sábado, 8 de maio de 2010

A tênue linha entre...


Há alguns dias uma notícia apareceu. Coreia do Norte proibiu as mulheres no volante. E, como se não bastasse, no guidão também.
Então, como seqüência da linha de raciocínio, a burca, os pretendentes pré determinados, a virgindade, as violentíssimas penas de morte, o silêncio e tantas negações às vontades das mulheres. Sejam afegãs, indianas, iranianas...
Piadinhas infames sobre mulheres ao volante a parte. Fato é que em alguns países, ainda que conservadores, as representantes femininas estão conquistando espaço e, por que não, parte de sua liberdade, dirigindo táxis. O start se deu no
México quando mulheres sentiram que o assédio dos taxistas não valiam a corrida. A partir de então, Egito, Líbano e outros países com uma carga cultural muito mais rígida passaram a aceitar a idéia pelos mesmos motivos.
Ainda que haja quem aponte o movimento do táxi cor de rosa como sexista, ou que argumente dizendo que as mulheres “não conhecem bem as ruas do Cairo”, elas têm ganhado status e até mesmo reservas de outros países para garantir a segurança das mulheres turistas.
Sexista é dizer que a profissão é perigosa e inadequada para uma mulher. E, defendendo as egípcias, óbvio que elas não conhecem as ruas da cidade. Até então não podiam sair de casa.
O paradoxo é que a necessidade surgiu por conta de problemas causados pelos próprios reclamões. Estava fácil assediar a cliente dentro do táxi?!

Deixando o sarcasmo um pouquinho de lado e apesar do desenrolar sobre as mulheres ao volante, a questão mais complexa por trás disso se dá pela cultura. Até que ponto um fator cultural não invade ou contraria os direitos humanos?
E até onde podemos lutar para que diminuamos o sofrimento de alguns sem interferir em suas origens?

5 comentários:

  1. gostei de ler esse texto e saber essas coisas.
    o desafio da mulher eh dirigir, com liberdade e sem preconceitos, não um carro, mas sua propria vida, ao inves de ficar a merce dos outros.
    beijo!
    p.s teclado sem acento.

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  2. Maju, adorei. Eu não sabia dessas coisas!
    Fiquei abismada como um taxi pode fazer uma revolução dessas... muito bom!

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  3. Absurda a situação na Coreia.
    Eu também não sabia dessas coisas, Maju.

    Mtomtomto bom!

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  4. Gostei dos taxis rosas. Uma boa opção para quem não quer ser pedreirada pelo taxista.

    Os fatores culturais, os conceitos morais, invadem e contrariam, com frequência, os direitos humanos. Sem dúvida.
    Não sei dizer o modo de lutar para que não haja interferência no outro, em suas origens. Complexo, mas inteligentíssimo pensar nisso.
    Bom demais.

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  5. A cultura é algo tão engraçado. Como pode não ter lógica algumas coisas, não. E como é difícil lutar contra uma cultura... Enfim... Precisamos de uma união a favor das mulheres. Não somente das mulheres pelas mulheres. Mas de todos que entendem que ser mulher é ser humano.

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