quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Abrindo o zíper

“Deixe-me ver tua bolsa que eu te direi quem és”.
Sim, é possível desvendar uma mulher por meio da bolsa, daquilo que ela carrega consigo. Os apetrechos carregados na bolsa constituem enredos, é o fio da meada e pode ser o começo, meio e fim de uma história.
Já salvei um homem da tortura de uma cólica, possivelmente renal, porque na minha bolsa tinha remédio para isso. Ele estava no ônibus e de estrada tínhamos pelo menos mais umas 15 horas. Ele me agradeceu inúmeras vezes durante o percurso e a mulher dele, antes de eu descer do ônibus (eles tinham mais estrada pela frente), fez questão de frisar: “Você salvou meu marido!”.
Pois é. Na bolsa carregamos tudo aquilo que precisamos, que achamos que vamos precisar e que temos certeza que nunca vamos usar (mas, qualquer coisa tá ali, é só pegar). Cientes ou não do conteúdo de nossas bolsas, esperamos despejá-lo aqui, expondo nossos dias de chuva e de sol, o nosso lado filha-irmã-mãe-tia.
Mexendo na bolsa falaremos de amor, do não amor e de um possível amor. Também vamos nos deliciar narrando nossas pitorescas aventuras de solteiras. Amantes do sexo masculino, destinaremos a eles um tanto de nossos versos (com ou sem rima) e de nossas prosas. Pode abrir o zíper. Vasculhem as nossas bolsas!

2 comentários:

  1. A-D-O-R-E-I!

    Que eu não assuste ninguém ao abrir a minha!!

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  2. É, encontramos tudo nas bolsas. Até o spray de pimenta imaginário para espantar um argentino com cara de psicopata, né?!

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