sábado, 24 de abril de 2010

Geração Y


Na volta da minha viagem, passei praticamente o dia todo no aeroporto. Depois que meu irmão foi embora, fiquei mais de 5 horas aguardando o horário de embarcar. Nesse meio tempo conheci algumas pessoas. Entre uma conversa e outra, contei a um senhor do Espírito Santo que pedi demissão do emprego em que trabalhava na Bahia porque meu chefe não havia liberado a minha vinda para as Bodas de Ouro da minha avó. "E eu sou muito ligada à família", completei.
Ele, curiosamente, com algo que quase era um riso no rosto, me disse a geração Y é assim mesmo, e que o mundo vai ter que se acostumar a ela. Gilson, o nome do homem com quem conversava, aparentava pouco mais de 40, era careca e com as sobrancelhas perfeitamente desenhadas à lápis. Jeito calmo e firme de falar, me explicou que a tal geração Y, da qual faço parte, tem uma vontade enorme de renovação. E não aceita mais desculpas que não sejam bem justificadas, disse. Mesmo que seja do chefe. Como cresceram questionando os próprios pais, não vêem mal em fazer o mesmo com o empregador. Sem saber a hora de calar, agravam um relacionamento com o gerente de 50 anos que diz “não faça isto não faça aquilo”.
Fiquei intrigada. Isso é bom ou mal?
Consultando nosso amigo google, ele me disse que a geração Y tem membros que ainda não atingiram os 30 anos. Mais: esta geração entra na força de trabalho numa época marcada pela maior mudança demográfica de todos os tempos e as empresas nos EUA estão com a sua força de trabalho envelhecendo. Pessoas com 60 anos de idade estão agora trabalhando ao lado de pessoas de 20 anos de idade, graduados do colégio com mente fresca estão supervisionando trabalhadores que poderiam ser seus pais.
Sobre a inconstência dessa geração, pesquisadores afirmam que trocam suas profissões mais rápidas do que os estudantes passam de série que estão estudando, criando frustração para os empregadores, lutando para reter e recrutar talentos de alta performance. Isso porque a geração está acostumada com diversas atividades desde muito pequenos. São preparados, especializados e entendem de diversas áreas. “Eles também acreditam no se próprio valor”, afirma Bruce Tulgan, o fundador de New Haven, CNN.
Sobre a Geração Y:
- Eles têm dicas para finanças e se preocupam com benefícios de planos de aposentadoria.
- O equilíbrio na vida no trabalho não é um mar de rosas, então querem um trabalho que seja flexível (aí o que o meu amigo de aeroporto, Gilson, me disse), opções de trabalhar em casa pelo computador e a possibilidade de serviço de meio período ou de deixar a força de trabalho temporariamente, quando as crianças estão na prioridade.
- Mudar, mudar, mudar. A Geração Y não espera permanecer no emprego ou na carreira por muito tempo, mesmo porque não gosta de ficar por muito tempo em qualquer compromisso. Esta é a geração de tarefas múltiplas, e eles podem viajar pela Internet, comunicam-se por e-mail, pelos seus Blackberrys ao mesmo tempo em que falam nos celulares enquanto conversam online.
- Acreditam no seu autovalor e valorizam-se suficientemente e não são tímidos quanto a tentar trocar as empresas para quem trabalham. Isto pode ser comparado a Geração X, a geração nascida entre 1960-70, conhecida pela sua independência de pensamento, favoráveis a mudança e enfatizando a família.
- Conflitos quanto à vestimenta casual no lugar de trabalho, já que a geração é acostumada a chinelo de dedo, tatuagens e roupas confortáveis e nada formais. O que pode gerar um certo estranhamento e desentendimento quando são colocados à frente de vestimentas assim.
- Esperam que lhes digam com frequência como está o seu trabalho, já que têm expectativas diferentes das outras faixas etárias. A geração é tão determinada que até mesmo os empregadores estão examinando novas maneiras de recrutar, reter e atrair os trabalhadores mais jovens e flexíveis no trabalho e outras qualidades, geralmente atrativas da geração. Recompensas como folga, escalas flexíveis de trabalho e reconhecimento constante para seus funcionários são bem vindos a eles.
- Só que nem tudo são um mar de rosas. Mais de 60 % dos empregadores dizem que eles estão experienciando tensão entre os empregados das diferentes gerações, conforme pesquisa, que indicou que mais de 70% dos trabalhadores mais velhos estão desvalorizando as habilidades dos trabalhadores mais jovens e, perto de 50%, diz que os mais jovens estão desvalorizando as habilidades dos companheiros de trabalho mais velhos.
E você, o que pensa dessa geração? Que vai ser do futuro com eles? Ou conosco, depende do ponto de vista.

3 comentários:

  1. Eu acho essa geração muito complicadinha e, por incrível que pareça, acho que não me aplico a ela, haha...

    Primeiro porque sou metódica, segundo porque sou covarde. Mas, como nem tudo é prejuízo, acho que sou humilde, coisa que muita gente saída da universidade há dois meses não concebe ser.

    Coloca aí como característica dessa tal geração: petulãncia. É bom saber? É. Mas aprender também pode ser interessante antes de chutar os baldes e achar que todo mundo é ultrapassado.

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  2. Então, eu sou parecida com a Graci. Sou bem metódica...


    Respeito a opinião dos que estão há décadas no mercado, mesmo que por vezes eu faça greves contra os vícios feios que eles possuem. Mas, se eu tenho coisas novas a apresentar, os que possuem anos no mercado têm a tal e tão sonhada experiência. Toda a experiência é válida, está aí o segredo. Os mais jovens devem respeitar os mais novos, assim como os mais velhos devem nos respeitar - nossa experiência não é tanta, mas as temos em diferetentes níveis.
    Eu já tinha ouvido fala sobre a geração Y. Achei graça, mas não sei se realmente eu faço parte dela...

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  3. Então, meninas, não apenas pela idade, mas pelo comportamento, vocês fazem parte da geração Y. Serem metódicas não significa que não sejam. A flexibilidade que encontram nos trabalhos e a procura por algo melhor mostram isso. Vocês não se contentam com mesmice, querem mais. E isso é um sinal da geração Y.
    E, Gra, sua covardia tem nome e idade. Você mesma já me disse várias vezes que, caso fosse 'sozinha', o mundo ia ser pequeno. ;)

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