sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Cenas de uma noite de verão

- Mas aqui?!
- É, gatinha, por que não?
- A gente tá na balada!!!
- Ninguém tá olhando. Todo mundo tá preocupado com a sua conquista. E você acha que fizeram esse corredorzinho escuro aqui no meio pra quê?
- Ai, será?
- Vamos...
E avançou pra cima dela. Ela, meio a contragosto - ou nada a contragosto - mostou o canto mais escuro do corredor. O clima foi esquentando. Mão naquilo, aquilo na mão. Já não se sabia mais quem tinha atiçado quem. E, quando ele coloca a mão por baixo do vestido dela, ela pula.
- Calma!
- Ah, gatinha... tá tão gostoso... Prometo que não vou fazer nada que você não goste.
Bobinho.
- Não é isso. É que... peraí...
E pega a bolsa. Fuça daqui, fuça dali... Mesmo em balada, bolsa de mulher sempre tem tudo - e mais um pouco.
- Achei!
Ele olha, incrédulo. Ela tirara da bolsa um pacote de camisinhas. Ele, que pensava apenas em animar um pouquinho a garota e quem sabe conseguir arrastá-la pra algum motel tinha levado um golpe ainda maior do que o que pretendia.
- Mas aqui?
- É... ou você acha que ia me deixar passando vontade?
- Eu tinha pensado em ir em um lugar mais íntimo...
- Ué, você mesmo disse que aqui ninguém ia ver...
- É, mas...
- Ah, não, a minha amiga tá ali do lado, eu não posso deixá-la sozinha. Tem que ser aqui.
- Você tem certeza?
A resposta foi um pulo. Pra cima dele. Se ajeitaram como podiam, ele meio que a segurando, ela com uma das pernas em torno dele. Ela nem se preocupou com a amiga, que assistia, ao lado, a cena inteira de camarote. Ou com os seguranças, que ficaram animadíssimos com a ousadia. Entre eles, comentavam:
- Se deu bem o malandro, heim?
- E como! Esse aí é dos meus, garanhão.
- Também. Encontrou uma fácil. Biscate assim, até eu.

3 comentários:

  1. Oks, o lugar não era tão apropriado, mas por que eles pode e a gente não?
    Tsc tsc tsc...é sempre assim.

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  2. Viva as biscates!

    O que seria da reputação das outras sem elas?

    Ameeei, flor!

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