quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A educação e a inversão de valores

O Sistema Educacional Brasileiro precisa de reforma. Urgente. Recebi por e-mail um texto que colo, aqui, na íntegra, sobre o caso do professor Kássio Vinícius Castro Gomes, assassinado por um aluno no meio do corredor da faculdade no começo de dezembro.



J’ACUSE !!!
(Eu acuso !)

(Tributo ao professor Kássio Vinícius Castro Gomes)

« Mon devoir est de parler, je ne veux pas être complice.(Émile Zola)

Meu dever é falar, não quero ser cúmplice. (...) (Émile Zola)


Foi uma tragédia fartamente anunciada. Em milhares de casos, desrespeito. Em outros tantos, escárnio. Em Belo Horizonte, um estudante processa a escola e o professor que lhe deu notas baixas, alegando que teve danos morais ao ter que virar noites estudando para a prova subsequente. (Notem bem: o alegado “dano moral” do estudante foi ter que... estudar!).

A coisa não fica apenas por aí. Pelo Brasil afora, ameaças constantes. Ainda neste ano, uma professora brutalmente espancada por um aluno. O ápice desta escalada macabra não poderia ser outro.

O professor Kássio Vinícius Castro Gomes pagou com sua vida, com seu futuro, com o futuro de sua esposa e filhas, com as lágrimas eternas de sua mãe, pela irresponsabilidade que há muito vem tomando conta dos ambientes escolares.

Há uma lógica perversa por trás dessa asquerosa escalada. A promoção do desrespeito aos valores, ao bom senso, às regras de bem viver e à autoridade foi elevada a método de ensino e imperativo de convivência supostamente democrática.

No início, foi o maio de 68, em Paris: gritava-se nas ruas que “era proibido proibir”. Depois, a geração do “não bate, que traumatiza”.
A coisa continuou: “Não reprove, que atrapalha”. Não dê provas difíceis, pois “temos que respeitar o perfil dos nossos alunos”. Aliás, “prova não prova nada”. Deixe o aluno “construir seu conhecimento.” Não vamos avaliar o aluno. Pensando bem, “é o aluno que vai avaliar o professor”. Afinal de contas, ele está pagando...

E como a estupidez humana não tem limite, a avacalhação geral epidêmica, travestida de “novo paradigma” (Irc!), prosseguiu a todo vapor, em vários setores: “o bandido é vítima da sociedade”, “temos que mudar ‘tudo isso que está aí’; “mais importante que ter conhecimento é ser ‘crítico’.”

Claro que a intelectualidade rasa de pedagogos de panfleto e burocratas carreiristas ganhou um imenso impulso com a
mercantilização desabrida do ensino: agora, o discurso anti-disciplina é anabolizado pela lógica doentia e desonesta da paparicação ao aluno – cliente...

Estamos criando gerações em que uma parcela considerável de nossos cidadãos é composta de adultos mimados, despreparados para os problemas, decepções e desafios da vida, incapazes de lidar com conflitos e, pior, dotados de uma delirante certeza de que “o mundo lhes deve algo”.

Um desses jovens, revoltado com suas notas baixas, cravou uma faca com dezoito centímetros de lâmina, bem no coração de um professor. Tirou-lhe tudo o que tinha e tudo o que poderia vir a ter, sentir, amar.

Ao assassino, corretamente , deverão ser concedidos todos os direitos que a lei prevê: o direito ao tratamento humano, o direito à ampla defesa, o direito de não ser condenado em pena maior do que a prevista em lei. Tudo isso, e muito mais, fará parte do devido processo legal, que se iniciará com a denúncia, a ser apresentada pelo Ministério Público. A acusação penal ao autor do homicídio covarde virá do promotor de justiça. Mas, com a licença devida ao célebre texto de Emile Zola, EU ACUSO tantos outros que estão por trás do cabo da faca:

EU ACUSO a pedagogia ideologizada, que pretende relativizar tudo e todos, equiparando certo ao errado e vice-versa;

EU ACUSO os pseudo-intelectuais de panfleto, que romantizam a “revolta dos oprimidos”e justificam a violência por parte daqueles que se sentem vítimas;

