sexta-feira, 14 de maio de 2010

Humano, demasiado humano


Relacionamentos são coisas complicadas. Existem aqueles que acreditam que a vida deve ser totalmente compartilhada, deixar de lado a individualidade em prol das vantagens de ter alguem para dividir os problemas. Mas existem alguns que acreditam que toda relação é uma forma de ter poder sobre o outro. Nessa lista entra o filósofo Nietzsche. Duvida? Então, dá uma lida em um trecho do Humano, demasiado humano:

Houve uma época em nossas vidas em que estávamos tão próximos, que nada parecia obstruir nossa amizade e fraternidade e apenas uma pequena ponte nos separava. Quando você ia subir na ponte, eu lhe perguntei: e Você quer atravessar a ponte até mim? Imediatamente, você deixou de querê-lo e, quando repeti a pergunta, você ficou silente. Desde então, montanhas, rios torrenciais e o que quer que separe e aliene interpuseram-se entre nós e, mesmo que quiséssemos nos reunir não conseguiríamos. Agora, ao pensar na ponte, você perde as palavras e soluça e se maravilha.

Ou seja, qualquer sentimento ficou perdido ante o medo de perder o livre arbitrio.

No matrimónio existem apenas obrigações e alguns direitos. As convicções são cárceres e o macaco é um animal demasiado simpático para que o homem descenda dele

Não sou tão radical, mas devo dizer que adorei o que o alemãozinho complicado escreveu. E você? Concorda ou não com Nietzsche???

Ps: O homem tornou-se humano demais e esqueceu que é apenas mais um animail. Essa frase eu já tinha ouvido a muito tempo, foi inclusive usada na minha monografia, sempre gostei, mas confesso que nunca fui atrás de descobrir mais sobre ela ou seu autor, Friedrich Nietzsche. Graças à dengue, passei 3 dias de cama tomando soro e aproveitei para terminar de ler um livro sobre ele: Quando Nietzsche chorou. Quem ainda não leu, eu recomendo. Nele, o autor mistura ficção com personagens e nomes da época. Ler as primeiras descobertas de Freud sobre a psique humana é fantástico.

5 comentários:

  1. Lindo post.
    Ja cedi demais no relacionamento e hoje tenho minha individualidade.

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  2. Ana, eu estou bem ali, parada no meio da ponte, pensando se vou ou volto. Interessantíssimo. Adorei.
    Tá melhor? Dengue é osso, né?!
    Se cuida!

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  3. Eu acho que as pontes foram inventadas com algum propósito, no caso, a transposição entre dois pontos. Mas, vai saber a opinião de todo mundo, não é?

    De volta à vida depois da dengue? Saúde, Ana.

    Bjoo

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  4. Dengue?! Po, Ana! Sério?

    Falando do relacionamento...será que não é meio instintivo querer ter poder sobre o outro? E será que concomitante a isso não precisamos sentir que alguém compartilha dos sentimentos dos nossos próprios problemas?

    Aquelas perguntinhas sem respostas....

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  5. Eu imagino essa ponte como ações que vão contruindo-a ao longo da vida. O tempo vai passando e ambos ao meio da ponte precisam ir na mesma direção construindo em direção ao outro mesmo que seja a "trancos e barrancos" como diz um ditado por ai " . Um dia um lado construirá mais que o outro porem se só uma parte contribuir para estar com o outro a ponte se desequilibra e cai.

    ótimo texto ja vou seguir e usar essa bolsa abraço

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