segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Pensando um pouquinho...





Amigos gays. É ótimo tê-los, você descobre um mundo novo, questiona sobre muitas coisas, descobre se fulano é gay também, ou se ciclano leva jeito pra coisa, enfim, é uma sensação, pra maioria das pessoas. O negócio muda de cor quando se trata de família. Minha mãe, por exemplo, teve um amigo gay, que foi um dos melhores amigos que ela teve, faleceu com AIDS. Minha irmã, lembro de falar com orgulho de amigos gays, e que eram o máximo, e blá, blá, blá. Quando souberam de mim, o mundo caiu. Eu entendo e não entendo. Soa meio contraditório concordar com amigos gays e adorar o mundo gay e depois repudiá-lo quando é em família. Ao mesmo tempo que compreendo a dificuldade de ter alguém gay dentro de casa, ainda fico meio ressabiado com isso. Mas é normal, não? Minha mãe imaginava uma nora, não um genro, da minha parte. Também não sonhava com um neto adotado com pai e pai. Claro, nem ela, nem a maioria das pessoas pensam na possibilidade de o filho não ser hétero. Por isso o estranhamento, a frustração, a angústia. Eu sei (e tomara que seja mesmo) que o tempo reverterá a situação e poderei ser a concretização dos sonhos de família, mas até lá as coisas vão ferindo. Depois que saí do armário em casa, os comentários preconceituosos criaram volume, por causa do choque, e isso vai ferindo. Galera, nós gays temos que ter uma paciência com isso... É trabalho duro. Enquanto as coisas não mudam, vou me deslumbrando com uma vida linda como nos maravilhosos curtas que aqui indico de Daniel Ribeiro, vencedores de prêmios importantíssimos pelo mundo, vale a pena assistir, pare um pouco e assista, não vai se arrepender: "Eu não quero voltar sozinho" e "Café com Leite", você encontra-os facinho no youtube. Bom, hoje foi mais um desabafo mesmo e essas indicações maravilhosas de curtas, que tenho certeza, irão amar. Beijos no coração, e vamos colorir!

2 comentários:

  1. Meu querido, sei que a situação é delicada. Mas há pontos a serem analisados. Sua mãe e sua irmã têm amigos gays e provavelmente os conheceram assim. Sabiam isso desde o princípio. Não fizeram planos pra vida deles. E, ainda mais no caso da sua mãe, viu o amigo morrer por uma doença que, até pouco tempo, era julgada apenas de homossexuais. Tenho certeza de que, com o tempo, elas também vão apoiar você como um dia apoiaram seus amigos. Mas é que, num primeiro momento, com o choque, vem o medo de você sofrer tudo aquilo que os amigos delas sofreram. E, às vezes, reagir com agressão é uma forma de tentar coagir. E se você mudar de ideia (como se fosse uma ideia a ser mudada) com os comentários delas? É bem provável que elas tenham ideia que te magoe essas insinuações, mas talvez elas imaginem que, assim, você deixe de ser gay. A gente não sabe realmente o que se passa na cabeça das pessoas, mas é que, com a sua saída do armário, você possa ter frustrado sonhos e planos, especialmente da sua mãe. A questão é que a vida é sua, e o dia que ela conseguir discernir bem isso, vai passar a entender que você que escolhe a maneira com que quer ser feliz. Você dita os seus caminhos. Não ela. Por mais que lhe doa. E, quanto a ter paciência, qualquer pessoa que fuja da 'normalidade' ditada pelos padrões sociais, sejam ela de tamanho, peso, cor, orientação sexual, etc, tem de ter paciência. A vida é uma junção de obstáculos, mas tenho certeza que você não vai se deixar derrubar por um deles. Vamos colorir, querido. Dê tempo ao tempo! Beijoo, qualquer coisa estamos aí.

    ResponderExcluir
  2. a minha opinião se dá pelo post acima.
    continuando, continuando...
    ;)

    ResponderExcluir