EU ACUSO os burocratas da educação e suas cartilhas do politicamente correto, que impedem a escola de constar faltas graves no histórico escolar, mesmo de alunos criminosos, deixando-os livres para tumultuar e cometer crimes em outras escolas;

EU ACUSO a hipocrisia de exigir professores com mestrado e doutorado, muitos dos quais, no dia a dia, serão pressionados a dar provas bem tranqüilas, provas de mentirinha, para “adequar a avaliação ao perfil dos alunos”;

EU ACUSO os últimos tantos Ministros da Educação, que em nome de estatísticas hipócritas e interesses privados, permitiram a proliferação de cursos superiores completamente sem condições, freqüentados por alunos igualmente sem condições de ali estar;

EU ACUSO a mercantilização cretina do ensino, a venda de diplomas e títulos sem o mínimo de interesse e de responsabilidade com o conteúdo e formação dos alunos, bem como de suas futuras missões na sociedade;

EU ACUSO a lógica doentia e hipócrita do aluno-cliente, cada vez menos exigido e cada vez mais paparicado e enganado, o qual, finge que não sabe que, para a escola que lhe paparica, seu boleto hoje vale muito mais do que seu sucesso e sua felicidade amanhã;

EU ACUSO a hipocrisia das escolas que jamais reprovam seus alunos, as quais formam analfabetos funcionais só para maquiar estatísticas do IDH e dizer ao mundo que o número de alunos com segundo grau completo cresceu “tantos por cento”;

EU ACUSO os que aplaudem tais escolas e ainda trabalham pela massificação do ensino superior, sem entender que o aluno que ali chega deve ter o mínimo de preparo civilizacional, intelectual e moral, pois estamos chegando ao tempo no qual o aluno “terá direito” de se tornar médico ou advogado sem sequer saber escrever, tudo para o desespero de seus futuros clientes-cobaia;

EU ACUSO os que agora falam em promover um “novo paradigma”, uma “ nova cultura de paz”, pois o que se deve promover é a boa e VELHA cultura da “vergonha na cara”, do respeito às normas, à autoridade e do respeito ao ambiente universitário como um ambiente de busca do conhecimento;

EU ACUSO os “cabeça – boa” que acham e ensinam que disciplina é “careta”, que respeito às normas é coisa de velho decrépito, EU ACUSO os métodos de avaliação de professores, que se tornaram templos de vendilhões, nos quais votos são comprados e vendidos em troca de piadinhas, sorrisos e notas fáceis;

EU ACUSO os alunos que protestam contra a impunidade dos políticos, mas gabam-se de colar nas provas, assim como ACUSO os professores que, vendo tais alunos colarem, não têm coragem de aplicar a devida punição.

EU VEEMENTEMENTE ACUSO os diretores e coordenadores que impedem os professores de punir os alunos que colam, ou pretendem que os professores sejam “promoters” de seus cursos;

EU ACUSO os diretores e coordenadores que toleram condutas desrespeitosas de alunos contra professores e funcionários, pois sua omissão quanto aos pequenos incidentes é diretamente responsável pela ocorrência dos incidentes maiores;

Uma multidão de filhos tiranos que se tornam alunos -clientes, serão despejados na vida como adultos eternamente infantilizados e totalmente despreparados, tanto tecnicamente para o exercício da profissão, quanto pessoalmente para os conflitos, desafios e decepções do dia a dia.

Ensimesmados em seus delírios de perseguição ou de grandeza, estes jovens mostram cada vez menos preparo na delicada e essencial arte que é lidar com aquele ser complexo e imprevisível que podemos chamar de “o outro”.

A infantilização eterna cria a seguinte e horrenda lógica, hoje na cabeça de muitas crianças em corpo de adulto: “Se eu tiro nota baixa, a culpa é do professor. Se não tenho dinheiro, a culpa é do patrão. Se me drogo, a culpa é dos meus pais. Se furto, roubo, mato, a culpa é do sistema.

Eu, sou apenas uma vítima. Uma eterna vítima.

