos vivos, e assim, um Beetle Juice, essa assombração, me atormentou na noite de sábado!

Eis que eu e mais dois amigos estávamos a falar sobre assuntos diversos, sentados no estacionamento de um posto de combustíveis, quando eu narrava um fato e disse Beetle Juice , depois sem querer disse Beetle Juice de novo, e não obstante aos comentários, escapou-me o terceiro Beetle Juice.

O Beetle Juice em questão mora a mais de 400 km do local onde eu estava, e após 5 segundos que eu pronunciei o seu nome pela terceira vez, eis que a lenda aconteceu: o Beetle Juice apareceu ali na minha frente, e é claro,minha reação foi típica de quem vê um fantasma, susto! E é claro tremi, perdi o ar, queria sair gritando, mas fiquei lá meio sem jeito e com cara de paisagem sem saber o que fazer na presença daquela assombração enterrada a sete palmos abaixo da terra no meu passado, que emergiu como uma lava incandescente vindo do centro da terra para a superfície.

O fantasma foi embora, a vida continua, mesmo eu assustada e com queimaduras de terceiro grau. Aprendi a lição, as palavras têm poder e a lenda é verdadeira. Não tentem isso em casa. Garanto que o susto é grande! E se o fantasma persistir, chamem os Caça Fantasmas ou a Ghost Whisperer para dar um jeito.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Cavalheirismo


Desculpem as leitoras da bolsa, mas essa é para os homens! Pode parecer absurdo, mas acho que homem gosta mais de cavalheirismo do que as mulheres. É sério. Ou isso, ou eu sou estranha. Mas todo homem que conheço gosta de deixar a mulher passar na frente. Tinha muitas discussões com um amigo que abria a porta do carro para mim!
Não sei, mas acho que eles gostavam mais daquele tempo em que as meninas se encantavam com essas coisas.
Não vou dizer que deva ser um grosso, lógico que se o amor da sua vida te esperar com uma rosa você vai se derreter toda. Só penso que hoje, isso pode incomodar em alguns aspectos. Quando você luta para ser reconhecida, é complicado ser destacada por ser mulher. Acho errada a existência de prêmios como o “Mulher Destaque”. Deve ser destaque de qualquer sexo, concorrendo com igualdade.
Não vou radicalizar também, em outros aspectos, é muito bom! Tenho um amigo que morre de raiva quando um policial grosso, que nunca dá entrevista, aceita conversar comigo! A cara dele quando eu falava que ele foi super simpático comigo era impagável.
Deixo então duas perguntas: o cavalheirismo é realmente valorizado pelos homens?
Para as mulheres: eu sou estranha ou vocês também ficam incomodadas com a simpatia da outra ala?

sábado, 3 de abril de 2010

Relógio Biológico


Estou chegando aos meus vinte e cinco anos, meu relógio biológico grita: Quero ter um filho(a)!
Não se assustem, eu não estou surtando!
Confesso que tenho muita vontade de encontrar um amor pra vida toda e constituir aquela família de comercial de margarina, mas atualmente o que mais tenho pensado é em ter um bebê.
É estranho isso não é?Grande parte das pessoas pensam como pode alguém planejar ter um filho sem antes se casar, ter um companheiro.
A resposta é:Não sei!
Pode ser até que isso esteja acontecendo pelo fato de minhas amigas terem engravidado por esses tempos e eu estar em contato constante com bebês, mas ainda prefiro pensar que isso é coisa da natureza mesmo.Sinto necessidade de começar uma nova fase e gostaria que isso fosse fácil assim como parece ao escrever esse texto.
Não sei quando tudo isso vai se realizar, se é que vai, mas quero muito que seja nos próximos três anos!rs


Enquanto isso sonho com nomes, rostinhos e roupinhas de bebê!

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Castração química. Você é a favor?


Tratamento para reduzir a libido. É isso que propõe um projeto de lei que tem sido analisado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A ideia é, sim, polêmica, e pode causar impacto direto na saúde pública do país, além das mudanças no Código Penal.
Gerson Camata (PMDB-ES), autor do projeto, propõe que presos condenados por estupro, atentado violento ao pudor e corrupção de menores, em casos de pedofilia, sejam submetidos a processo de castração química. Mesmo antes de aprovado, o projeto tem causado muita discussão.
Para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que é contrária à pena, o cidadão precisa ter certeza de que a punição vai ser efetiva. Não adianta o infrator receber um tratamento que reduza sua libido através de medicamentos que agem no controle hormonal se há a possibilidade de reincidência. E até de não cumprimento da punição, alega Alberto de Paula Machado, vice-presidente da OAB.
O tratamento já foi adotado nos Estados Unidos, Canadá e em alguns países europeus. Camata lembra, ainda, que, em alguns desses países, a reincidência leva o infrator a sofrer castração médica.
Se aprovado no Brasil, entretanto, o projeto apenas sugere que o infrator que aceitar submeter-se ao tratamento tenha redução de um terço da pena. Também há chances de o projeto ser votado para todos os tipos de crimes sexuais.
Talvez, com a efetivação do projeto, o número de crimes sexuais, especialmente com crianças, seja reduzido no País. Ajuda, mas não resolve. E você, acredita que a castração química seja uma boa alternativa? Por que?

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Eu tenho fé na força do silêncio

Eu prefiro a ausência de palavras às frases desordenadas, que ditas compulsivamente destoam sentidos.


Quem nunca foi vítima de fofoca, por favor, levante a mão. Não, ninguém aí? Pois bem, daí o meu desprezo por afirmações não baseadas em fatos concretos, pela especulação - mesquinha - à vida alheia.
Mulheres fofocam mais que os homens (eu acredito nisso, mesmo que pesquisas mostrem o contrário). Tenho muitos amigos do sexo masculino e nenhum deles se atreve a gastar tanto tempo falando da vida do vizinho quanto à mulherada. Tenho muitas amigas também, elas são capazes de passar horas contando detalhes dos detalhes dos detalhes daquele detalhe que a fulana falou para a sicrana, que jura que ouviu da boca da beltrana.
Não tão difícil de admitir, mas, vergonhoso: minhas companheiras de gênero são fissuradas por uma novidade, por um babado. Não nego que também gosto de estar informada acerca da vida dos outros, principalmente se for de pessoas que eu conheço e não tenho certa estima. Contudo, na maioria das vezes, desprezo os burburinhos, o disse-que-me disse, o telefone sem fio.
Já fui autora de um sexo que não pratiquei. Beijei bocas que nunca toquei, gostei de quem nunca conheci. Também já levaram a outros ouvidos o pedido que eu jamais mencionei e afirmações que eu não declarei. É por isso que eu prefiro o silêncio. Palavras em exagero fazem mal à saúde – o Ministério da Saúde deveria alertar a respeito!
Fofocas, frequentemente, são hipérboles. Não gosto de nada em excesso, pois, mesmo que por vezes eu seja excêntrica, primo pela descrição, pela transparência. O exagero me lembra encenações do tipo novela mexicana, histeria, falta de senso e equilíbrio...
Psiuuuuuuuuuuuu, silêncio. Por favor!

“Se as cores vão berrando num sol ensurdecedor
Fecho os olhos Â... Outro mundo
Vou morar no interior
Transbordou a mesa ao lado
Um tsunami arrasador
Fecho os olhos Â... Outro mundo
Vou morar no interior
Eu tenho fé na força do silêncio
Eu tenho fé na força do silêncio”

A força do Silêncio, Humberto Gessinger/Duka Leindecke. Pouca Vogal.