domingo, 26 de setembro de 2010

Não, não voltei



É inevitável.
Toda vez que passo pela primeira mina e vejo o xisto correr pela engrenagem ou, quando avisto ao longe a luz na torre da igreja, o coração acelera.
Dali em diante os quilômetros passam correndo, cada metro da estrada é um caminho trilhado, todo minuto faz parte da contagem regressiva para que eu esteja em casa, na minha casa, aquela que não é mais minha.
No quarto que antes era meu, outros móveis, uma bagunça diferente da que estou habituada. Nada ali me pertence mais, quem sabe algumas lembrança somente, entremeadas com minhas roupas que ainda estão no armário, sufocadas pela da nova dona. De meu, o quê?
Apenas a sensação de que estou em casa - aquela que há muito, muito tempo já não é mais minha.
Resta, agora, descobrir meu lugar, esse que o Betão me faz pensar com a música.

Existe, será, ou é questão somente de inventar?

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