O opressor é você, que trabalha, paga suas contas em dia e vive sua vida. Minhas coisas não saíram como eu queria. Estou com muita raiva. Quando eu era criança, eu batia os pés no chão. Mas agora, fisicamente, eu cresci. Portanto, você pode ser o próximo.”

Qualquer um de nós pode ser o próximo, por qualquer motivo. Em qualquer lugar, dentro ou fora das escolas. A facada ignóbil no professor Kássio dói no peito de todos nós. Que a sua morte não seja em vão.

É hora de repensarmos a educação brasileira e abrirmos mão dos modismos e invencionices. A melhor “nova cultura de paz” que podemos adotar nas escolas e universidades é fazermos as pazes com os bons e velhos conceitos de seriedade, responsabilidade, disciplina e estudo de verdade.

Igor Pantuzza Wildmann

Advogado – Doutor em Direito. Professor universitário.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Que a cura dure mais que um verão



Conviver com uma doença que não tem cura e da qual todos têm medo, preconceito, é para poucos. Porque poucos conseguem lidar com a questão de ter prazo de validade, de estar mais perto da morte. Porque pouquíssimos são aqueles que passam por cima do preconceito. Afinal, a Aids já foi doença taxada. De homossexuais, de prostitutas, de gente que ‘não presta’. Mesmo hoje, com o vírus generalizado – atingido todos os gêneros, idade e classes sociais (embora ainda seja maior a incidência em pessoas de classes menos favorecidas), Aids ainda é coisa de gente promíscua, de gentinha. E o medo de contraí-la é maior, porque além de ser doença cheia de tabus, é – era – uma patologia sem curas, sem expectativa de vida para os soropositivos. Mas, essa semana, isso mudou . Há esperanças. Há, quiçá, uma cura.

Quando vi a capa da revista Época - ali em cima -, fiquei até arrepiada, porque depois que você está mais perto daqueles que possuem o vírus, que vê e até mesmo sente um tanto da realidade deles: de exames frequentes, de cuidados generalizados e diários, de remédios, de gripes que podem ser fatais, de isolamento devido ao preconceito. A possibilidade de uma cura choca, pois com ela muitas vidas podem mudar. São muitas pessoas que podem, enfim, resgatar a dignidade, a autoestima perdida. Resgatar a vida. Afinal a morte, com uma cura, fica para mais tarde, mais distante.

E essa provável cura me fez lembrar do filme “Tempo de despertar”, com o Robert De Niro e Robin Williams. É um filme muito bonito - embora triste - , que retrata o ‘despertar’ de pacientes catatônicos mediante um determinado medicamento. Durante o verão de 1970 – se eu não me engano – os autistas conseguem sair de si mesmos, interagindo com as pessoas, articulando as palavras adequadamente e até os movimentos repetitivos, que os autistas e catatônicos costumam ter, cessam. Tornam-se pessoas ‘normais’. Mas, o verão acaba e começam os efeitos colaterais. Descobre-se que a cura não era, definitivamente, uma cura. Aos poucos, eles voltam a ser prisioneiros deles mesmos, voltam a ter problemas de comunicação, socialização e de comportamento. E até hoje não existem remédios eficazes para autista, para catatônicos...

Então, fica aqui meu desejo de final de ano: que esta cura da Aids de fato seja a cura. Que dure mais que um verão. Lembro também que Aids e autismo são patologias bem diferentes. E que os problemas relacionados ao cerébro humano ainda são uma grande incógnita. As pesquisas começaram ontem. Então, acredito, que a cura para os soropositivos aconteceu, finalmente..
Abaixo o trailer do filme, que é baseado em fatos reais. Vale a pena ver.



segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Vergonha alheia


Não sou, nunca fui, fã da Vera Fischer. Como atriz, na minha humilde opinião, ela é uma porta. Sem sal, sem açúcar. Não sabe se expressar, qualquer reação tem a mesma cara e é uma cara que eu não gosto. A quem gosta, respeito e peço que desculpe minha opinião. Mas a mim não me apetece.
A questão é que a bela, além de atriz, miss Brasil e afins, decidiu virar escritora. Tem duas memórias publicadas e, no último ano, escreveu, à mão, dez livros de ficção que pretende publicar em breve. Não, não li nenhuma das memórias da pornochanchada. Tampouco os manuscritos dos livros. Mas já vi e li entrevistas dela e, sinceramente, não me anima. Quem sabe um dia.
A questão é que os livros ainda nem chegaram às prateleiras e a musa já está dando o que falar.
Primeiro quando declarou que não escrevia pra pobre, que odiava. Agora em uma entrevista à Época que, sinceramente, me deixou com muita vergonha por ela. (Leia aqui a íntegra.)
Ela define muito bem que entende do que faz. "Eu não sofri nada. Não tem esse negócio de ficar descrevendo tudo nos mínimos detalhes, não. Ninguém tem paciência para isso, para livro grosso, muito erudito, só os aficionados da literatura. Hoje em dia, com computador, as pessoas querem tudo rápido. Eu escrevo como vem o pensamento, e meus livros são rápidos de ler porque meu pensamento é rápido". É, minha gente. Daí saem linhas maravilhosas como as que Nelito Fernandes, o repórter a quem Vera concedeu a entrevista, citou, dos seis capítulos que ele recebeu como prévia. "Seu coração parecia estar tão apertado que mal conseguia respirar”. Juro, consigo ver a Vera, totalmente sem expressão, falando isso. Mas ainda tem mais: “as horas se arrastavam lentamente”. Emocionante, não?!
O bom é que ela não tem medo do ridículo. E, se é feliz assim, por que não?
Ah, outra coisa. Se você não escreve sobre sexo é porque é freira, diz ela nas entrelinhas. Porque os livros dela têm porque ela não é. Bonito isso, não!?
#adoroaverafischer

sábado, 18 de dezembro de 2010

Desencana que a vida engana...


Eu sempre costumo dizer que foi quando desencanei que consegui alguém pra mim. Não foi diferente com meu atual. Desencanei, a vida veio e, bum, namoro. Eu também sempre escutei que é quando estamos engatados num romance que as tempestades acontecem na nossa horta, trazendo chuvas intermináveis de bofes. Ai, num é que é verdade? Hoje mesmo passei por uma situação assim... Fomos a um evento. Chego lá e miro: um gay. Ele me encara. Eu olho e desvio o olhar. Ele percebe e começa a me secar. Pior, era lindo. Eu respiro, conto até dez, e me recomponho. Levanto, vou dar uma volta pra melhorar a situação. Ele me segue, me encara, dá sorrisinho, e sinal, típico sinal de cabeça gay, indicando uma área livre de plateias e propícia para um bom beijo gay. Em três segundos fecho meus olhos, rezo para Nossa Senhora dos Viadinhos Fiéis e dou que não com a cabeça. Ufa, pronto. Não é que era verdade, então? De repente, só estar num romance, acontece uma dessas. Eu consegui, e acho que consigo ser fiel, só não se estiver bêbado (rrsrs, brincadeirinha), mas gostaria de saber de vocês... Acontece ou já aconteceu isso com vocês? Partilhem suas experiências e simbora colorir esse mundão. Beijaço.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Aventuras de verão

