terça-feira, 25 de maio de 2010

Parabéns pra você... Se chegar lá



Crente, definitivamente, não é uma palavra que me define.
Mais ou menos como aquele São Tomé lá da bíblia, preciso ver para crer, embora para algumas coisas não seja bom tentar tirar a prova - os últimos 27 dias são um bom exemplo.

O que se passa é que eu, em uma das muitas segundas-feiras em que tento encontrar salvação para minha vida sem função, rolava de rir de um blog de uma mulher, assim, meio psicótica como eu, que plantou a ideia do inferno astral na minha rotina.

Para quem, como eu, não sabia, inferno astral é o período de um mês antes do seu aniversário. Neste tempo, dizem os astros, seu universo se desequilibra (ok, eu acredito que o meu é equilibrado) e muitas coisas negativas podem acontecer. Assustador, acreditem. Olhei para o calendário e calculei que faltava pouco mais de uma semana para bater um papinho de perto com o tinhoso dos astros. Claro.

A semana acabou rápido, passei mais uma segunda sem função e na quarta, quando meu mundo cai em forma de um bloco de anotações, um computador e uma página cheia de editorias para eu colocar ok, deu 8h20 no relógio e saí me matando para pegar o ônibus- como faço sempre, quando não atraso dois minutinhos mais. Antes de chegar ao meio do caminho, o ônibus passou, bem antes do combinado. “Tudo bem, é para eu tomar vergonha na cara e sair mais cedo, afinal, faço isso há dois anos, todo dia os mil metros rasos em tempo recorde”, justifiquei. E vim andando pelo mesmo caminho, quando afundei meu pé numa poça de lama, com minha sapatilha preferida. Continuei. Cheguei em casa, peguei o carro.

O carro não pegava de jeito algum. Seis meses comigo e ele nunca tinha dado problema. Minha irmã, que sabe dessas coisas de carro só porque pegou a CNH duas semanas antes que eu, foi lá e depois de tentar umas vinte vezes, fez o carro funcionar. Fui. Até a rodovia. Parei lá no meio, com o carro atravessado e me matei de empurrar para colocar perto do acostamento, o suficiente para eu poder sair correndo como uma condenada atrás do mecânico, que por sorte é casado com minha tia e mora a uns 500 metros de onde fiquei. Por sorte.

Ele levou meu possante meio de arrasto e me deu o dele, com a Clarinha, minha prima, dentro, para que eu fosse dirigindo. Resolvi fazer a volta ali mesmo e pá, não deu, e pum, quando vi estava de ponta quase caindo em uma valetona, com a menina dependurada no parabrisa. Minutos de tensão e suor frio na testa desta que vos fala. Foi quase, por muito pouco, que eu não fico naquela valeta com a gozação e o falatório eternos da minha tia. Nos salvei.

Quarta-feira, 28 de abril, consegui chegar no trabalho somente à tarde, depois de ter acabado com uma cartelinha de aspirina, mais azeda que o suco de limão do almoço. Comecei bem e é óbvio que não parou aí.

Desde então, coisas acontecem.
Bati o carro, sentei em um chiclete, me esborrachei no chão da boate.
Fui picada por uma aranha.
Derrubei molho na camisa, água gelada na calça, uma caneca de chá em cima da cama, outra na minha mesa. Bati os dedos de uma maneira estranha e eles doeram de forma colossal, acumulei hematomas em diversas partes do corpo, progredi de uma para três as batidas acidentais somente na minha sala.
Descobri coisas que não queria saber. Me assustei com essas coisas.
Quebrei minha cama, estraguei meu sapato, perdi meu pen drive com o Segredo de seus olhos, ali, inédito. Hoje eu ainda cortei o pé na minha corrida diária pelo ônibus, que atrasou 40 minutos, mas, em três dias, se acaba. Não que eu acredite, hein?

Por via das dúvidas, passo a tarde jogando tarô online.

P.s.: é claro que eu não acredito nisso. Não vai me dizer que acredita, vai?

5 comentários:

  1. não que eu acredite nisso, mas que essa epopeia tem sido engraçada, ah, isso tem!!! ;)
    (chega aniversário, chega!)

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  2. Eu não acredito, mas, por precaução, fique em casa Graci. hahaha
    Vou me preparar para o meu inferno atral, até lá te digo se sofri consequências como você.
    Tombos e batidas certamente estarão na minha lista.

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  3. Graci, se não teve graça alguma pra você, desculpe. Eu ri muito. hehe
    Mas isso só porque o inferno astral não é meu.

    Olha, se lhe serve de consolo...
    Amanhã minha noninha fará 100 anos. Imagine, cem infernos astrais! 2700 dias, 7,4 anos de pura tensão.
    E ela está lá. Cozinhando, limpando e o melhor, lúcida.

    Você sobreviverá! ;)

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  4. Aiiiiiiiiiii
    eu vou fazer 25 infernos astrais, 1/4 da Nona da Maju!
    Se eu chegar até lá ta valendo!!!!

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  5. Ah! Vou ter que acreditar...
    Ontem uma amiga me deixou um recado dizendo que meu inferno astral iria acabar, agora eu entendi!!!
    Não do mesmo modo, mas sofri bastante nos últimos dias... Será que hoje é o começo do paraíso atral? Afinal... meu aniversário foi ontem: Ufa!!!!

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