terça-feira, 27 de julho de 2010

Parecer científico



Lendo o 7X7, me deparei com a matéria abaixo. Agora foi comprovado cientificamente que o homem e a mulher não são monogâmicos. A bigamia está em nossos genes, sempre estamos a procura de um parceiro compatível, e o casamento está fadado ao fracasso.

Desta vez, não fui eu quem disse que o casamento é falido, e sim uma médica e um psicólogo que passaram um bom tempo estudando a anatomia e o psicológico de homens e mulheres para chegar a esta conclusão.





Christopher Ryan, de 48 anos, e Cacilda Jethá, de 50 anos, estão juntos há 11 anos. Resolveram unir suas especialidades – a dele, psicologia, a dela, medicina – para escrever o livro “Sex at Dawn” (Sexo ao Alvorecer), recém-lançado nos Estados Unidos. Nele, fazem uma defesa científica da impossibilidade de os casamentos serem duradouros. “Os humanos não são monogâmicos”, diz Ryan, que conversou com o Mulher 7×7 de Amsterdã, na Holanda, onde o casal passa férias.

Ryan e Cacilda afirmam que a voracidade sexual não é algo exclusivo dos homens. Segundo eles, as mulheres também sempre quiserem ter o maior número de parceiros possíveis. No contexto da evolução humana, era uma boa tática para conseguir o parceiro mais compatível biologicamente e ter um filho saudável, com boas chances de sobreviver.

Mas a estratégia não funcionaria tão bem no dias de hoje. Como os humanos estariam programados para olhar sempre para o lado, o casamento, segundo eles, é uma instituição fadada ao fracasso. No livro, ele escrevem que “metade dos casamentos está colapsando sob uma frustração sexual irrefreável, um tédio matador de libido, traições compulsivas, confusão, vergonha”. A receita deles para ficarem juntos por mais de uma década é ter consciência de que a atração sexual irá inevitavelmente acabar. “É preciso procurar mais do que química sexual, algo como paixão entre almas e não paixão entre corpos.”

Se o casamento é algo tão estranho à nossa natureza, por que é um dos costumes mais replicados em sociedades de todos os tempos?
Christopher Ryan – Isso aconteceu há cerca de 10 mil anos, quando os seres humanos deixaram de ser nômades e se tornaram sedentários. Ou seja, quando, em vez de caçar e coletar alimentos na natureza, passaram a desenvolver a agricultura e a se fixar em um terreno. As pessoas passaram a ter propriedades – animais domesticados, terras, casas – e queriam deixá-las para seus filhos quando morressem. Saber quem era o pai biológico de uma criança tornou-se ser muito importante. Foi quando a liberdade sexual da mulher diminuiu.

Isso significa que, na origem, não somos todas moças casadoiras, procurando por um bom partido?
A maior parte dos pesquisadores acredita que as mulheres são monogâmicas por natureza e que os homens são polígamos por natureza. Eles vêm isso como a fonte da “guerra dos sexos”. Homens e mulheres estariam sempre brigando entre si porque teriam esses planos diferentes. Nós achamos que não, que não há guerra entre os sexos. Há uma guerra entre a natureza humana e a sociedade contemporânea. Nós acreditamos que, antes da agricultura, as mulheres tinham vários parceiros.

É possível sustentar esse argumento do ponto de vista da teoria da evolução?
O corpo feminino é capaz de distinguir entre os espermatozóides de homens diferentes e, em um nível completamente inconsciente, escolher qual espermatozóide melhor se encaixa com seu perfil biológico. O homem mais alto e mais forte não é necessariamente a melhor escolha para uma mulher. É o homem cujo sistema imunológico é o mais compatível com o dela. Assim, os filhos terão uma imunidade melhor.

Se faz parte da natureza das mulheres ter vários parceiros, por que elas não mostram hoje tantos sinais desse comportamento quanto os homens?
Eu acho que as mulheres respondem ao sexo da mesma maneira que os homens. Mas é uma questão complicada para elas porque ainda há muita violência contra aquelas que são sexualmente liberadas. Há uma violência explícita – como o apedrejamento de mulheres que traem seus maridos em alguns países do Oriente Médio. E, sobretudo, uma violência mais sutil. Em inglês, há muitas maneiras de insultar uma mulher liberada sexualmente. Mas há poucas palavras para insultar os homens. Na verdade, acho que não há nenhum insulto. Em português, eu imagino que seja semelhante. São milhares de anos de opressão da sexualidade feminina acumulados na mente de cada mulher. Isso torna as mulheres muito hesitantes em falar abertamente desse assunto e até de entender sua sexualidade.

É por causa desse instinto sexual de homens e mulheres que o casamento está fadado ao fracasso?
É claro que alguns casamentos podem ser muito bem-sucedidos. Em agosto, meus pais celebrarão 50 anos juntos, anos muitos felizes. Nós não temos dúvidas de que o casamento pode ser uma instituição maravilhosa e nós não estamos fazendo campanha contra o casamento. Se nós estamos fazendo campanha por alguma coisa, é por uma abordagem de redução de danos.

Como é essa estratégia?
Muitas pessoas se casam naquela confusão da paixão e depois não estão preparadas para lidar com a realidade. Estamos tentando educar as pessoas para que elas possam tomar decisões melhores. Nossa grande ambição é encorajar os jovens a ter consciência de seu instinto sexual antes de assumir compromissos que não podem ser modificados depois sem causar grande dor.

Esse é o segredo de vocês para que o casamento dê certo?
Estamos juntos há quase 11 anos. É o meu primeiro casamento e o segundo da Cacilda. Eu também tive outros relacionamentos longos antes. Entendemos que as coisas mudam com o tempo. É preciso procurar mais do que química sexual, algo como paixão entre almas e não paixão entre corpos.


Leitores e leitoras, qual a opinião sobre isso?

3 comentários:

  1. Se o casamento está fadado ao fracasso, por que então, eles, pesquisadores, inteligentes e blablablabla, estão casados?
    Eles mesmos afirmam que a pesquisa deles é para que o casamento não ocorra precocemente, afinal, é bom e até necessário provar de outros corpos.
    Casamento que nem na época de nossos pais acontecia muito cedo, eles acabavam não conhecendo tantas pessoas assim e também não tinham muitas experiências sexuais. Eu acho que é isso que o Christopher e a Cacilda querem, que as pessoas conheçam mais sobre, provem de outras pessoas até encontrarem uma certa: " É preciso procurar mais do que química sexual, algo como paixão entre almas e não paixão entre corpos", eles afirmam.

    ResponderExcluir
  2. Eles explicam no texto o segredo do casamento deles, os dois sabem que um dia aquilo vai acabar!
    como tudo na vida!
    só o amor não alimenta uma relação!

    ResponderExcluir
  3. Discordo do rapaz aí da entrevista. Acho que o homem "mais alto" é, sim, a melhor escolha. Ele deve se baixinho, o que ajuda a explicar a "atração" da Carrie. Nem li o resto da entrevista...

    ResponderExcluir