Esse frio de dezembro não me lembra nenhum pouco o verão. Eu adoro o verão, meus verões geralmente são recheados de boas histórias. Risadas garantidas, fatos memoráveis. Então, estou torcendo para que o clima mude. Para que as tarde quentes venham o mais rápido possível. Enquanto isso, relembro dos dias quentes que tive. Aventuras de verão, micos de verão. Quem não os tem?
Esses dias, uma amiga lembrava de nossas tarde à toa, quando éramos adolescentes. Nessa época, andávamos de bicicleta por toda a cidade. Era a nossa diversão. Pegávamos a bike e íamos até a associação dos bancários, onde curtíamos a piscina e a sauna. Ninguém ia para associação em dia de semana, só nós. Ter aquela piscina enorme e uma sauna só para gente, era A sensação.
Uma vez, na sauna, encontramos um potinho com óleo de eucalipto. Foi um grande achado. Pegamos o óleo e passamos pela sauna inteira. O intuito era ficar escorregando nos assentos da sauna. Para tornar o escorregão mais eficiente, transformávamos nossos biquínis de meninas comportadas em biquínis fios dentais. Ficamos lá, rindo e escorregando. Repetimos por diversas vezes os escorregões até que, simultaneamente, uma olhou para a outra. Algo estranho estava acontecendo conosco. O óleo passou fácil pelo tecido da nossa roupa de banho, nossas partes intímas começaram a arder brutalmente.
Saímos correndo da sauna como se fugíssemos de um grande assassino. Passamos direto pela roleta e caímos na piscina, aliviando o ardume. Passado o susto. Rachamos o bico. Ficamos lá, dentro da água sob o sol forte do verão, nos divertindo da nossa própria desgraça. A tarde terminou como todas as outras, a gente cansada, bronzeada do sol, mas com o adicional do incomodo do óleo de eucalipto em nós. Porque depois de arder, começou a coçar. Pior era ter que voltar de bicicleta. O contato direto entre a virilha e o banco da bicicleta nos matava. Cheguei em casa e tomei um banho de umas duas horas. Ainda rimos quando lembramos disso, de nossa maravilhosa ideia.
Este ano, no comecinho das temperaturas quentes, ainda primavera. Empolgada com a praia, expus-me ao sol do meio dia, acompanhada da Ana, nossa companheira aqui. O resultado foi ficarmos totalmente vermelhas, com marcas bizarras. Acho que a minha marca ainda era pior, porque não sei como, fiquei com uma marca tenebrosa do biquíni da parte de baixo. O bronze era tão bizarro que a marca do biquíni de baixo pegou quase o meio das minhas costas, fazendo com que o meu cóquis parecesse algo alienígena. Do tipo que começa na cintura. Demorou um tempo para sair...
Mas o verão é assim, cheio de história marcantes, vai além do bronze, das tarde de sol à pino. E vocês? O que contam sobre o verão?



quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O natal


Adoro o clima de Natal... pessoas nas ruas, comércio aberto, cartões virtuais lotando a sua caixa de e-mail, filmes repetidos de crianças e Papai Noel na Globo e a expectativa de uns três diazinhos sem trabalhar. Outro dia estava pensando nisso quando li a notícia de que um bispo católico argentino estava querendo anular o Papai Noel e todo o consumismo que ele representa. Sou contra, totalmente. Gente, ok, a figura é inventada e incentiva as crianças a pedirem presentes. Mas já é tradição!!!!
Eu lembro de cada natal quando a campainha tocava e a gente corria para a porta da frente querendo alcançar o Papai Noel e só encontrava o presente lá. Enquanto isso, meu pai corria e dava a volta na casa, fingindo que tinha ficado no banheiro com uma dor de barriga! São coisas pequenas que marcam a infância. Natal não é só presente mas é esse encantamento que domina a todos.

O bispo argentino que está fazendo essa campanha é Fabriciano Sigampa. Ele exigiu a "oficialização" da inexistência de Papai Noel, já que o famoso velhinho de roupa vermelha que - segundo a lenda - reside no Polo Norte e distribui presentes às crianças em todo o mundo na madrugada do dia de Natal representa uma concorrência direta com Jesus Cristo.
Segundo a folha, o bispo argumentou que os pais católicos possuem a obrigação de contar a seus filhos a verdade sobre Papai Noel, o qual o bispo denomina de "o homem de vermelho". Segundo o bispo Sigampa, os pais devem dizer aos filhos que Papai Noel não fornece os presentes para as crianças, já que os obséquios possuiriam outros dois protagonistas: "são seus pais com seu esforço e com a ajuda de Jesus".
O bispo deslanchou a cruzada horas antes da inauguração da "Casinha do Natal". O resultado da intensa campanha? Assustados com as pressões do clero, as autoridades ordenaram a remoção de todas as figuras alusivas a Papai Noel na "Casinha do Natal".


