quinta-feira, 10 de junho de 2010

João vai com os outros.

Esta é a época da bruxa solta. Eu nunca vi tantos amigos e conhecidos dando fim a seus relacionamentos num período tão próximo. Há quem disse ser um sinal e há quem acredite ser o inferno astral do dia dos namorados.

“É melhor terminar antes que essa data ‘comemorativa’ crie um vínculo maior”.

Então, acabo desconfiando da superficialidade das relações da atualidade. E devo, por estima a quem me lê, dizer que já estive neste grupo. Quem já não teve um relacionamento efêmero? Seja amoroso - se é que se pode relacionar este adjetivo ao passageiro - seja profissional ou até num nível de amizade.

Algumas coisas parecem, por natureza, passageiras. Pessoas também. E talvez por isso não nos importemos com a breve intimidade das relações.
Sabemos que tudo é composto de fases e, se assim não fosse, a monotonia e rotina tomariam conta dos sentimentos e possuiriam nossos pensamentos fazendo com que tudo se tornasse mais estranho. Estranho para quem já conhece a vida da forma como hoje conhecemos, cheia de compromissos. E compromissos vazios. As relações interpessoais estão cada vez mais intensas e sem sentido. Não há cobranças e há intimidade. Talvez eu não entenda isso. Não mais agora -reforçando a confissão de já ter participado da sociedade desapegada.

Então, tentando entender o rompimento de algumas relações das quais tinha conhecimento, percebi. Na maioria, e confessada maioria, perceber que o colega do lado “não dá satisfações” e está “curtindo geral” impulsionam ainda mais a vontade de largar aquela pessoa que a princípio era a cereja do sundae, mas se tornou o amargo licor de rum. E, ainda na confissão, “se tornou o rum porque eu permiti e quis enxergar e torná-la assim”.

Aí, a Maria vai com as outras decide que vai deixar pra se arrepender depois. Afinal, “pula essa data pra economizar em presentes”.
Egoísmo, insensibilidade ou imaturidade? Alguém aí conhece essa historinha?

Aos com relações rompidas por verdadeiros e tristes motivos, minhas desculpas.

4 comentários:

  1. Eu acho que é mais falta de sensibilidade misturado a outro tanto de egoísmo. Nos relacionamos com a pessoa, seja por carência ou por comodismo. Então, chega uma hora que aquela pessoa não nos satisfaz mais, logo, o término, para nós, é o melhor remédio. Simples e eficaz - isso sem pensar no outro.
    Sobre terminar antes do dia dos namorados só por causa de economizar alguns reais, acho balela. Relação quando há crise, seja por data ou não,é terminada. Se há rompimento é porque chegou ao limte ou, também, porque a relação não faz tanto sentido assim...

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  2. Como vc mesmo disse no texto... os relacionamentos hoje são extremamente superficiais!
    :(

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  3. Maju, adorei o texto. E eu conheço mto mais gte que dá um jeito de iniciar um namoro antes do dia dos namorados soh pra ganhar presente! rsrs...
    Mas concordo com um amigo que diz que as relações hoje são mais rápidas porque o mundo está mais rápido. Antigamente se namorava por cartas, a espera e a expectativa duravam meses, anos... Hoje a gente tem uma resposta imediata no MSN. Mesmo assim, não acredito que sejam superficiais. Há, no geral, a entrega, a sinceridade. Mas hoje se tem, também, mais possibilidades, mais chances de conquista, mais coisas que se conhece. Talvez por isso a gente tenha a impressão de que nossos pais (não os meus, no caso) tenham um amor mais profundo. Talvez eles tenham demorado mais pra construir esse amor. Mas é física isso. Tudo que você joga pro alto atinge um ponto máximo e desce na mesma intensidade. Não é?!

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  4. "Não há cobranças e há intimidade. Talvez eu não entenda isso" - plena concordância.

    Podemos ir nos matar ali no cantinho, só um pouquinho?

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