quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Dica de filme

Pra variar um pouco, posto aqui uma pequena e simples crítica do longa Bonequinha de Luxo. Simplesmente MARAVILHOSO! Então pode se jogar na pipoca com coca-cola ou, no meu caso e de um amigo meu, na salada de fruta com granola rsrs...

Nas primeiras horas do dia, um táxi estaciona em uma rua deserta de Nova York. De dentro dele uma mulher sai e pára, tomando seu café da manhã, em frente à vitrine da famosa relojoaria Tiffany`s. Assim começa o longa norte-americano, originalmente batizado com o nome de Breakfast at Tiffany`s (ao pé da letra traduzido como Café da Manhã na Tiffany`s, daí a primeira cena). Por sua vez, a mulher em questão é a atriz Audrey Hepburn, ou melhor, Holly Golightly, menina do interior que ganha a vida de maneira "duvidosa" e sonha casar-se com um homem rico. Sua vida muda quando o destino (aquela velha invariável presente em todo filme de romance que se preze), no entanto, a aproxima de seu vizinho, Paul Varjak (interpretado pelo ator George Peppard, um Robert Pattison da época), frustrado escritor sustentado pela amante mais velha. Nesse momento, você já deve estar pensando, mesmo inconscientemente, "eu já vi essa história antes" e, provavelmente, já deve ter visto. Entretanto, darling (expressão que significa querido e é constantemente utilizada por Holly para referir-se a outra pessoa), não se deixe enganar pela sinopse à la água com açúcar. Bonequinha de Luxo é mais que isso. É uma obra cinematográfica (com doses, na medida certa, de drama, romance e comédia) sobre uma mulher que luta para subir na vida nos Estados Unidos da década de 1960. Seu roteiro é simples e nos dá a sensação de que realmente o enredo poderia ser verdadeiro.
Baseado no romance do escritor e jornalista Truman Capote, o mesmo autor de A Sangue Frio e uma das maiores referências do gênero conhecido hoje como jornalismo literário, Bonequinha de Luxo, enquanto livro, tem um final totalmente diferente do filme (calma, eu não vou contar). Na adaptação o humor ácido, tão típico de Capote, infelizmente também se perde um pouco. Bonequinha de Luxo quase teve como estrela a atriz Marilyn Monroe, amiga íntima de Capote. Contudo, o filme, na época, era produzido pela Paramount e Marilyn era de exclusividade da Fox, duas produtoras que viviam em pé de guerra. Assim, Hepburn acabou sendo escalada para o papel e conseguiu transformar uma personagem que poderia facilmente ser odiada pelo público em uma menina-mulher doce, sonhadora, ingênua, elegante. Holly nos faz sorrir, torcer por suas conquistas.
A obra também é lembrada até hoje devido ao seu figurino, assinado por ninguém menos que o estilista Givenchy. Entre os clássicos consagrados pela personagem de Hepburn estão os vestidos pretos, os óculos de sol Ray-Ban Wayfarer (que eu simplesmente adoro!), sapatilhas e calças capri. Um look simples, com formas limpas que, ainda hoje, mais de quarenta anos depois, continua sendo um símbolo de sofisticação.
A parte cômica também aparece e fica a cargo, por exemplo, do Sr. Yunioshi (excelente atuação de Mickey Rooney), o excêntrico fotógrafo com óculos fundo de garrafa e dente de coelho, morador do último andar do prédio. Diariamente, Sr. Yunioshi é acordado para abrir a porta para Holly que perdera as chaves há mais de dois meses ou pelas festas que, conta a lenda, serem uma reprodução das organizadas por Capote ao longo de sua vida. Em cada uma dessas vezes, a expressão que aparece em seu rosto e a voz, com sotaque, do fotógrafo faz a gente rir na poltrona.
A obra arrebatou duas estatuetas do Oscar, a de melhor trilha sonora e de melhor canção original, com Moon River, de Johnny Mercer e Henry Mancini. Aliás, uma das cenas mais inesquecíveis do filme é de Holly, cantando essa música, sentada na janela, aos olhos de um Paul todo bobo. E assim, ao término do filme, lá vai você procurar o nome da música nos créditos ou na internet porque ela não sai da sua cabeça, assim como o filme.

5 comentários:

  1. Não curto falar mal dos falecidos, mas, Norma Jean que me perdoe, ela não faria este papel tão bem quanto Audrey. Vulgaridade e superficialidade eram natos em Marilyn Monroe, no meu ponto de vista.
    Por isso sou mais feliz com Audrey neste papel.

    A trilha é, realmente, de acordar com a música na cabeça e passar o dia cantando.

    Lindo, Gabi.

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  2. Gabi, eu ainda não assisti à Bonequinha de Luxo, mas fiquei encantada qdo produzimos um Ágora com uma entrevista com o filho dela e com as fotos dela. Simplesmente linda. Acredito que no cinema seja ainda melhor! Vou assistir e te conto o que achei. Beijoo

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  3. Ahhhh, sobre a Bonequinha de Luxo, que luxo Gabi.
    Não vi o filme, ainda, mas pretendo vê-lo. Mesmo não conhecendo a personagem, prefiro a Audrey, também. Ela sim, é o luxo em pessoa!

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  4. Adoroooooooooo muitoo esse filme!!!
    e eu tenho um quadro no meu quarto da Audrey...
    Boa dica pra que ainda não viu!

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  5. Eu li o livro.. é lindo, não sei se o filme é bom, porque ainda não vi, mas geralmente gosto mais do livro!!
    Com umas duas excessões...rs

    Bjusss

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