Positivo?? Não!!! Graças à cruzada do bispo também acabou a campanha para doar presentes para crianças pobres no Natal do Chaco, uma das províncias mais empobrecidas da Argentina.
Ah, ontem passei umas duas horas com toda a família reunida fazendo bolachas de Natal, não acho que o sentimento que deve nortear as comemorações está perdido... e sou contra bispos que falam demais, seja na argentina ou em CM!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Roupa limpa e... sem cheiro?


É isso mesmo. Você consegue imaginar a sua roupa saindo da máquina de lavar limpinha, macia e sem cheiro? Difícil, né? Mas é possível. A Ecoar, uma empresa que visa a 'inteligência ecológica', criou uma linha de produtos que deixa a roupa limpa e macia e não prejudica o meio ambiente, porque usa só água. É a Ecobola. Uma bolinha de cerâmica que, ao se movimentar na máquina de lavar, divide as moléculas de água em tamanho que chamam de nanométricos, o que aumenta a capacidade de limpeza natural da água. "O resultado são roupas incrivelmente limpas sem uso de produtos químicos", garante o fabricante. A que deixa a roupa macia também serve para secá-la, porque se movimenta na secadora (ou até mesmo na centrífuga), levanta e separa a roupa, relaxa as fibras e as roupas ficam macias naturalmente.
A Ecoar também tem uma linha de limpeza pesada, do carro e até íntima, que eles chamam de Ecomais. É interessante, vale conferir. Quanto à Ecobola, já encomendei a minha. Vamos ver se funciona. Mas vão aí mais algumas vantagens, caso alguém se interesse:
- Indicado para qualquer tipo de roupa
- Torna o processo de lavagem mais simples e barato, porque diminui o número de enxágues e o uso de produtos químicos
- Não desbota as roupas, mantendo a cor natural
- Remove o odor característico
- Ecologicamente correta.
E aí, vai arriscar?

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Quem fica em cima do muro...

...leva tiro dos dois lados.

Dando continuidade ao HCR, eu digo: colorimos!

A exemplo dos absurdos ataques a homossexuais em São Paulo, percebemos a discrepância de atitudes e opiniões. Estamos acostumados, nosso país é bipolar. Basta subir o Elevador Lacerda e Salvador se divide em duas realidades, atravessar o Rio Belém em Curitiba e perceber a diferença. E nesse ritmo, a contrariedade invade nossas casas.

O bonito discurso da igualdade serve para o playboy que apresenta um seminário na faculdade. Mas não tem valor depois que abandona a sala de aula. E vivendo, se acostumando com isso, infelizmente nos transformamos em almas influenciáveis.

Bonitos são os protestos. O beijaço ocorrido em frente ao Café Ofner, em São Paulo, é um grande exemplo de unipolaridade. É exemplo para a maria vai com as outras.
Depois da ridícula cena de repressão às carícias entre dois homens, o Café Ofner precisou encarar a opinião de peso dos que representam os feridos nos ataques e os repreendidos por preconceito. Infelizmente o Café só se “arrependeu” depois de perceber um possível processo a caminho e de ver a maioria de seus clientes apoiando o beijaço.

Opinião, minha gente.
Seja com relação ao preconceito, à política, à religião... Opinião!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Pensando um pouquinho...





