terça-feira, 4 de maio de 2010

A emoção


Você já viu alguém chorar? Já teve de consolar um amigo? Nunca fui boa com isso, nem mesmo com amigos, imagine com quase completos desconhecidos. Conheço pessoas que realmente são boas, sabem o que dizer para cada motivo, eu simplesmente não sei! A razão desse desabafo?
Eu acho que absolutamente toda faculdade deveria ensinar como lidar com as pessoas, mas se não todas, pelo menos a de jornalismo!!!! Essa semana eu fiquei mais uma vez sem saber o que dizer. Foi a terceira vez que meu entrevistado emocionava-se com o que eu perguntava.

Você sabe lidar com a emoção??
Nessa hora eu pergunto: o que fazer com a imparcialidade que ensinaram a tentar alcançar, fica restrita a matéria ou ao meu comportamento também? Eu devo ignorar e continuar a conversa? É uma situação que deveria ser ensinada nos quatro anos que passamos ouvindo milhões de coisas que nunca poderemos colocar em prática.
Não só situações como essa, mas como lidar com quem pensa que pode mandar na matéria por um motivo ou outro. Como lidar com aqueles que lêem o título e esquecem que o sentido só será alcançado com o complemento do texto. Coisinhas que acredito que todo mundo vai acabar esbarrando. Coisas que a minha faculdade não ensinou, quem sabe vivendo!!

8 comentários:

  1. Confesso que sou péssima com isso, mais sempre vivendo e aprendendo!

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  2. Ana, se alguém tentava te ensinar a ser imparcial, não ouça a pessoa. Isso não existe!
    Acho que a gente entende aquele esqueminha de não deixar dúvidas no começo com um título mais explicativo, mas, convenhamos, um instigante é muito melhor!
    rsrs
    Olha, acho que é muito bom que a gente consiga manter distância das emoções dos nossos entrevistados, mesmo que nem sempre isso seja possível. Não que emocionar-se seja errado. Eu volta e meia me pego com os olhos cheios d'água por causa da história de outra pessoa. Se você consegue manter esse distanciamento, aproveite. E, quando não tiver solução, seja educada. Não é preciso consolar, necessariamente, a pessoa, mas mostre que você entende - mesmo que não entenda! - a dor dela e que, mais, sente muito pelo que passa. É confortante para quem ouve.

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  3. É complexo, né, dona Ana?

    Já passei por situações assim, uma, inclusive, de uma mãe que tinha perdido a filha para anorexia há pouco tempo. É inevitável não saber o que fazer, principalmente porque não somos psicólogos, mas educação e solidariedade sempre são boas pedidas.

    E a faculdade, sim, é muito deficiente. Aproveita bastante para aprender na prática e construir um conhecimento, desta vez, concreto.
    E bora fazer matérias... Tenho só sete para escrever hoje!

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  4. Na hora do choro do entrevistado o jornalista não tem que fazer nada. Ou melhor: tem que fazer boas imagens da choradeira. Só isso. Friamente a realidade é essa.
    Outro dia desses, o Kennedy Alencar, jornalista experiente, da Folha de S.Paulo e da Rede TV!, estava entrevistando o presidente Lula, que começou a chorar quando relembrou a morte da primeira mulher.
    E aí, você gravando pra TV e o presidente da República chora na sua frente. O que fazer? O Kennedy Alencar disse que não era fácil e, enquanto o Lula enchugava as lágrimas, falou que seu pai tinha morrido havia dois anos e ainda doía muito (achei isso péssimo pra um jornalista, mas não sei o que teria feito no lugar dele).
    http://www.youtube.com/watch?v=nbXqP6MeB1w

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  5. Sid,
    acho que só de você estar entrevistando o Lula você já choraria!!!

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  6. O problema do conselho é que, na maioria, são clichês, baratos e pré escritos.
    É difícil dizer alguma coisa que não tenhamos preveamente ouvido.
    E é chato demais ouvir quarenta vezes a mesma coisa, por mais que aquilo seja verdade, por mais que nem nós tenhamos outra coisa para nos agarrar.

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  7. Acho que nada. Faz nada Ana, nessas horas acho que não adianta consolar. Talvez só de vc se mostrar interessada, para a pessoa que desabafa já está valendo.
    Eu me comovo com as histórias, detesto ter de fazer MATÉRIA da dor alheia. Sobre não se ensinar isso no curso, faz parte.
    A gente aprende (ou não) na prática. Umas aulas de psicologia será que nos ajudariam?
    A maioria dos cursos não ensinam lidar com situações que fogem dos padrões. Como em Letras, não temos disciplinas que nos ensinam a lidar com aluno que apanha em casa, com menina que é molestada pelo padrasto, com criança que não tem comida em casa ou com aquele peste que não fica quieto na sala...

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  8. Ana! Você tem razão... Por isso, nem tento.

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