Amigos gays. É ótimo tê-los, você descobre um mundo novo, questiona sobre muitas coisas, descobre se fulano é gay também, ou se ciclano leva jeito pra coisa, enfim, é uma sensação, pra maioria das pessoas. O negócio muda de cor quando se trata de família. Minha mãe, por exemplo, teve um amigo gay, que foi um dos melhores amigos que ela teve, faleceu com AIDS. Minha irmã, lembro de falar com orgulho de amigos gays, e que eram o máximo, e blá, blá, blá. Quando souberam de mim, o mundo caiu. Eu entendo e não entendo. Soa meio contraditório concordar com amigos gays e adorar o mundo gay e depois repudiá-lo quando é em família. Ao mesmo tempo que compreendo a dificuldade de ter alguém gay dentro de casa, ainda fico meio ressabiado com isso. Mas é normal, não? Minha mãe imaginava uma nora, não um genro, da minha parte. Também não sonhava com um neto adotado com pai e pai. Claro, nem ela, nem a maioria das pessoas pensam na possibilidade de o filho não ser hétero. Por isso o estranhamento, a frustração, a angústia. Eu sei (e tomara que seja mesmo) que o tempo reverterá a situação e poderei ser a concretização dos sonhos de família, mas até lá as coisas vão ferindo. Depois que saí do armário em casa, os comentários preconceituosos criaram volume, por causa do choque, e isso vai ferindo. Galera, nós gays temos que ter uma paciência com isso... É trabalho duro. Enquanto as coisas não mudam, vou me deslumbrando com uma vida linda como nos maravilhosos curtas que aqui indico de Daniel Ribeiro, vencedores de prêmios importantíssimos pelo mundo, vale a pena assistir, pare um pouco e assista, não vai se arrepender: "Eu não quero voltar sozinho" e "Café com Leite", você encontra-os facinho no youtube. Bom, hoje foi mais um desabafo mesmo e essas indicações maravilhosas de curtas, que tenho certeza, irão amar. Beijos no coração, e vamos colorir!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Você vem sempre aqui?



- Tava pensando em você!
- Ah é...
- Em você....pelado.

Uma das partes está afim, e a outra? Para amenizar a tensão entre essas duas pessoas, que por vezes não se conhecem, nada melhor que mandar aquela cantada. De preferência a mais pedreira que você conhece. As cantadas servem mais para quebrar o gelo, dar risada.
Eu sou pedreira! Que a atire a primeira pedra quem nunca pedreirou. Mulheres também pedreiram, meu bem. Mesmo que alguns homens – e outras mulheres - não gostem. Afinal, qual é o problema de dizer que ele é a cereja do seu bolo, que ele é o bombom que faltava na sua caixa de chocolates? Melhor ainda é apelar para as clássicas: Você vem sempre aqui? Tá quente aqui!
Não vejo e não tenho problemas com as cantadas. Se elas funcionam? Algumas vezes. E você, o que acha das cantadas? Prefere ser pedreirada ou pedreirar? E os homens, será que eles gostam de ser cantados?

PS: Pedreira sim, vulgar não.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Histeria feminina

A internet tem de tudo não é mesmo? Enquanto procurava dados da última safra de trigo, eis que o brilhante Google mostrou um tópico sobre as 10 práticas estranhas do passado. Entre elas, fazer sapatos com pele humana, lobotomias e testes de gravidez baseados em urina e sacas de trigo. Mas acalmem-se que o melhor ainda estava por vir. Sabe qual era o líder isolado da tabela? A histeria feminina, para vocês entenderem melhor o que era segue a explicação do site:

Em 1859, um médico chegou a dizer que um quarto de todas as mulheres sofria com histeria feminina. Outro médico catalogou 75 páginas de sintomas que caracterizavam a histeria feminina. De acordo com o documento, quase todos os males que o corpo humano sofre, independente do motivo, poderiam ser caracterizados como sintomas da doença. Acreditava-se que a “vida moderna” do século XIX fazia com que as moças fossem mais suscetíveis a desenvolver histeria.

Mas isso não é o problema, adivinhem o tratamento? Um pouco invasivo na minha opinião. Como a histeria era associada com insatisfação sexual, o médico fazia “massagens pélvicas” na moça até que elas passassem por “paroxismo histérico” – em outras palavras, o médico masturbava a paciente até que ela tivesse um orgasmo. E, estranhamente, eles diziam que apesar das pacientes não terem risco de morte, elas precisavam de tratamento constante. Ah, eles era pagos para isso.

Ainda segundo o site, em 1873, o primeiro vibrador foi inventado para propósitos médicos – eles eram apenas disponíveis para os médicos que os usavam e não para as moças insatisfeitas diretamente. Posteriormente, o aparelho se popularizou e as moças puderam comprar seus companheiros sem a “interferência médica”.

Segue um cartaz da maravilhosa técnica revolucionária...

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Acidental. Ou não.


Estava dando uma fuçada em blogs e li, no 7X7, um artigo que achei interessante, da Letícia Sorg. Ela fala de um outro artigo, em inglês, publicado no jornal Los Angeles Times, onde a médica Valerie Ulene diz que as pessoas estão muito acostumadas a afirmar que tudo é acidente. E não é. Acidente é quando não se pode evitar, alega a médica. Então, afirmar que uma gravidez é acidental deveria ser uma situação rara, e não é. A falta de uso de preservativos, de outros métodos contraceptivos nos faz alegar, em caso de gravidez, que foi um acidente. Mas era possível ser evitado. Então não foi acidental.
Achei interessante. Porque a gente é irresponsável nesse ponto. Como se a gravidez fosse o pior dos problemas que o não uso de preservativos possa causar. E é incrível como a gente vive com a ideia de que isso não vai acontecer com a gente. E as maneiras anticoncepcionais são tantas que é praticamente impossível encontrar uma que não se encaixe com você.
Daqui pra frente é bom ficar atento. Porque acidentes acontecem, mas é mesmo um acidente?

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

E o mundo volta ao seu normal…

Voltava ao seu lugar. Lentamente... milésimos por segundo. Quando era o nome dela que saía da sua boca e não o meu. No momento em que alguma música, texto ou ainda determinado texto remetia a uma lembrança da história entre vocês. Em alguma foto salva no computador, ou ainda, perdida nas linhas de algum texto seu. O mundo voltava, aos poucos, aos seus conformes. E eu, com a minha velha companheira insegurança (essa sim persistente), me sentia uma anã perto dela.
O que eu realmente queria era que você lutasse por mim, que me pegasse em seus braços e dissesse que eu era a única, que me amava, mas isso jamais aconteceu.
Hoje percebo que, de fato, nunca houve um nós e sim um ela. Eu sempre fui uma substituta esperando a protagonista entrar em cena. Uma reserva que assiste ao espetáculo da primeira fila, e mesmo assim deve sorrir. Sorrir porque tal protagonista é sua amiga, e está exatamente onde deveria estar.
O que me entristece não é o fato de você não querer nenhum compromisso comigo (tá, talvez algumas das muitas lágrimas sejam por isso), nem aquele sentimento de ser o seu fim de festa. Infelizmente, parte disso é minha culpa, eu me submeti a tal situação. O que realmente me entristece e decepciona é que, mesmo gostando de outra, e principalmente por não ser uma outra qualquer, você deixou as coisas chegarem longe demais. Como devo agir no momento em que encontrar vocês dois juntos?
E sabe qual seria o meu único desejo se na minha frente surgisse um gênio da lâmpada mágica, igual aquele do desenho que eu adorava assitir quando pequena? Pediria a máquina do Dr. Mierzwiak, só que eu não faria como o Joel. Eu iria até o fim, não deixaria nenhuma lembrança em minha mente. Confesso, sou covarde.
É triste se conformar que é assim que deve ser. Que, finalmente, o mundo está de volta no lugar.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A atração e o caos.

Dizem que os opostos se atraem. No estudo físico eu até concordo, aquela coisa de magnetismos e afins.
Na psicologia, C. G Jung defendia a idéia de que projeções das imagens masculinas presentes nas experiências femininas seriam refletidas nas escolhas de um parceiro.
Isso me soa como um Complexo de Édipo, por Freud, às avessas. E pior, meu bem. O mesmo Jung consegue piorar. Ele inventou o Complexo de Electra.
Eu sei, é fato que eu, ainda que inconscientemente, procuro a inteligência e caráter do meu pai nos bofes que aparecem por aí. E vou dizer, tá difícil. Mas essa história de Electra tá bem longe da realidade. E não há Jung que invada meu inconsciente e diga o contrário.
Voltando aos opostos. Se é verdade que os opostos se atraem, I must be an angel. Eu tenho um amigo que diz que só atrai loucas. Eu acho que sou uma versão feminina dele.
E você? Procura o seu oposto? Ou você e a sua tampa da panela são tão parecidas que você até se confunde?